segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Consertando o mundo...

Consertando o mundo....

Um cientista, muito preocupado com os problemas do mundo, passava dias em seu laboratório tentando encontrar meios de melhorá-lo. Certo dia, o filho de sete anos invadiu seu local de trabalho decidido a ajudá-lo.

O cientista, nervoso pela interrupção, tentou fazer o filho brincar em outro lugar. Vendo que isto seria impossível, procurou algo que pudesse distrair a criança. De repente, deparou-se com o mapa do mundo.

Estava ali o que procurava. Recortou o mapa em vários pedaços e, junto de um rolo de fita adesiva, entregou-os ao filho dizendo:

- Como sei que você gosta de quebra-cabeças. Aqui está um todo desordenado para você arrumar. Veja se consegue consertá-lo bem direitinho! Mas faça tudo sozinho!

Pelos seus cálculos, a criança levaria dias para recompor o mapa. Passados alguns instantes, ouviu o filho chamando-o calmamente. A princípio o pai não deu crédito às palavras do filho, pois seria impossível na idade dele conseguir recompor um mapa que jamais havia visto.

Relutante, o cientista levantou os olhos de suas anotações certo de que veria um trabalho digno de uma criança. Para sua surpresa, o mapa estava completo. Todos os pedaços haviam sido colocados no devidos lugares. Como seria possível? Como o menino havia sido capaz? E perguntou ao menino:

- Você não sabia como era o mundo, meu filho, como conseguiu conserta-lo?

- Pai, eu não sabia como era o mundo, mas quando você tirou o papel do jornal para recortar, eu vi que do outro lado havia a figura de um homem. Quando você me deu o mundo para consertar... bem que tentei, mas não consegui. Foi aí que me lembrando do homem, virei os recortes e comecei a consertar o homem que sabia como era...

Quando consegui consertar o homem, virei a folha e vi que havia consertado o mundo!


O Terço - Flor de la Noche

Flor de la Noche
O Terço

Flor de la noche
No escondas tu cara del sol
Porque te encierras en sombras
De tu soledad.

Vivo nessa solidão
Que separa os homens do seu destino
E o sol
Que me viu nascer
Germinou essa semente no escuro
A terra guardou todo o seu calor
E na noite fez nascer a flor em segredo
Somente as estrelas, o céu e a lua
Puderam ver essa flor sem ter medo.

Flor de la noche
No escondas tu cara del sol
Porque te encierras en sombras
De tu soledad.

Vivo nessa solidão
Que separa os homens do seu destino
E o sol
Que me viu nascer
Germinou essa semente no escuro
A terra guardou todo o seu calor
E na noite fez nascer a flor em segredo
Somente as estrelas, o céu e a lua
Puderam ver essa flor sem ter medo.

Flor de la noche
No escondas tu cara del sol
Porque te encierras en sombras
De tu soledad.

domingo, 30 de outubro de 2011

Cenas do filme Venha Dançar (com Antonio Banderas) + Tango (dança com bola)

Coração em crônica

Coração em crônica


No prólogo está toda a temática. O clima se cria aqui. O resto decorre.” Dr. Celso Charuri – Médico, filósofo, idealizador da Pró-Vida, e meu mestre.

Um poema começa a ser escrito quando não cabem palavras. O romance, quando estas se adensam e, no conto, como em recorte. Na crônica, as palavras vêm soltas e mais próximas da oralidade que no conto, tão fugaz quanto a vida cotidiana, ou tão perto da eternidade como a poesia, ou da compreensão profunda qual ensaio filosófico, ou tão bela quanto arte plástica.

Se a crônica perpassa idéias da complexa atualidade, também se abre para trazer uma visão original ao ultrapassar lugares-comuns, como evocação natural para a harmonia e serenidade, em tempo presente, antecipando o futuro ascensional que está além do simples retorno à Idade de Ouro (ideal grego).

