sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Juarez Silva Fotografia - JRToffanetto, ensaio sobre tema


Fotografia de Juarez Silva Silva, na Rodovia Presidente Dutra, 
postado em 18/09/2017




Chama-se "arte" quando o que se vê(sente), ultrapassa os limites do  olhar que de bate-pronto diz 'gostei' ou 'não gostei' e nada mais. A arte se dá no desafiar o espectador à linguagem do sentir, fazendo-o parar e admirar (mirar, mirar...) quer ele a decodifique ou não, ou talvez mais tarde.

Eu estava recortando esta imagem num editor de fotografia para, depois, inseri-la nesta postagem. Regina, de passagem, olhou para o terminal de vídeo e, tomada por franca admiração exclamou “UAU...” Eu já estava escrevendo o parágrafo acima quando ela, voltando, pede para  eu trazer a imagem de volta. Ela ficou olhando...  olhando... Não me atrevi perguntar-lhe coisa alguma.

Olha, posso dizer algo do que eu senti:

A Lua, arquetípica Dama da Noite, misteriosamente linda, sempre surprendente, é, por si só, objeto de atração central nesta magistral fotografia de Juarez Silva. No plano bidimensional da fotografia (é na mente que o tridimensional se forma, seja no desenho, na pintura, na fotografia... ) ela está sobre o pedágio no meio da noite oscura.

Caminhões de carga parecem transportar solidão no meio do nada com nada. O pedágio também sofre do mesmo ermo lunático, exceto olhos de gato que, alinhados, ganham e refletem luz de faróis. Chama atenção o caminhão que, na pista contrária, e talvez porque o guard-rail obstrua seus faróis dianteiros, ganha monstrengo contorno a povoar o imaginário diante do desconhecido. Uma criatura da noite? saído de alguma ficção? Um caminhão com o mesmo poder e coragem dos outros atravessando a escuridão onde tudo se transforma no imaginário. Quem o reconheceria à luz do dia? Coisa lunar a desafiar nossa pronta identificação, ou o irracional distorcendo o fundamentado, ou cenário humano de fragilidade e de instintual sentido de auto preservação? Enfim, estados psíquicos evocados pela arte fotográfica não se apresentariam se já não estivessem adjacentes a nós.

É como a fotografia revela o subliminar, o que nos escapa da atenção, mas que lá está grafado, desafiando-nos a se deter e a desvendar. Um recorte enigmático ao olhar, dize-nos da profusão de signos  e o tanto que deles vemos ínfima parte. 

Dito sobre a fotografia, vamos ao fotógrafo. Dentro de um carro em movimento, vê(sente) a magia no ar e, preparado, saca seu equipamento, ajustando-o na velocidade de um cliquete, segue-se a imagem se enquadrando como por si só tal é o exercício do olhar ao longo. É agora, em fração de segundo, reconhece que é este o instante mágico e não outro (subsequente ou anterior), chave. Num piscar de olho dispara a máquina, grafa foto, a sua grafia.
(JRToffanetto)

The Who - Join Together



Boris The Spider _The Who (Lyrics)


Canção de John Entwistle, baixista do The Who

O Poeta. Haicai #527


O Poeta. Haicai #527
O poeta é herói. 
Poemas compõe mesmo quando tudo tudo dói
JRToffanetto

terça-feira, 26 de setembro de 2017

É primavera. Haicai #609.

Haicai #609.

É primavera 
no teu coração,
desde o rés do chão,
também pudera

(JRToffanetto)


segunda-feira, 25 de setembro de 2017

São Paulo SP BR (foto e texto JRT)


São Paulo SP BR
Bizarro ou não,
realidade paulistana aos olhos de quem vê:
a solidão a todos vem.
Na megalópole, belo, feio, frágil, dúctil...
que diferença faz? O que gera Paz?
É bela a solidão em urbanidade, um a um.
Na cidade não divina, a Poesia não ressuscita
porque nunca morre.
Poemas vão em papéis vãos.
(JRToffanetto)


domingo, 24 de setembro de 2017

O que te povoa? (Foto e texto JRT)


