domingo, 31 de julho de 2016

G Benson avec J McDuff Antibes 1964

Georges Benson 21 years old, playing on a Les Paul with the Jack McDuff 4T at the Antibes Jazz Festival in 1964


Um dos grandes festivais de jazz da Europa, "Jazz à Juan" em Juan-les-Pins, Antibes, um dos balneários mais famosos da Côte d'Azur, na Riviera Francesa.


A Razão do Lírio (JRToffanetto)




A Razão do Lírio

Fechando a longa noite escura,

o lírio, mais uma vez, mergulhará no lodo


Dele emergirá pra luz abrindo pétalas alvas


Pela terceira vez, sem manchas, dar-se-á ao Belo, a  perfeição


Desmanchar-se-a na superfície lodosa, pétala a pétala, beijando-a ao sol


Por Bondade, 

haverão outros lírios enquanto existir lodo


JRToffanetto


Branford Marsalis _Shadows - FotoJRToffanetto

Para sonhar com o sol

Branford Marsalis - Tenor Sax; Larry Willis - Piano;
Ira Coleman - Bass; Marvin "Smitty" Smith - Drums


Jdí/SP-19 FotografiaDeRua



SP/SP-16 FotografiaDeRua _Caminho do mar


Rua dos Otonis/SP

sábado, 30 de julho de 2016

ANDREA MOTIS & JOAN CHAMORRO GROUP _ I can´t believe that you're in love with me




HORACE SILVER, Doodlin'

Final track from "Horace Silver And The Jazz Messengers" album. Recorded on november 13, 1954 at Rudy Van Gelder's Hackensack studio. Horace Silver (piano); Hank Mobley (tenor saxophone); Kenny Dorham (trumpet); Doug Watkins (bass); Art Blakey (drums).




Haicai #529 _A Poesia



Haicai #529

    A Poesia 


em tira de papel em branco


          Um poema deixou


JRToffanetto



sexta-feira, 29 de julho de 2016

Red garland trio _C jam Blues

Rede Garland (1923-19840e seu estilo block-shord influenciou grande número de pianistas de jazz, Paul Chambers (1935-1969) foi um dos mais influentes contrabaixistas de jazz da história; Art Taylor (1929-1995), um dos grandes bateristas da década de 1950.




Haicai #29 _Poemas são pássaros


Haicai  #29


Poemas são pássaros


cantando do outro lado


no lado de cá

JRToffanetto


Earl Bostic - Night Train




quinta-feira, 28 de julho de 2016

Sam Lightnin' Hopkins _What'd I Say (Live) e Let's Pull A Party (Live)
















Varinha Mágica de Contextura Úmida















Varinha Mágica
de Contextura úmida
(Jairo Ramos Toffanetto)

Um presente amigo
Abre-se no coração.
Da dimensão
Que a tudo permeia
E nos toca, surpreende-nos
Foi uma varinha mágica,
Uma caneta de ponta dourada,
Quintessencial,
De escrita azul,
Carregada de luz
Para formas harmônicas,
Tão macia e forte
Lágrima do coração.
Existem pessoas dotadas
De gestos poéticos
A acordar céus
Só para marcar-nos
Com a eternidade
Grato,
Fernando José Colin

Thelonious Monk (1967) - Japanese Folk Song (Kojo No Tsuki)

Kojo No Tsuki

Monk(piano), Charlie Rouse (saxofone tenor), 
Larry Gales (baixo) e Ben Riley (bateria)


quarta-feira, 27 de julho de 2016

Amoras Maduras (JRToffanetto)


Vivo incansavelmente, meu veneno.


Aprendi extrair o néctar. Nele, a alma sorri.


"Sou o copo", um amigo disse-me dele.


Desde então, dou minha taça.


Se adstringente, um paladar importante,
Já não é o que bebo.

O gosto é de amoras maduras

(JRToffanetto)



terça-feira, 26 de julho de 2016

Ben Webster & Johnny Hodges - I'd Be There

Johnny Hodges and Ben Webster became friends when they played together in Duke Ellington's fabulous band of the early Forties. Here they show that their feeling of kinship hasn't gone away, nearly twenty years after Webster abruptly left the band.