Com ou sem princípio ou fim, a impressão que se tem é que a crônica não precisaria ser escrita, assim como as pessoas conversar. Saber conversar é poder jogar conversa fora. Saber escrever é poder jogar crônica fora.

Numa roda de conhecidos ou de desconhecidos, o que os reúne e os mantém é a capacidade de jogar conversa fora. Simpática na despretensão dos motivos, abre a via da expressão comunicativa em direção espontânea, franca, atraente, magnética, enfim, de fácil amizade.

Assim como escrever, conversar de súbito é uma delícia. Clara procura pela simplicidade no exercício da sociabilidade, leve prática dos modos civilizados, do conhecimento resultante de princípios, soltando elos da sufocada mesmice náufraga, percorrendo o curso natural do rio da vida, como uma braçada que outra, simples, sem esforço, em atmosfera livre, como por uma fenda no espaço-tempo, recriando o aqui agora, já num Mundo Bem Melhor.

Esta é a utilidade, ou atitude, de se jogar conversa fora. Sem isso não ocorreria o desenvolvimento criativo de idéias livres, multiplicando o modo de ver e pensar, até o ponto em que as pessoas, envolvidas como por mágica, de repente, descobrindo-se melhores do que se imaginavam ser, doando pérolas que elas não imaginavam ter, e não como manifestação de preciosismos egóicos, mas de confiança na vida, ganhando renovação dos bons propósitos, em valor da concórdia ancorada entre os presentes, em valor de um sorriso solto e amigo, em valor da troca e da afeição. O coração humano dado de presente.

Assim é a crônica. Um laço bem feito com o leitor, sobre um presente. Se o laço não servisse para nada, há muito já teria sumido dos presentes, e com ele, os papéis especiais, ficando só o embrulho. Um simples embrulho pode gerar desconfiança, sentimento de abuso, embaraço, ou, na melhor das hipóteses, mais um embrulho perdido do brilho da intenção, da vibração, da geração de clima, dessa coisa da gente como selo da alegria.

Laço e presente servem para a felicidade, ou a reafirmação dela antes do objeto em si. O bom deste gesto poético é que o presenteado, na medida em que desfaz o laço de fita, sem saber como expressar aquela emoção, diz “não precisava, não!”, mas é lido no seu íntimo “que bom que ganhei”, e depois, com os sentimentos resumidos num sorriso, ouve-se a exclamação “era do que eu estava precisando”. A crônica é assim “uma coisinha simples...”, “só pro seu agrado...”, “se quiser, troco-a por outra”.

Presente sem laço é donativo, é favor. Laço é a lembrança de que o presente vem de dentro, do coração, essa caixinha musicada de surpresas... teimoooso..., até os braços (ou laços) se abrirem mostrando o tamanho do coração (ou brasa) que se apertam num abraço, num enlace, até fundirem aquela emoção em bem-aventurança, transformando a vida num ritual, num culto da felicidade, numa dádiva em amplidão.

Destes de tirar o pó das costas do coração – as cinzas da brasa –, os abraços mais vigorosos são delicados laços de fita, só um pouquinho mais apertados, é claro. Às vezes, os corações ficam tão enormes que o abraço só é possível com um dos lados, de meio corpo, quando, então, o presenteado encosta o ouvido no coração do outro ouvindo o seu próprio moto-perpétuo, esse mecanismo perfeito, cheio de rubis, cheio de corda para tão delicadas, tão sutis engrenagens mantenedoras do calor humano como um sol irradiando desde o peito.

Tal é a crônica enquanto objeto de construção criativa dos mais nobres ideais humanos. Um coração aberto. Um presente num laço de fita.

Jairo Ramos Toffanetto

* Esta crônica foi a vencedora do “6º Concurso Literário” promovido pela “Fundação Cultural de Canoas”(RS) no ano de dois mil e dois.

