quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Duplo assalto na rua dos Jatobás - 1 (Reedição)


"Sentir é o que realmente vai gerar Paz"
DR. CELSO CHARURI - Fundador e idealizador da PRÓ-VIDA


Duplo assalto na rua dos Jatobás - 1"


1) Sem que me pegue desprevenido, mas sendo golpeado de lado, o primeiro assalto ocorre assim que ponho o pé na calçada. Não esboço reação alguma. Apenas corro as mãos para os bolsos. Centro-me nos punhos fechados e o salteador não se apodera de mim, até sorrio. Saúdo-o com afabilidade. Despeço-me dando as costas para ele...

... o vento gelado.
 
Foto/Visão-2003

Jairo R. Toffanetto
Agosto de 2003
 

Vangelis-Ask the mountains


Ευάγγελος Οδυσσέας Παπαθανασίου
(Evangelos Odysseas Papathanassiou)
 

Vangelis e Stina Nordenstam



+ Vangelis:
http://poemas-de-sol.blogspot.com.br/2012/01/vangelis-conquista-do-paraiso-trila.html

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Ba-te-as-a-sas-pra-mim...

(Clique na imagem para ampliar)
Fotos JRT
 
Quando criança, eu e outros meninos ficávamos longo tempo olhando o céu à sombra de um muro a contemplar o voo dos corvos. Eles mais plainam no ar à sabor de correntes de ventos do que batem asas.



       Havia uma brincadeira que consistia em algo mágico. Alguém apontava determinado corvo e gritava cantarolando:
       - Ba-te-as-a-sas-pra-mim...
       Tal corvo se tornava daquele que o apontou
       Quanto mais rápido ele batesse as asas, mais especial se sentia aquele que soltara o pedido. Mas se não batesse as asas contava-se até três, o tempo máximo de espera, e havendo alguém que não acertasse uma, combinávamos de todos gritarem juntos.
       Outra variação era de alguém chamar o seu corvo independentemente da vez do outro. Mas se ele acertasse muito mais que os outros, então era o momento de trocar de corvo.


 
 
Mesmo hoje, depois de meio século daquelas dádivas da meninice, ainda olho pro céu e escolho um corvo, e eu não estou brincando.
 
 
 
Jairo Ramos Toffanetto

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

O monge e os feijões


Reza a lenda que
um monge, próximo de se aposentar, precisava encontrar um sucessor. Entre seus discípulos, dois já haviam dado mostras de que eram os mais aptos, mas apenas um poderia sucedê-lo. Para sanar as dúvidas, o mestre lançou um desafio para colocar a sabedoria dos dois à prova. Ambos receberam alguns grãos de feijão que deveriam colocar dentro dos sapatos, para então empreenderem a subida de uma grande montanha.

Dia e hora marcados, começa a prova. Nos primeiros quilômetros, um dos discípulos começou a mancar. No meio da subida, parou e tirou os sapatos. As bolhas em seus pés já sangravam, causando imensa dor. Ficou para trás, observando seu oponente sumir de vista. Prova encerrada, todos voltam ao pé da montanha para ouvirem do monge o obvio anúncio. Após o festejo, o derrotado aproxima-se e pergunta ao seu oponente como é que ele havia conseguido subir e descer com os feijões nos sapatos, e dele ouviu a seguinte resposta:

- Antes de colocá-los no sapato, eu os cozinhei - foi a resposta.

Reflexão:
Carregando feijões ou problemas, há sempre um jeito de levar a vida sem esforços desnecessários. Problemas são inevitáveis. Já a duração do sofrimento é você quem determina...

APRENDA A COZINHAR SEUS FEIJÕES!!!
 