O que te povoa?
O Belo caminha lado a lado, 
antes e depois da gente, 
encontrando-nos a cada instante, 
quer seja sentido ou não, 
e quando visto, 
sentido, 
ele já está se despedindo da gente. 
Fica morando nas pálpebras 
do nosso coração. 
Povoando-nos. 
(JRToffanetto)

HRIM/SP/BR

Haicai #608. Manto Sagrado


Haicai #608. Manto Sagrado

Em Manto Sagrado,
galáxias são bordadas
em quem Ele está

(JRToffanetto)

Na Av. Tiradentes, SP, em 2014 (fotoJRT) - Philip Glass - Glassworks - 01. Opening

Eu ouvia Philip Glass enquanto editava as fotos abaixo para esta postagem, e de tal modo que tudo se fundiu a este fazer. 





David Shire _The Conversation (Extended)


Para o filme de
Francis Ford Copppola "The Conversation" (1974):


De Película con Ennio Morricone



Haicai #508. Lida felina (Foto e Haicai JRT)


Haicai #508. Lida felina

Caçador, o gato,
deixando leite no prato,
atravessa telhado

JRToffanetto

sábado, 23 de setembro de 2017

Sofia Gubaidulina: Concerto para fagote e cordas baixas (1975)


Beijo longo

7:30h, manhã de domingo, chuva serena.
Na cidade molhada, vestida de asfalto,
as flores davam um beijo longo

23 de setembro de 2014. Rua Bacelar, SP 

Quarteto Gileade, What a Wonderful World

De afinado sentido musical, um amigo me enviou esta canção de Bob Thiele e George D. Weiss com o grupo gospel brasileiro "Quarteto Gileade" que, na interpretação de Louis Armstrong, marcou minha infância e outras fases de minha vida e, com certeza, ainda marca a história da vida escrita por muita gente que sente este "Mundo Maravilhoso" como uma razão de vida, a maior delas, e que vale a pena empenhar-se, independentemente de religião, a cada momento, para todo o sempre, construindo no presente um Mundo Bem Melhor. (JRToffanetto)


I see trees of green, red roses too
I see them bloom for me and you
And I think to myself, what a wonderful world

I see skies so blue and clouds of white
The bright blessed days, the dark sacred night
And I think to myself, what a wonderful world

The colors of the rainbow, so pretty in the sky
Are also on the faces of people going by
I see friends shaking hands, saying, "how do you do?"
They're really saying, "I love you"

I hear babies cry, I watch them grow
They'll learn much more, than I'll never know
And I think to myself, what a wonderful world

Yes, I think to myself, what a wonderful world

Igreja Vilarense N.S.Conceição



quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Quietude que me tem (foto e texto JRT)


Zumbindo aos ouvidos,
por mais ruidoso o mundo
batendo às portas e janelas,
a cada esquina a nos espreitar
gritando de suas vísceras,
é a Quietude quem me tem,
suspira-me com a brisa fresca,
resfria o magma a cobrir
o mundo fora, fora do eixo.
Sopra suas nuvens tóxicas,
sua desesperança, seu desleixo.
Quietude que nunca se ouviu falar
vibra em meu peito
tão leve, leva-me
vou e voo em bando
Você vem?

JRToffanetto.

2014, Av.23deMaio, SP/SP



A orquídea em segredo (fotoJRT)


Em 2014 num supermercado vilarense, Jdí/SP

Fotografia lisa (Foto e texto JRT)

Certas imagens, certas impressões da esfera do titânio, deixam um decalque da realidade dura, tão sólida quanto um apertado atômico, sem passagem pra luz. Mas é só uma imagem, uma impressão, uma fotografia lisa, não é mesmo?! (JRToffanetto)

2014. Estação da Luz, SP

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Laurent de WILDE & OTISTO 23 & Nico à l'ordi "sorry George + hiphex blues"

Laurent de Wilde 
é pianista de jazz, compositor e escritor francês.