Fundaçao cultural de Canoas.jpg
Fundação Cultural de Canoas (RS)

Barbra Streisand - The Man I Love


The Man I Love”. 
Canção escrita em 1924 por George and Ira Gershwin

Ella Fitzgerald & Sammy Davis Jr & Frank Sinatra

 Sammy Davis Jr. and Ella Fitzgerald


 Frank Sinatra & Ella Fitzgerald - The Lady Is a Tramp


sábado, 29 de outubro de 2011

The Del Fuegos - Long Slide (For An Out) + I Still Want You






Atendendo sugestão do Yuri, mais antenado ao universo rockn'roll de hoje. The Del Fuetos é uma das últimas expressões originais diante da anemia que grassa na energia n'roll desde os anos oitenta.


Robin Trower - Song For Those Who Fell



Made in Brazil - O cigano -


Quando o Cornélius, vocalista da banda anunciou sua saída da banda, eu pensei que tinha chegado ao fim a maior banda de rock do mundo, e isto foi logo depois de eu tê-los visto num mega show no ginásio do Corinthians, onde se apresentou nada menos o Top do rock nacional: Terço, Mutantes, Sindicato do Rock e Som Nosso de cada dia. Aquela noite foi memorável, mas era o Made, e na figura do Cornélius que não me saia da cabeça. Primeiro porque a banda tocava e o Cornélius se demorava para entrar no palco, e o ginásio inteiro gritava o nome dele, e quando ele finalmente entrou, foi recebido com uma chuva de bolotas de papel, bonés, até latinha atiraram nele. Ele pegou uma latinha e foi na beira do palco, junto da platéia, não disse nada, só fez um gesto contra a platéia soltando um som vocal de uma dura danada. O som parou, silêncio absoluto, ninguém se mexia. Nas costas ele esccontia um botão de rosas, beijou-o e jogou-o para a platéia, e todo mundo, em uníssono, respondeu-lhe com um oh. A partir daí, meu amigo... mandaram um som da pesada, inesquecível. Cornélius era eletrizante (vejam-no na postantre  anterior), e creio que este era o modo que ele gostava de entrar no palco, e seus fãs também. Havia uma cumpliicidade entre eles.

Enfim, entrou um novo vocalista na banda, o Percy. Bem, as pedras não deixaram de rolar, ou pelo menos até o primeiro álbum. "O cigano", aqui postado, é um retrato fiel, quase um hino àquela geração rockn'roll.

Jairo Ramos Toffanetto

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Made in Brazil Menina pare de gritar





 

Rolando Boldrim declama poema de Catulo da Paixão Cearense - Como o joão-de-barro constrói seu ninho







(...)Só entre nós é que existe um passarinho
que constrói seu ninho como pedreiro.
Só no Brasil, meu senhor,
que Deus fez por brinquedo
um passarinho engenheiro(...)


Furnarius rufus é o nome científico da ave popularmente conhecida como João-de-barro. O processo de construção da casa dessa peculiar ave é feito em conjunto pelo macho e pela fêmea, que usam como material principal o barro úmido, e também uma mistura de esterco misturado com palha. O casal faz centenas de viagens em busca da matéria prima.

Em geral, essas casinhas tem cerca de 30cm de diâmetro, e sua parede tem 5cm de espessura, e para construí-la, o casal vai amassando o material e fazendo pequenas bolas com auxílio das patas e do bico. Um grande diferencial é que a porta da casa é feita do lado oposto a chuva e vento os especialista ainda não sabem como os pássaros têm essa noção.

Outro grande diferencial é que a casa possui 2 cômodos, o primeiro é o superior, com acesso fácil aos pássaros, o segundo é inferior, forrado com penas, musgo e pelos, para que os ovos fiquem melhor protegidos.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Pablo Neruda - Sê



Se não puderes ser um pinheiro, no topo de uma colina,
Sê um arbusto no vale mas sê
O melhor arbusto à margem do regato.
Sê um ramo, se não puderes ser uma árvore.
Se não puderes ser um ramo, sê um pouco de relva
E dá alegria a algum caminho.