Clara Schumann Klavierkonzert Romanze und Finale


Belíssimo

Solistin: Gudrun Treutlein
Dirigentin: Elke Burkert
Orchester: Orchesterverein Bayreuth
Cellosolo: Michael Gareis
Aufnahme: November 1992, Stadthalle Bareuth
Clara Schumann - Clara Josephine Wieck (Leipzig, Saxônia - 1819 /  Frankfurt -1896). Pianista e compositora alemã casada com o também compositor Robert Schumann.
(Obs.: único vídeo deste concerto encontrado no YouTube)


Desde muito jovem, aprendeu a técnica do piano com seu pai, Friedrich Wieck. A mãe, Marianne, era uma excelente musicista e dava concertos. Quando Clara tinha 4 anos, os pais se divorciaram, e posteriormente Friedrich ganhou a custódia da menina. Aos 5, Clara começou a ter lições de piano mediante a disciplina rígida do pai. A partir dos 13 anos desenvolveu uma brilhante carreira pianística, apresentando-se em vários palcos pela Europa. http://pt.wikipedia.org/wiki/Clara_Schumann

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Sokolov plays Schumann Geistervariationen


As notas do piano são sentidas, saídas do silêncio, do seu eu maior que si mesmo. Contam-nos de um estado de ser em leveza etérea só traduzível pela linguagem musical. (JRT)


Robert Alexander Schumann (1810-1956). Músico e pianista alemão casado com a também compositora Clara Schumann.

                          Foto JRT (clicar na foto para ampliação)

Claude François "Quand un bateau passe"


Uma bela canção


Quand un bateau passe
quand un train siffle
quand un avion s'envole dans le ciel
moi j'imagine tous ces départs
tous ces gens qui doivent partir
qui se séparent
qui se déchirent
Quand un bateau passe
quand un train siffle
quand un avion s'envole dans le ciel
moi je revois ce matin triste
où en partant tu disais
l'été prochain je reviendrai
Et depuis ce jour sous le soleil brûlant
lamentablement moi je t'attends
trois été déjà sont revenus
je suis là comme je t'avais promis
mais où es-tu ?
mais où es-tu ?
mais où es-tu...?
Quand un bateau passe
quand un train siffle
quand un avion s'envole dans le ciel
amèrement moi je me dis
que si ils n'existaient pas
peut-être alors
serais-tu là
Quand un bateau passe
quand un train siffle
quand un avion s'envole dans le ciel
j'espère encore
j'espère toujours
que bateaux, trains et avions
qui t'emmenaient
te ramèneront
Quand ...


Link: http://www.vagalume.com.br/francois-claude/quand-un-bateau-passe.html#ixzz2LwzWpeqC

Charles Aznavour - La Boheme


Aperte a tecla para legendas em francês ou português



Além de ser um dos mais populares e longevos cantores da França, ele é também um dos cantores franceses mais conhecidos no exterior. Ele atuou em mais de 60 filmes, compôs cerca de 850 canções (incluindo 150 em inglês, 100 em italiano, 70 em espanhol e 50 em alemão) e já vendeu bem mais que 100 milhões de discos.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Libélulas - A natureza é composta de matéria de sonho

(Clique nas imagens para ampliação)

Não é de hoje que venho observando as libélulas.


Às vezes as vejo voando em bando, como em migração, talvez em voo pós acasalamento para nidificação ou buscando poças de água para se alimentarem de larvas de outros insetos como, p.ex., do musquito da dengue. Devem se guiar pela umidade do ar.

Sempre desejei fotografá-las, mas são muito rápidas. As oportunidade de vê-las na cidade são raras. Aparecem e desaparecessem de sua frente. Nem dá tempo de sacar a máquina fotográfica.


Eu estava num estacionamento de veículos, um campo aberto, aguardando a Regina chegar. O capô dos carros dão um efeito qual espelhos d'água, confundindo-as, mas significando que se orientam também pela visão do reflexo do sol .

Vi o bando passar por longos minutos. Tirei várias fotos com "zoom máximo", mas cinquenta metros de distância não dava definição alguma.



As libélulas haviam passado. O rio Jundiaí não estava longe dali. Mas algumas ficaram rondando o estacionamento de veículos. Voavam por perto de onde eu estava. Coloquei a câmara pra fora da janela do carro e a disparei inúmeras vezes acreditando num lance de sorte.


Eu ia sair do carro para mais fotos, afinal, elas estavam à minha frente. Mas não deu tempo, a libélula sumira do meu lado. Mesmo assim cliquei num lance de sorte. Veja um recorte da foto acima em ampliação:


Consegui fotografar duas libélulas e, 


mais uma vez:


A natureza é composta de matéria de sonho,


dos mais belos sonhos.