Johnny Hodges - alto sax Ben Webster - tenor sax

Lou Levy - piano 



Haicai #528 _Das mãos da natureza




Haicai #528
Na tarde invernal,
das mãos da natureza
as flores caem
JRToffanetto

Yuri(Ulrych) _Poema dado

Grato, Ulrych, por este poema dado, 
bem do seu sexto dedo, mais cúbico que túbico.
(JRT)


dê de dado dobra dedo
desde dado dê de dedo:
dados dedos dedos cubos
dados dedos tubos dados
dados dedos dedos tubos
dados cubos dados dados
seis
dê de dado..
(Yuri Ulrych)

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Som Imaginário - Cenouras




Adalgisa Nery (Pequena biografia)

Links correlacionados:
Adalgisa Nery _Pensamentos que reúnem um tema
ISMAEL NERY - Os abismos e a mística de seus desenhos e pintura (Parte 1)
Ismael Nery - Textos _Poema (1931)
ISMAEL NERY - Os abismos e a mística de seus desenhos e pintura (Parte 1)

A poetisa Adalgisa Nery e o então primeiro ministro
Tancredo Neves em março de 1962


Adalgisa Nery (1905 - 1980) nasceu na cidade do Rio de Janeiro. Casou-se com o pintor Ismael Nery aos 16 anos de idade, passando a conviver com intelectuais da época, entre os quais Manuel Bandeira, Murilo Mendes, Aníbal Machado e Jorge de Lima. Com o falecimento de Ismael, inicia sua carreira literária publicando seu primeiro trabalho em 1935, na Revista Acadêmica, passando a contribuir com vários periódicos. Em 1940, casou-se com Lorival Fontes, que foi nomeado embaixador do Brasil no México. Com isso, a escritora passou a freqüentar a elite intelectual daquele país, tendo sido retratada por Diogo Rivera e amiga de Frida Kalo. De volta ao Brasil, após sua separação, iniciou sua carreira como articulista política, tendo escrito, de 1954 a 1966, uma coluna diária no jornal Última Hora sob o título "Retratos sem retoque". Foi eleita deputada por dois mandatos — 1962 e 1966. Foi cassada pela Junta Militar, em 1969. Deprimida, faleceu em um abrigo de idosos, no Rio de Janeiro. Algumas obras da autora: O jardim das carícias (1938), Mulher ausente (1940), Ar do deserto (1943), Cantos da angústia (1948), As fronteiras da quarta dimensão (1951) e A imaginária (1959).

Fonte:

Adalgisa Nery _Pensamentos que reúnem um tema



Pensamentos que reúnem um tema 

Estou pensando nos que possuem a paz de não pensar,
Na tranqüilidade dos que esqueceram a memória
E nos que fortaleceram o espírito com um motivo de odiar.
Estou pensando nos que vivem a vida
Na previsão do impossível
E nos que esperam o céu
Quando suas almas habitam exiladas o vale intransponível.
Estou pensando nos pintores que já realizaram para as multidões
E nos poetas que correm indefinidamente
Em busca da lucidez dos que possam atingir
A festa dos sentidos nas simples emoções.
Estou pensando num olhar profundo
Que me revelou uma doce e estranha presença,
Estou pensando no pensamento das pedras das estradas sem fim
Pela qual pés de todas as raças, com todas as dores e alegrias
Não sentiram o seu mistério impenetrável,
Meu pensamento está nos corpos apodrecidos durante as batalhas
Sem a companhia de um silêncio e de uma oração,
Nas crianças abandonadas e cegas para a alegria de brincar,
Nas mulheres que correm mundo
Distribuindo o sexo desligadas do pensamento de amor,
Nos homens cujo sentimento de adeus
Se repete em todos os segundos de suas existências,
Nos que a velhice fez brotar em seus sentidos
A impiedade do raciocínio ou a inutilidade dos gestos.
Estou pensando um pensamento constante e doloroso
E uma lágrima de fogo desce pela minha face:
De que nada sou para o que fui criada
E como um número ficarei
Até que minha vida passe.



Poema extraído do livro “Mundos Oscilantes – Poesias Completas”, 
Livraria José Olympio Editora – Rio de Janeiro, 1962, pág. 158.

Valsa Sentimental - Em Memória de Ismael e Adalgisa Nery

Em memória de
Ismael e Adalgisa Nery






Jdí/SP-17 FotografiaDeRua _Vianelo



domingo, 24 de julho de 2016

Ismael Nery para além de si mesmo (JRToffanetto)


de Ismael Nery
O título "Poema" adjacente ao texto diverso, não é para ser entendido, mas sentido. Dizê-lo, roubaria o objeto da criação de Ismael Nery? Poema não se explica. Do verso a verso, verso sobre verso, integrá-lo num ponto é sentir, e sentir é transcender. O artista  está antes e depois deste ponto, e onde ele está não é a arte (o poema) mas o ascese, ele está em Poesia. Estando em “Poema”, está em um campo de batalha, nele, implica vencer(-se), conflito do qual ninguém, ninguém escapa.