Se não puderes ser uma estrada,
Sê apenas uma senda,
Se não puderes ser o Sol, sê uma estrela.
Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso...
Mas sê o melhor no que quer que sejas.

A todos os que me perguntam se o meu blog está dando dinheiro

PARA COLORIR POR DETRÁS DA MÁSCARA
Alguns conhecidos - usando máscara de amigo - perguntam-me se meu blog está dando dinheiro. Respondo-lhes que o mantenho pelo prazer, o prazer de compartilhar o que me é caro.

Pois eu, aos dezesseis anos de idade, deixei o piano e fui trabalhar numa fábrica, e fui muito feliz em todo lugar onde estive dando o melhor de mim, e até hoje o sou. Desde muito cedo conheci o valor do dinheiro abençoado pelo trabalho honrado e pela criatividade que nele pude empregar, portanto, não venham trazer para mim caraminholas da mente comum.

Eu compartilho o que passa cantando através de mim, mas se é no teu bolso que vem cantar o melhor que há em ti, compartilhe-o, tem muita gente precisando, alguns, por exemplo, poderão ser seus vizinhos de túmulo, uma assombração para você na tétrica e longa noite escura. Eu abro o meu peito, e você, porque não começa abrindo o teu bolso? 

O juízo de valor está noutro lugar. É preciso ter juízo e uma rosa no coração para conhecer este lugar. Sozinho ninguém chega a ele. Se você quer develar a rosa, o Jardinheiro aparece. 

Gente, é preciso abrir a mente, deixar de ser pobre, abandonar a mente comum, e o resto... o resto vos será acrescentado.

"Olhai para os lírios do campo, como eles crescem: não trabalham, nem fiam. Eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles" (Mateus 6:28-29).

Jairo Ramos Toffanetto

Robin Trower - Dressed in Gold

Robin Trower - Dressed in Gold
Album The Playful Heart
from the 2010



quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O Despertar da Montanha (Eduardo Souto - Radamés Gnatalli)

"Você acaba de fazer o seu "Danúbio Azul", disse o professor Guilherme Fontainha a Eduardo Souto, quando este lhe mostrou, ao piano, "O Despertar da Montanha". Peça essencial do repertório pianístico brasileiro, típica dos saraus do início do século XX. "O Despertar da Montanha" é a obra mais conhecida de Souto. Lançada no tempo das partituras (1919).


Eduardo Souto a chamava de tango de salão, mais próximos ao choro que os tangos de Ernesto Nazareth.


Ouça também "O Despertar da Montanha" com Radamés Gnatalli.
Gravada originalmente em 1931 na Odeon pela Orquestra Colonial.
http://poemas-de-sol.blogspot.com/2011/08/radames-gnatalli-despertar-da-montanha.html



Meu velho e bom pai ouvia "O Despertar da Montanha" (Gnatalli) olhando a última claridade do dia entrando pela vidraça. Para mim, aquilo era uma saudade sem cura, um silêncio imorredouro, um estado do oração.

Numa gota de chuva

Sempre que me levanto subo ao terraço de casa. Nele procuro me integrar com o que está disponível para os sentidos. Às vezes isto gera um poema, pode dar-se em prosa, um simples haicai, um ensaio, uma crônica... ou simplesmente eu guardo o sentimento e, de repente - não sei quando - ele aflora.

Hoje, na primeira claridade do dia eu subia ao terraço quando senti na testa uma gotícula de chuva. Tive a mesma sensação de quando, meses atrás, fui atigido por um gotejão na testa http://poemas-de-sol.blogspot.com/2011/08/acordp-e-olho-pra-janela-fechada.html.