Jairo Ramos Toffanetto
 

sábado, 23 de fevereiro de 2013

The Modern Jazz Quartet, "Fontessa"


Houve um tempo em que as paradas jazzísticas eram um desafio à burguesia branca. John Lewis, encantando com sua arte, constituia uma forma de agressão. (Frank Ténot)

The Modern Jazz Quartet's version of "Fontessa" (Lewis) from their album Fontessa. Recorded at Van Gelder Studio, Hackensack, NJ, on 22 January 1956. Produced by Nesuhi Ertegun for Atlantic Records. Personnel: John Lewis (piano), Milt Jackson (vibraharp), Percy Heath (bass), and Connie Kay (drums).

Fontessa é uma pequena suite inspirada na Commedia dell'Arte, gênero teatral de origem italiana que floresceu durante o século XVII e que se caracterizava pela ação improvisada, embora os personagens (Pierrot, Colombina, Arlequim, Pantaleão, etc) e os enredos fossem fixos. (...) Fontessa representa, entre os trabalhos do Modern Jazz Quartet, o mais bem sucedido. (Bruno Schiozzi)




Dizzy Gillespie Quintet - Bebop



Um cult jazzístico (1963)
 
 
Dizzy Gillespie - Trumpet
James Moody - Tenor Sax
Kenny Barron - Piano
Chris White - Bass
Rudy Collins - Drums
 

Casa das Máquinas em "Casa do Rock" e "Londres"


A banda  brasileira de rockn'roll Casa das Máquinas(1973-1978) gravou três álbuns pela gravadora Som Livre. Para a "Virada Cultural - 2008", as máquinas foram mais uma vez montadas e lubrificadas. Só não a apresento aqui porque a qualidade dos vídeos são sofríveis. Somente como registro hitórico, a banda dividiu o palco com alguns também jurássicos do rock tupinikin: Rita Lee, Terreno Baldio e Joelho de Porco, todos em memoráveis apresentações. O "Casa da Máquinas" foi a mais visceral delas. O "Terreno Baldio", um luxo da contracultura nacional. O "Joelho de Porco" meio abafado pelos gigantes ao lado. E "Rita Lee" se mostrando mocinha derradeira.

A formação da banda no vídeo abaixo é da década de setenta.

 
 
 

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

A realidade não sonha, é sonho


Os passos dela eram de mansinho mansinho. O asfalto, a calçada... pareciam desculpar-se por serem muito duros para sua passagem. Os trólebus passavam como grandes felinos a ronronar. As pessoas de andar apressado pareciam peixinhos a nadar um pouco mais rápido. Seguíamos juntos. Eu ia abraçado, acertando meus passos aos dela.

Na esquina da Rua P. de Toledo com a Barcelar-SP, a Regina quis ficar por ali, deixar-se sob a delicada sombra de um ipê-roxo, integrar-se a tantos poemas-pétalas espalhados pela praça, respirar aquela poética, demorar-se junto à grandiosiadade do belo, beber das cores, evolar-se na aragem da Poesia, integrar-se. Ai... a natureza da flores...

Senti-me algo profano com a máquina fotográfica à mão, mas  pensei "A realidade não sonha, é sonho. Que bom estar acordado para ver isto com os olhos do sentir." Tomado por um indescritível sentimento de gratidão, senti-me beatificado a cada disparo, a cada imagem da delicadeza.



Jairo Ramos Toffanetto
 

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

"A Teoria da Bicicleta"




"A vida é como andar de bicicleta. Para ter equilíbrio você precisa se manter em movimento" (A.Einstein)
 
 
"O segredo da expanção do universo é estar em permanente movimento". 
 
A Paz é uma conquista, mas para alcançá-la é preciso por-se em movimento, manter-se em equilíbrio, entrar em harmonia com o Todo e trabalhar(-se) por ela, por todo o universo. Este processo é o que nos move. Fora isto, temos um meio interno e externo em desequilíbrio, de evolução lenta demais e a porcaria que aí está, afinal, tudo tem sua razão de ser e de estar.
 
Jairo Ramos Toffanetto

Neste blog  "Andar de bicileta - A felicidade está no simples" http://poemas-de-sol.blogspot.com.br/2012/05/andar-de-bicicleta-2.html
 
 

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Adoniran Barbosa - Samba italiano (Piove)


"O pai do samba paulista"


O seu primeiro sucesso como compositor vira canção obrigatória das rodas de samba, das casas de show: Trem das Onze. É bem possível que todo brasileiro conheça, senão a música inteira, ao menos o estribilho, que se torna intemporal.