(veja mais sobre o artista clicando acima no YouTube)

domingo, 17 de setembro de 2017

178 anos da fotografia e de fotógrafos - pra quem tem olhos pra ver


178 anos da fotografia e de fotógrafos 
(pra quem tem olhos pra ver...)
Qual irretocável espelho, a fotografia, grafando instantâneos do espírito humano, da flor da pele às vísceras de comunicações subliminais, lampejantes transmissões subconscientemente ou não, despidas ou sutis, de um ponto fora revelando profusa linguagem: que nossos olhos captam mais do que nosso cérebro pode ver em ligeiras variações, perdendo apenas pela decodificação do sentir em atenta desatenção da verdade que lá está, bem como do reconhecimento da verdade que ainda não está. Nesse sentido, a fotografia, em aporte filosófico por transcendência e revelação, fez-se arte nestes cento e setenta e oito anos de criação e inesgotável aplicação de uso. Em celebração, Mil Vivas à Fotografia e Fotógrafos. (JRToffanetto)


sábado, 16 de setembro de 2017

Por todo Universo



No que nos pode caber,
há algo Grandioso dentro e fora de nós a integrar.
Em reverência a Ele, levá-lo a toda parte
neste ponto do Universo, e por todos nós, por todo Universo.
Oferecendo-se qual rosa à Luz no Altar da Amizade
(JRToffanetto)

Expediente do Belo


Haicai #606
Pássaros nos trazem,
Em expediente do Belo,
Notas musicais

JRToffanetto


Ottorino Respighi, "Church Windows". (Vetrate di Chiesa)



quarta-feira, 13 de setembro de 2017

BRIAN ENO - CINDY TELLS ME #Pangaea's People

É de derreter a mídia

Em primavera. Haicai #605



Em primavera. Haicai  #605
Com o coração,
em primavera estamos
na mansão do Céu
na Terra.
JRToffanetto


Brian Eno & Harold Budd | Ambient 2 - The Plateaux Of Mirror | Whole album HD



O acaso não existe.



O acaso não existe.
Esta folha caiu sobre o vidro do carro, o bastante para a fotografar e contar que ela notificou o fim do inverno em vésperas de um novo dia no reino vegetal, o da primavera, nele, um ano é de quatro dias, com os quais dividimos o tempo em quatro estações do ano. (JRToffanetto)

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Respighi _Piano, Sonata in F minor


Renasce o amanhã (JRToffanetto)


Em que pesem as ilusões de ontem e de hoje, e como pesam! sempre foi tempo para o novo: a mais antiga Sabedoria que sempre se volta para nós. Nosso hoje nos dá convicção, que nada será como antes. Quem passar por ela, integrando-a, não precisará aprender por ilustrações históricas. Renasceu o amanhã. Desta vez não tem jeito. (JRTofanetto)

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Independência do Brasil


No antigo "Escadão",  Jundiaí/SP

David Bowie _Everything's Alright

David Bowie- Everything's Alright
From-Pin Ups


Dr. Ramos citando tempos históricos


FotografiaDeRua-2015, Anhangabaú, Jundiaí/SP

"Quando o Cão Sarnento via a réstia de alho no pescoço da vítima, tratava de vomitar noutro lugar suas reclamações e dissabores do dia a dia, e o mesmo para com lorotas, conversas fiadas ou moles. A demanda de réstias de alho era tanto naqueles tempos idos, que criaram o I.M.A. - Intercontinental Monopólio do Alho, o primeiro comércio global de que se tem notícia na história."

JRToffanetto

Ponte da Luz - 2 imagens

Julho de 2014




quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Philip Glass music from The Photographer: The Shadow Agent


Philip Glass desembarca a turnê de comemoração de seus 80 anos no Parque Ibirapuera, em São Paulo, para concerto gratuito, agora em setembro. Segundo informações na Folha de S.Paulo, o compositor minimalista também fará apresentações pagas na Sala São Paulo e na Cidade das Artes no Rio de Janeiro.