Tanto no gotejão quanto naquela gotícula estava um sentimento, um sentimento muito além da possibilidade deste meu fazer em arte filosofia e que só puderam ser expressos do modo como se segue:

ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO ASSIS

SENHOR, fazei de mim um instrumento de vossa Paz.
Onde houver desespero.............. que eu leve a esperança.

Onde houver ódio....................... que eu leve o amor.
Onde houver ofensa.................... que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia............... que eu leve a união.
Onde houver dúvida................... que eu leve a fé.
Onde houver erro....................... que eu leve a verdade.
Onde houver tristeza.................. que eu leve a alegria.
Onde houver trevas.................... que eu leve a luz.

Ó Mestre, fazei que eu procure mais consolar que ser consolado,
compreender, que ser compreendido,
amar, que ser amado.
Porque é dando que se recebe,
e perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se ressuscita
para a vida eterna. Amém


terça-feira, 25 de outubro de 2011

ALZIRA ESPINDOLA - FLUIR


Composição de Alzira Espíndola

Fluir 

Deixar a força do fluir
E do ar respirar
Profundo amor, olhar
Pode se ter
Pode se ter
Deixa ser
O que tiver a ver

Deitar
De frente para o céu
Sentir o mergulhar
Deixa brilhar
Refletir a imensidão
Somos sós
Somos sóis
Somos luzes
Somos mais de milhões

Seres em busca da união
Perfeito sim e não
Homem, mulher
Pedra, riacho
Alma e razão

A vida se constitui num rito de passagem.







A vida se constitui num rito de passagem.

 
Alguns a celebram no altar, lá onde está a rosa num solitário. Rendem homenagem ao que sentem maior do que si mesmos, e trabalham toda uma vida para aumentar seu próprio tamanho. Outros, agarrados na ponta do nariz, temem cair do chão sob seus pés. Recusam o belo. Morrem de vertigem. Daí o fato de desconhecerem a eternidade nas nuvens do céu. Nada sabem do arco-íris e muito menos do além dele. É pobre quem nada tem para dar. Mas se a escolha é pela miserabilidade da condição humana... Quem ama compreende.

Jairo Ramos Toffanetto


segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Astor Piazzolla - "Pia-Sol-La-Sol"

Este tango é pra se ouvir com o computador ligado
a um aplificador e caixas de som. A alta qualidade
da música é quem pede.


No Brasil o ábum Persecuta de Astor Piazzolla & Grande Orchestra d'Archi foi editado com a capa à baixo, e pela RGE-Fermata Ltda. (1977)
 

Ouça Astor Piazzolla com Amelita Baltar em postagem de 16.05.2011

Roy Orbison - Oh, Pretty Woman (Uma lLinda Mulher), e outro vídeo com cenas do filme e legendas em português

UMA LENDA AINDA VIVA, mas com seus dias contados (Terceira Parte)

- Primeira Parte:
Quarta-feira, 19 de outubro de 2011
http://poemas-de-sol.blogspot.com/2011/10/uma-lenda-ainda-viva.html
- Segunda Parte:
Sábado, 22 de outubro de 2011
http://poemas-de-sol.blogspot.com/2011/10/uma-lenda-ainda-viva-mas-com-seus-dias.html



Terceira Parte:


       Ao retirar a máscara de oParta, Dna. Desgraça se surpreendeu ao ver o rosto do marido, o mesmo de quando o conhecera e muito parecido com o do filho Cinzento. Ele olhava para o céu azul e se admirava dizendo:

       - Desgraça, levei uma vida ao seu lado sem levantar os olhos para o Céu.

       - Oh, meu marido... como nos permitimos viver tão mau assim.

       - Só agora vejo meu filho. Ele sempre esteve à nossa frente e nós nunca soubemos quem ele era. Deveria ter sido chamado de Lindo Céu Azul ao contrário de Dia Cinzento. Estou morrendo, e só agora consigo vê-lo. Gostaria de ter minha vida de volta para, ao seu lado, finalmente podermos viver em paz ao lado do nosso filho amado. Assim o disse e seus olhos, vidrados no céu azul, foi perdendo o brilho.