Sobre Adoniran Barbosa:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Adoniran_Barbosa

O poeta é como pescador, pesca se tem peixe ou...



O poeta é como pescador,
pesca se tem peixe
ou... paciência.

Poetas surdos à gritaria dos peixes usam anzóis, são terríveis. Mau poeta só puxa sapato velho cheio de lodo do fundo do lago - bom pra quem gosta de matéria orgânica decomposta. Poeta com aguardente em beira de rio é pinguço, cachaceiro. Poetas que jogam a rede são mercantes, mau cheirosos peixeiros mercenários. Poetas que fazem versos para pentear macaco são os poliglotas das novas tribos, nunca entraram no rio. Poeta bom pra cachorro vive na frente da televisão, depois vai dormir na rede à beira do lago sem nunca saber da lua. Poeta politicamente correto sofre de anemia, nunca comeu peixe e enjoa-se à beira do mar. Poeta que nunca entrou no rio escreve poemas dizendo que é poesia. Poesia não se escreve, sente-se. É como água em corpo sedento. Poeta que nunca caçou a lua pelas ruas da cidade é caçador de borboletas. Sequer pescará um lambari. Poeta não é quem escreve versos mas aquele que entra no rio. Poeta que nunca aprendeu nadar anda nas nuvens querendo pescar peixes voadores. Poeta escamoso é cheio de escamas. Mau poeta não chega à margem do rio. Poeta atravessa a nado lagos mefíticos e não ganha barriga d'água. Mau poeta vive boiando no ar, nunca nas águas que correm. Poeta que tem medo da profundidade das águas se engasga num copo d'água. Bom poeta é um boto feito gente. Mau poeta tem casca dura como a do jacaré. O poeta nasce nadando, o resto ele aprende. O poeta é amigo da morte, daí o fato de ele amar tanto a vida, ele sabe que a qualquer momento pode ser pescado. Mau poeta tem medo do que não conhece e nada arrisca, só risca versos de plástico, é peixe fora d'água. Mau poeta pode rimar versos, nunca com a Poesia e, em geral, morre como peixe, pela boca. Todo poeta é pescador de sol a sol, de lua a lua,  de corpo e alma. É de veneta (língua; idéia) licenciada pela lua.

Quanto a mim, faço como os meninos de antigamente:
vou bater peneira no córgo.
O que pesco deixo em bacia com água,
mas se não der uma boa pratada, despejo-os de volta,
volto amanhã.
Isto dá certo porque sempre pesco pra todo mundo.

Jairo RamosToffanetto

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Dadi Carvalho - Se Assim Quiser (Dadi & Arnaldo Antunes)



Dadi Carvalho, reconhecido baixista, foi integrante do memorável grupo "Novos Baianos" na década de setenta do famoso grupo A Cor do Som nos anos oitenta.

 
acabou a hora do trabalho
começou o tempo do lazer
você vai ganhar o seu salário
pra fazer o que quiser fazer

o que você gosta e gostaria
de estar fazendo noite e dia
ler, andar, ir ao cinema, brincar com seu nenén
e até mesmo trabalhar também

quando quiser, se assim quiser
se assim quiser, como quiser
como quiser, quando quiser

ir de bicicleta ao mercado
escolher um peixe pro jantar
encontrar a namorada ou o namorado
escolher alguém pra visitar

quando quiser, se assim quiser
se assim quiser, como quiser
como quiser, quando quiser

A emoção do Yung



Meu filho, Yung Gautama (17), tem passado dias de grande emoção. A contagem regressiva de dias acabou. Agora, por questão de horas, ele estará pisando na Faculdade para seu primeiro dia de aula.

Ele foi conhecer várias faculdades. Ao subirmos as escadarias da UNIP ele, sempre de pouca fala, expressou-se assim:
- É aqui que vou estudar! E não prestou vestibular em nenhuma outra faculdade.

Eu que nem imaginava se ele sabia escrever ou não, ao me contar da redação que fez, impressionou-me sua coordenação de idéias. 

