sábado, 17 de setembro de 2011

Poética desta manhã

Leia o texto abaixo ouvindo o piano da Virgínia Lisítsa:




O sol está para nascer. Nuvens douradas espalham-se pelo céu como espumas do mar. Só há o admirar. Só há o ver de novo denovo denovo... Um eterno presente, de presente.

Desponta o primeiro raio de sol. Silênio absoluto. Percorro a abóbada celeste à procura do vôo dos pássaros. Um gavião voa em círculo. Abaixo dele, um casal de passarinhos voam de modo incerto. Por trás deles, no azul do céu, a Lua em semi decrescente. Tiravam a atenção do gavião, pois este não pairava no ar a bater asas em ajuste do mergulho final. O gavião partiu dali. Rumou para a região entre o rio e a linha do trem. Haveria de contentar-se com algum rato do brejo.

Tendo deixado o computador ligado, depois do café fui me conectando à Internet. Impressões carregadas com cores ainda vivas, mas não me ocorre a menor idéia de como expressar estes sentimentos, mas tudo é tão intenso e suavemente belo que não tenho dúvida alguma de poder fazê-lo.

Na tela aparece a postagem de ontem, e lá está a bela Valentina Lisítsa debruçada sobre a coluna do piano.  Ela olha para mim e uma das mãos solta sobre o teclado está a indicar a música. Abaixo desta foto eu escrevera "A virtuose a serviço do belo". Soltei o vídeo e ao abrir nova página para editar este texto, ouvi as primeiras notas musicais do  "Prelúdio em sol menor op. 23" . Pronto, aí estava o elemento supra poético para emoldurar o sentimento que latejava dentro do meu peito. Bastava descrevê-lo como um vídeo. Assim feito, já não cabe mais palavras ou versos, apenas o compartilhar desta emoção com todos os amigos deste meu fazer em exercício do belo.

Jairo Ramos Toffanetto

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