       - Eu também, eu também, disse a Desgraça chorando sobre seu corpo.

       Assim que ela fechou os olhos do marido, a filha, Praga Sem Fim, instou para a mãe.

       - Vem mãe, vamos voltar pra casa, não há nada que possamos fazer pelo pai. Ele já era.

       - Vou ficar com o meu marido até o fim. O meu lugar é ao lado dele. Volte você para aqueles pântanos mefíticos e não saia mais de lá.

       Dito isto, Dna. Desgraça, que era muito antiga, readquiriu a formosura de quando conhecera o marido.

       Nisto chegou a Graça da Vida. Sem poder suportar a sua presença, Praga Sem Fim apressou-se em sair dali. Alguns passos depois, ela se voltou para trás e rogou uma praga nas costas da mãe.

       Imediatamente Dna. Desgraça foi ficando de cabelos brancos e, de um momento para outro, seu corpo foi alcançando total decrepitude até morrer sobre o peito do seu marido.
. . .

Como esta lenda é só uma lenda de um mundo em estado terminal e não uma tragédia aos moldes dos mitos gregos, na quarta e última parte teremos um final alvissareiro. Vejam a próxima e última postagem de "UMA LENDA AINDA VIVA, mas com seus dias contados"

Jairo Ramos Toffanetto

domingo, 23 de outubro de 2011

Tarcila do Amaral (Cartão Postal - A Lua - Manacá - O lago)



1. 2.
3.4.
 

1. Cartão Postal - Esta tela é o maior Cartão Postal do Brasil. O macaco é um bicho Antropofágico de Tarsila que compõe a tela.
 
2. A Lua - Este quadro era o preferido do modernista Oswald de Andrade, seu marido quando pintou a tela. Ele conservou o quadro até sua morte (mesmo já separado de Tarsila).

3. Manacá - Esta flor é representada por Tarsila de uma maneira particular, bem típica da obra dela.
 
4. O Lago - Tela da fase Antropofágica, com o colorido e o tema tão típicos de Tarsila.
 
 
TARSILA  (1896-1973)
 Tarsila do Amaral ficou conhecida simplesmente como Tarsila, é considerada uma das principais artistas modernistas latino-americanas. Ela era um membro do Grupo dos Cinco, que incluiu Anita Malfatti, Menotti del Picchia, Mário de Andrade e Oswald de Andrade




Perre Barouh cantando bossa-nova


Manhã de domingo é, para mim, de "chorinho" (ver postagem anterior com Abel Ferreira), mas também de Bossa-Nova, e aqui na voz de Perre Barourm um requinte sonoro.

ABEL FERREIRA (Chorando Baixinho) e com Nara Leão (Luz Negra, de Nelson Cavaquinho)

A eternidade da alma brasileira tem datas de registros.
Chorando Baixinho é uma destas, e de 1942. 
O aqui postado é de 1962, mas a memória não está nas datas, e sim na poética do coração.

Segue um registro de imagem do Abel em 1964 ao lado de Nara Leão,
a musa da Bossa Nova, a qual,  como um divindade, canta
 Luz Negra de Nelson Cavaquinho .

Abel Ferreira (1915-1980)
Trouxe a música dentro de si e dela nunca se separou. Por toda a vida manteve o hábito de moleque quando desmontava o clarinete, peça por peça, para mantê-lo nos bolsos e carregá-lo pra todo lado.

sábado, 22 de outubro de 2011

LUIZ MELODIA E ZEZÉ MOTTA - DORES DE AMORES




Zezé Motta

Composição de Luiz Melodia


Eu fico com essa dor
Ou essa dor tem que morrer
A dor que nos ensina
E a vontade de não ter
Sofrer de mais que tudo
Nós precisamos aprender
Eu grito e me solto
Eu preciso aprender
Curo esse rasgo ou ignoro qualquer ser
Sigo enganado ou enganando meu viver
Pois quando estou amando é parecido com sofrer
Eu morro de amores
Eu preciso aprender

Egberto Gismonti '' Selva Amazônica ''


Criatividade tão exuberanto quanto à nossa selva amazônica.