Na sexta-feira ele me disse o seguinte:
- Agora chega de brincar. Vou estudar pra valer.

Digo-lhe agora:
- Seja muito feliz, meu filho. Mantenha vivo o seu sonho, o seu desejo real.

Jairo Ramos Toffanetto
 


domingo, 17 de fevereiro de 2013

Dvorak Cello Concerto : Rostropovich Part 1



Wikipédia:
 
"É difícil sair de uma audição de obras de Dvořák sem que uma melodia ou outra não fique "insistindo" na mente. Mas Dvořák não banalizava as belas melodias, cada tema tinha uma importância estética na composição e ele não exagerava na imposição delas. Sua habilidade estava nas perfeitas transposições entre um tema e outro. 
 
Antonín Dvořák nasceu em 8 de setembro de 1841 na aldeia boêmia de Nelahozeves, perto de Praga  (então parte da Boêmia no Império Austríaco, atual República Tcheca), onde passou a maior parte de sua vida."
 
 

Os passarinhos são emissários do Poeta Maior.


No comum dos dias de hoje, quem tem atitudes a favor da vida é chamado de romântico, e romântico entendido como alguém meio tonto, fora da realidade. O certo, para eles, é pertencer à massa cinzenta que nada arrisca. Mas.. se massa cinzenta, agora entendida enquanto esfera mental, fico com seu lado colorido. O lado cinza ou sem cores, sem a poética da vida ou ao que vale a pena viver e crescer para se tornar melhor e útil no ponto em que o meio mais precisa, é muito pobre.

Junto-me, pois, aos pássaros que voam sobre o grande incêndio da floresta e, como eles, jogando gotas de água trazidas nas asas. Pois estes passarinhos gostam de voar em bando. Os passarinhos, segundo João Dias Carrasqueiras - o canarinho da Lapa, são os poetas. Os poetas são emissários do Poeta Maior. O incêndio foi necessário, assim como os vôos da paz que, por bondade, alçaram-se sobre ele.

O sentimento de amor nos aproxima da Bondade Maior.

Jairo Ramos Toffanetto

Para quem não acredita em sonho...



Fotografagem a partir do meu terraço,
por cima do muro vizinho.
(Clique nas fotos para ampliação)



Pra quem não acredita em sonho


basta levar os olhos até o céu,


a morada do sonho.

 

A Terra mora no céu.
A verdade está nela,
infinitamente.

Jairo Ramos Toffanetto
 
 


Uriah Heep - Shadows Of Grief


Para quem não conheceu um senhor que atende pelo nome Roque:

Joelho de Porco - Rio de Janeiro City


Rock-humor brasileiro.



sábado, 16 de fevereiro de 2013

A perplexidade de Bowie


A perplexidade de Bowie
 
Num filme (um Cult) David Bowie representou um alienígena que observava a raça humana. Numa de suas falas, se bem lembro, ele disse “o ser humano só é bom no pior”. Nunca acreditei nisto. Penso que se ele toma atitudes à favor da vida é porque estava preparado para isto. Algo dentro dele sempre esteve em construção ao longo da vida.
No incêndio de uma casa noturna em Santa Maria/RS, muitos que, do lado de fora, ao sentir a dimensão do risco de vida para muitos, morreram depois de ajudar salvar inúmeras vidas. 
Aonde estavam estes heróis antes destes feitos extraordinários, antes de surgirem para agir como gigantes, e dando lição não apenas de solidariedade mas, sobretudo, ampliando o sentido de valor da vida?

Dá uma enchente e ele está lá, um herói anônimo arriscando a vida para salvar aquele outro que nunca o olhou no cara. Pois ele arrisca sua vida entrando numa enxurrada de águas em velocidade de 400 km/h.  Nesta hora ele se torna um gigante e salva até cachorrinho.

No ano passado um motoboy cruzava um viaduto sobre o Rio Pinheiros. Ao ver que de um carro jogaram um bebê no rio, ele imediatamente parou a moto, mergulhou lá de cima e salvou o bebê, sem ter medido conseqüências, como o rio infecto ou a altura e profundidade para mergulho.