A vida enquanto arte, para Nery, é consequente da natureza do Belo, a essência de todo ser enquanto ainda humanos, e que ele sentia e sentia. Em que pese a originalidade do seu “essencialismo” enquanto busca da unidade diante do diverso, não lhe foi o bastante, ou pelo menos até aonde sabemos. Gosto de pensar que ele venceu.

Embora artista até o último fio de cabelo, para ele, era mais do que a vida enquanto arte: a vida enquanto Poesia, daí, o que chamam de religiosidade era, para ele, muito mais, era o “religare”, o tornar-se essência, o estar com o Criador. Estar em todo lugar e em lugar algum, significou-lhe cumprido a missão para esta vida. Se estou certo, para ele chegou a hora de partir para antes da linha de partida.

JRToffanetto

John Lee Hooker - One Bourbon One Scotch One


John Lee Hooker
cachimbava do mesmo charuto blue
blues blues blues
(JRToffanetto)



Sonny Boy Williamson - Keep it to Yourself


Sonny Boy 
Fumava demais... demais...
a sua gaita
(JRToffanetto)



Big Mama Thornton - Everything Gonna Be Alright




Big Mama era do mesmo charuto
de Howllin Wolf.. 
Sonny Boy Willianson...
John Lee Hooker...
Fumava-os com sua gaita...

soltando e tragando
(JRToffanetto) 


Big Mama Thornton & Muddy Waters Blues Band 



Howlin' Wolf - Back Door Man

Howlin Wolf...
...Seu charuto era blues
Fumava como a maioria dos buesmans
Mas, como ele...

soltando fumaça pelos olhos...
(JRToffanetto)



sábado, 23 de julho de 2016

Howlin' Wolf - Smokestack Lightnin'




Ismael Nery - Textos _Poema (1931)

O título "Poema", adjacente ao texto diverso, não é para ser entendido, mas sentido. Dizê-lo, roubaria o objeto da criação de Ismael Nery? (JRT) 


POEMA (1931)

Estou de olhos no telescópio que está dentro da barriga aberta pela cúpula. Observo a lua, a filha da lua, a neta da lua, toda a família, menos o marido dela. Eu gosto da cor da lua mas acho incompleta a sua forma. A lua é uma mulher gorda, que parece magra, magríssima, abstrata. Eu gosto das mulheres abstratas que vêm ao mundo sem pai nem mãe nem irmãos, e que não nasceram em nenhum país nem tão pouco no mar. Gosto mais de ter uma mulher em pé na minha cabeça do que pendurada em meu pescoço. O meu pescoço, às vezes, não agüenta bem o peso da minha cabeça, porque ela está cheia de coisa que quase sempre eu não gosto. Tenho uma formidável atração pelo que detesto, inclusive eu mesmo. Ismael Nery: nunca consegui ouvir nem dizer este nome sem sentir uma comoção — mas não sei bem que espécie de comoção eu sinto ouvindo ou dizendo este nome. Há nomes também que me emocionam e me obrigam a inventar um físico para eles. Nunca vi ninguém que escapasse completamente a uma crítica minha — nem eu próprio. Terei que captar a minha sinceridade em alguém que não seja eu, e até muito pelo contrário — que seja bem diferente de mim. Preferiria olhar as mulheres de cabeça para baixo e suspenso por um fio de aço, do que de outra maneira qualquer. A desorganização das coisas não me agrada, também como a organização. Gostaria de ter um criado moral para arrumar o meu cérebro e consolar nas minhas ausências aqueles que moram comigo, de mim e para mim. O meu maior instinto é a paternidade, que aplico a tudo e a todos. A minha maior vontade era ser a sombra de tudo e de todos, a fim de nascer e morrer com tudo e com todos e em todos os tempos. Não haverá um homem que me determine moral e fisicamente? Sou o gérmen de um Deus, toda a gente o é também.

Fonte:
Textos e Poemas de Imael Nery

Pesquisa e coleta de textos feitas por Nelson Ricardo Cândido dos Santos em 1993
textosdeismaelnery.blogspot.com/



ISMAEL NERY - Os abismos e a mística de seus desenhos e pintura (Parte 1)

Os abismos e a mística da obra do artista que se manteve marginal ao modernismo brasileiro.

Morreu aos 33 anos de tuberculose
Ismael Nery (Belém do Pará, 9 de outubro de 1900 -- Rio de Janeiro, 6 de abril de 1934) 
Há muito a divagar e a decifrar em Nery. 
















Ismael_Nery


Adalgisa Nery





“Pertenço a esta espécie de homens que não constroem nem destroem, mas que dão a razão de toda a construção e de toda destruição.” 