UMA LENDA AINDA VIVA, mas com seus dias contados (Segunda Parte)


Esta história é a Segunda Parte de "UMA LENDA AINDA VIVA... mas com seus dias contados" postada nesta quarta-feira, 19 de outubro de 2011 http://poemas-de-sol.blogspot.com/2011/10/uma-lenda-ainda-viva.html


(Segunda Parte)


       Raio Q. foi ameaçar D' Sol dizendo-lhe que mais uma vez submergiria o planeta em água caso ele não lhe dissesse aonde estava o Cinzento, seu filho. Vendo que D' Sol não esboçara nenhuma reação, ameaçou dizendo-lhe que ele podia tirar o seu Cavalinho da Chuva, pois nunca mais poria seus lindos raios dourados no planeta, e ouviu a seguinte resposta:

       - Só não te necroso com um raio daqueles porque o meu principio é o da vida e não o da morte. Mas já que você falou do meu Cavalinho, cuidado que ele vem chegando por aí.

       - Aonde?

       - Bem atrás de você.

       Quando oParta se virou pra ver, tomou um portentoso coice bem no meio da sua cabeça de lata. Isto o deixou muito bravo, e apontando o dedo para soltar uma faísca elétrica contra o Cavalinho, a emissão do raio entrou em curto porque a lata estava amassada pelo coice e, assim, o raio que não saiu pra fora o fulminou por dentro.
 . . .

       Seguida pela filha Praga Sem Fim, Dna. Desgraça logo chegou, e ao ver o marido como um churrasco, apressou-se em lhe tirar a lata da cabeça.

       Bem... esta história continua numa próxima postagem, e qualquer semelhança entre Raio Q. o Parta com Darth Vader da série Star Wars é meramente visual.

Jairo Ramos Toffanetto

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Hélio Delmiro - "Esperando" e "Waltzin"

Em 1980, Hélio Delmiro realiza seu grande sonho e grava este seu primeiro disco "Emotiva" pela EMI-ODEON. Admirado e respeitado internacionalmente, reconhecido como um dos melhores guitarrista do mundo por Lary Coriell, Chick Corea e Leonard Feather, neste disco Helio confirma sobejamente suas virtudes.

Composição: Hélio Delmiro
A faixa "Esperando", foi gravada com um sexteto formado por Danilo Caymi (flauta), Hélio (guitarra), Jota Moraes (vibrafone), Luiz Avellar (piano elétrico), Paulo Russo (baixo) e Pascoal Meirelles (bateria).

Segue "Waltzin" (Composição de Victor Assis Brasil): 


Contra-capa do disco:


Kraftwerk - "RADIO ACTIVITY" e "Pocket Calculator"


Aqui o grupo alemão canta em italiano

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Alberto Ginastera - Danzas Argentinas pt.1 e Panambi


Panambí. Leyenda Coreografica, Suite". 1. Claro de luna sobre el Parana; 2. Invocación a los espiritus podorosos; 3. Lamento de las doncellas; 4. Fiesta indigena-Danza de los guerreros.
Panambi (Suite de Bailado):

Ginastera tinha somente 20 anos quando compôs este bailado cuja história é baseada numa lenda indígina sul-americana. As lendas indígenas são histórias fantásticas cheias de mistério sobrenatural, ligadas à feitiçaria e à magia. O estilo da suite é muito diverso, varia desde o impressionismo moderno ao primitivismo sofisticado.


ALBERTO EVARISTO GINASTERA
 (Buenos Aires, Argentina 11.04.1919 - Genebra, Suíça 25.06.1983)