Um destes estava num ônibus. Talvez olhasse pela janelinha sem nada pensar, apenas vendo o movimento das coisas. Na altura do Bairro do Limão ou Casa Verde-SP, tal ônibus caiu do viaduto sobre a linha do trem. Pois ele saiu do ônibus e começou a correr pela linha férrea até se encontrar com o trem. Tirou sua jaqueta e com ela acenou para o maquinista que imediatamente foi freando a composição. Quando esta se encontrou com o ônibus, apenas o tocou de leve, como se beijando, delicadamente.
Das gentes que estão andando por aí, só não conseguimos enxergar o tamanho real que elas tem porque não temos desenvolvido o olhar do sentir.
Jairo Ramos Toffanetto

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Discussão no céu de ontem.


                                                                                  Do meu terraço - 14.02.2013

- Filho, você foi muito maldoso com Sampa. Despejou toda a água sobre a cidade.
- Mas eu só quis lavar o Rio Pinheiros, dar uma forcinha, né!!! Amanhã ele nem vai estar fedendo nas mediações do Rodoanel.

Jairo Ramos Toffanetto

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Pulei o carnaval - de sexta para “quarta-feira de cinzas”.

 Jairo Ramos Toffanetto

 
Pulei o carnaval - de sexta para “quarta-feira de cinzas”. Neste tempo estive lendo, passeando, escrevendo, blogando, ouvindo meus cd(s), pintando o muro do terraço de casa e assim por diante.
 
Décadas atrás o termo em uso não era pular, mas brincar o carnaval, mesmo porque quem pula é o gato, o cachorro, o cavalo, o veado, a zebra... Como nos diz contos populares, o vocábulo pular estaria correto se se referisse àquelas famosas festas da bicharada no céu.

Para “brincar” é preciso ser como a criança. Com desprendimento e criatividade ela entra no mundo da fantasia aonde representa tudo o que a aflige e dá forma de expressão para o que ela não tinha nenhuma. Vai aprendendo separar coisas e se resolvendo para se tornar melhor.

Em suas origens, e o carnaval não é invenção brasileira, ele se expressava similarmente, é só pesquisar pra saber mais detalhadamente. Infelizmente, por causa da televisão, do samba enredo, das alegorias, o carnaval se tornou temático, com torniquete de regras para um evento de mídia. Virou “coisa” de figurino, tudo marcado como num desfile militar, e, por fim, pra estrangeiro ver. Acredita-se que do contrário não se tornaria linguagem de mídia e nada colaria.

Os adultos desaprenderam “o brincar”, pois, em geral, vivem engessados o tempo todo. Seja através do bestial “politicamente correto” tão em moda ou para defender sua boquinha. Quanto mais engessados mais pesados, mais difícil o desprendimento para a criatividade e mais biritas tomam. Biritas para quebrar o gelo (desinibir-se) e não o gesso.

Mas houve um tempo em que se “brincava” o carnaval e não se dizia “desfile de escolas de samba” mas simplesmente “desfile de rua” ou “carnaval de rua”. Nestes antigos “desfiles” a dura realidade era desabafada através da fantasia e com muito humor.

Uma das sensações do carnaval do Rio de Janeiro deste ano se deu com figurantes escorregando num tobogã para cair numa piscina d’água. Linguagem de impacto e nada mais. Se isto fosse feito por gente que sabe do “brincar”, tipos caracterizados de diferentes meios sociais escorregariam por este  tobogã representado em ladeira abaixo onde o folião cairia numa piscina de água, sim!, mas cheia de dinheiro de plástico boiando e transbordando para o chão, um catarse. Alguns sairiam com a cueca cheia de dinheiro, outros com a indefectível mala preta. O leão dos impostos abocanharia boa parte, assim como raposas e aves rapinantes de toda sorte, até a sogra.

Enfim, esqueci de dizer muita coisa, mas amanhã me lembro.

 
Jairo Ramos Toffanetto

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Escrito para Pierrôs, Arlequins e Colombinas do presente

Originalmente escrito há cinco anos e, agora, reeditado.

                                                         Google Imagens

Neste carnaval, é notório que cada vez mais poucos estão com samba nos pés. Chacoalham-se como sertanejos do asfalto. Os salões mais parecem lotação de vagão suburbano, um espiando o outro. Que extravasamento centrípeto é este?