Ismael Nery


sexta-feira, 22 de julho de 2016

Hilda Hilst _Alma


Fernando Lemos / Fotografia
















Alma

Hilda Hilst


Que te devolvam a alma

Homem do nosso tempo.

Pede isso a Deus

Ou às coisas que acreditas

À terra, às águas, à noite

Desmedida,

Uiva se quiseres,

Ao teu próprio ventre

Se é ele quem comanda

A tua vida, não importa,

Pede à mulher

Àquela que foi noiva

À que se fez amiga,

Abre a tua boca, ulula

Pede à chuva

Ruge

Como se tivesses no peito

Uma enorme ferida

Escancara a tua boca

Regouga: A ALMA. A ALMA DE VOLTA.

terça-feira, 19 de julho de 2016

Ovídio _A arte de amar (15 conselhos mais singulares e polêmicos)


O (POLÊMICO) 

MANUAL DO AMOR 

SEGUNDO OVÍDIO

Ouvídio (43a.C.- 17 ou 18 d.C.), escreveu sobre amor, sedução, exílio e mitologia. Estudou retórica com grandes mestres de Roma e viajou para Atenas e Ásia exercendo funções públicas com o objetivo de tornar-se um Cícero, mas, para desgosto do pai, resolveu dedicar sua vida à poesia. 

O livro A arte de amar (1 a.C. e 1 d.C.) está dividido em três partes. Na primeira, Ovídio orienta o homem como seduzir a amada; no segundo, após o contato carnal, como o homem deve manter a relação e a ternura; e, por fim, na terceira parte, Ovídio dedica sua atenção à mulher.


Os 15 conselhos de Ovídio:
1) “O vinho prepara os corações e os torna aptos aos ardores amorosos; as preocupações fogem e se afogam nas múltiplas libações (...) mas não dê muito crédito à enganosa claridade do lampião: para julgar a beleza, a noite e o vinho são ruins"
2) “Aos homens só convém uma beleza sem enfeites. Devem agradar apenas pela elegância discreta. Não cries o hábito de frisar o cabelo a ferro, nem alises com pedras-pomes as pernas."
3) “O homem dissimula mal, a mulher esconde melhor seus desejos. Se o sexo forte julgar melhor não fazer avanços, a mulher, vencida, tomará para si o papel de fazê-los.”
4) “Ela se levanta, levante-se; enquanto ela ficar sentada, fique sentado; seguindo a vontade de sua amante, saiba perder o seu tempo.”
5) “As lágrimas também são úteis: com lágrimas você amolecerá o diamante. Cuide para que sua bem-amada veja, se for possível, seu rosto úmido. Na falta de lágrimas (pois elas não aparecem sempre de encomenda, molhe os olhos com a mão.”
6) “Tens de agir como apaixonado e tuas palavras devem dar a sensação de que estás perdido de amor. Como toda mulher se julga digna de ser amada, ser-te-á fácil ser acreditado."
7) "Se queres conservar o amor da tua amiga, faze-a acreditar que estás maravilhado com sua beleza. Se te apresenta vestida com uma simples túnica, exclama: 'Tu me abrasas!"
8) “Não seja nem submisso nem mais carinhoso que de costume; estes são os maiores sinais de um coração culpado.”
10) “Sozinhas, sem a sua ajuda, as palavras virão em tropel, e, no leito, a mão esquerda não ficará parada. Os dedos encontrarão o que fazer do lado onde misteriosamente o Amor mergulhas os seus traços.”
11) “A beleza é um presente da divindade; mas quantas podem se orgulhar de sua beleza! A maior parte de vocês [as mulheres] não receberam esse presente.”
12) “Quem diria? As mulheres ao aprenderem a rir, já adquirem assim um charme a mais. Abra moderadamente a boca (...) que o ventre não se canse de um riso constante, mas que esse riso soe ligeiro e digno de uma mulher.”
13) “Pratique mil jogos; é vergonhoso que uma mulher não saiba jogar; graças ao jogo, muitas vezes nasce o amor.”
14) “Que a mulher sinta o prazer de vênus se abater até o mais fundo de seu ser, e que o gozo seja igual para o seu amante e para ela. Mesmo você, a quem a natureza recusou sensações de amoroso prazer, finja, com inflexões mentirosas, apreciar os doces júbilos. 
15) “O amor é uma espécie de serviço militar. Nos campos do prazer, nossas provações são a noite, o inverno, as longas marchas, os caminhos fragosos. Terás muitas vezes de suportar a copiosa chuva e, morto de frio, terás de dormir sobre a terra nua."


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