quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Talvez eu fosse tão vilão para ela quanto a árvore. (Crônica)

FotosJRToffanetto


Passeava meus olhos pelas flores de uma árvore relativamente comum nos bairros da cidade.


 Meu sentimento era de  que ela cumpria o objetivo para o qual viera.


Atrás de mim ouço uma voz feminina  dizendo:


- Tão linda ela é, pena que tanto suja a calçada.





De mente negativa, ela não viera falar da beleza da árvore e suas flores, mas invalidá-las junto ao meu olhar. 

Sem olhar para ela, respondi-lhe:


- Dona, a calçada, toda colorida assim, está linda linda.


Virei-me para, frente a frente, ouvir alguma resposta da mulher, 


...mas a vi desaparecendo de cena, 
escondendo-se dentro de um carro junto à calçada, 

O que ela poderia saber daquela árvore que houvera enfrentado o outono 


e os rigores do inverno para, abrindo-se em flores, saudar a primavera. 



Talvez eu fosse tão vilão para ela quanto a árvore. 

JRToffanetto


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