O top de hoje é empunhar copo por aí. Muita gente acredita no "engov" e fazem reverências à caipirinha, dão louvores à cervejinha, e matam o bicho com cana brava, só não se livram da má consciência, afinal, só o psicopata engana a si mesmo o tempo todo, como o Inácio, o tempo todo enganando a si mesmo e o povo. 

Observei que poucos estão usando máscaras neste carnaval, afinal, quem precisa fantasiar-se? Dormir com dor de cabeça é bom pra cachorro com tosse e para celebrar mais um dia assombrado. A alegria morre no ficar contente com um copo na mão. O tempo passa e poucos se livram de si mesmos.

Cadê a alma do povo brasileiro se até o racismo vivem importando?

Como o brasileiro se deixou atingir pela síndrome mosquito Chaves e se permitiu ficar tão pobre, tão carente e tão brega?

E ainda querem de volta o Inácio Maduro de Podre e rico, dentro da 51"matando o bicho" em frente do espelho venezuelano.

Jairo Ramos Toffanetto

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Elza Soares - Carnaval e Samba (Mulata Assanhada e Bahia de Todos os Santos)


Compositor: Ataulfo Alves
 
 
Compositores: Baia & Manuel Rosa
 
 
Composição: Dorival /Caymmi
 
 
 
 

"UIRAPURÚ e "Nilo Amaro e Seus Cantores de Ébano"


...A mata inteira fica muda ao seu cantar
Tudo se cala pra ouvir sua canção
Que vai ao céu numa sentida melodia
Vai a Deus em forma triste de oração!...



 
A LENDA "UIRAPURÚ"

Em uma tribo do tronco tupi no amazonas, havia duas lindas índias, uma chamava-e Cerecê e a outra chamava-se Uirá. As duas disputavam o amor de um mesmo homem, um valente guerreiro cujo nome era Ipadi, O cacique de sua tribo.

Mas o cacique não podia casar com as duas índias. Nhanderuvuçú determinou que o cacique deveria escolher uma das duas índias para realizar o matrimônio. Ipadi escolheu então Cerecê, ficando Uirá sozinha e entristecida com a escolha de seu amado. Chorou tanto, mas tanto, que Nhanderuvuçú se compadeceu da sua imensa tristeza. Transformou-a em um pássaro com cantos de amor e o chamou de Uirapuru. 
.  .  .
 
Uma lenda diz que quanto ele permite que o vejam, aparece sempre disfarçado para se confundir com outras aves. Quando o Uirapurú canta, todas as outras aves ao redor se calam. Quem o ouve sente muita paz. Canto lendário, inédito, único no mundo.

Eu Morri? (Conto)



                                                     * Foto: JRT - 07.02.2012

















Cheguei ao fim do mundo.
Tinha de haver uma saída.
Ele estava por todos os lados.
Tinha de haver uma saída.
Em vão olhei por todos os cantos.
Tinha de haver uma saída.
Aonde ele começava ou teminava...
Tinha de haver uma saída.
Já não me lembrava de cores e perfumes.
Tinha de haver uma saída.
Não havia lugar mais distante.
Tinha de haver uma saída.

Um Jardineiro me deu um sinal para o acompanhar.
Atravessamos um abismo de rosas. Rosas de todas as cores.
Passamos por campos de girassóis, camélias...
As mais divinas, formas, cores e olores. Flores da Paixão....
Andamos tanto...

Perguntei-lhe:
- Este mundo não tem mais fim?
Ele respondeu perguntando-me:
- Vocë viu lírios naquele mundo em que fui te buscar?
- Sim, sempre haviam lírios nos pântanos.
- Um lìrio daqueles vale por estes campos.
- E porque eles nascem lá e näo aqui? Voltei a lhe perguntar.
- Porque o lírio precisa do lodo.
- E quando ele náo mais precisar do lodo.
- Então eu vou buscá-lo.

Colocando o olhar para além da linha do horizonte, ele continuou;
- Aqui temos todo um planeta a florir, e até que não mais exista lodo.
Assustado, perguntei-lhe com a voz embargada:
- Eu morri?
- Dando-me ferramentas de jardineiro, ele exclamou:
- Meu amigo, você nasceu de novo.
Naquele dia me tornei aprendiz de jardineiro.

* Fografagem de uma parede úmida e embolorada.

Jairo Ramos Toffanetto