sexta-feira, 30 de março de 2018

Soneto II - Das lágrimas _JRToffanetto


Soneto II - Das lágrimas

Vida nova vem cobrir descampado
Bons ares depois da tempestade 
Não haverá lamento que o abafe
Todo seu campo encher o não trilhado

Não sofras com tal lágrima travada 
Se o que fica é mortalha, leito seco 
Ou deixe-se por ela ser lavado
Segue-se arco íris adiante, abeire-se

O amor passa abastando-o de realeza
Oh, alianciando céu e terra almeja
Espírito liberto o abraçará

Chores sim, só pelo que vale a pena
Vejas se há bondade ao que lhe acena
E a dor jamais o afivelará

JRToffanetto

quinta-feira, 29 de março de 2018

quarta-feira, 28 de março de 2018

Waldir Azevedo - Carioquinha



Waldir Azevedo foi um pioneiro que retirou o cavaquinho de seu papel de mero acompanhante no choro e o colocou em destaque como instrumento de solo, explorando de forma inédita as potencialidades do instrumento.

Waldir Azevedo - Vê Se Gostas



Nina Becker _De Um Amor em Paz



Sonhorealismo 12 - Horizonte Oeste _JRToffanetto

A humanidade vive os tempos mais escuros da história, mesmo porque não reconhecem a escuridão. É preciso fazer a "passagem" para a Luz. O momento é propício à reflexão, iniciar o processo. Os sinais estão por toda parte, pra quem tem olhos para ver...  Existe um Amor Maior, uma Bondade Maior. (JRT)

Horizonte Oeste, 08:17h, 26.03.2018, Jdí-SP

segunda-feira, 26 de março de 2018

Sonhorrealismo/9 _Haicai #203 JRToffanetto


Fotógrafo de rua desde que da Regina -maior cúmplice do meu fazer artístico literário - ganhei uma máquina fotográfica em 2010, agora "também" me abre abre novas possibilidades, pois descobri, com o editor de imagem do meu celular o que noutro dia atrás nominatei como "sonhorrealismo". Fotografias que trazem a realidade como sonho dos mais belos que possam alcançar o outro, os amigos deste blog "Poemas de Sol", objetivo primeiro deste embarque na Internet. Então, ao buscar meu banco destas imagens, descobri que quase tudo está dentro deste meu "sonhorrealismo". Agora a pouco, 6:45h, abro meu "facebook" e revejo o haicai 203 postado há um ano - criado logo nos primeiros anos 2000, e passo identificar "quase" tudo" (poemas, ensaios, crônicas, continhos, fotografias...) dentro desta meu novo nominatar", e já delibero a proposição de criar um novo blog a se chamar "Sonhorrealismo". Por enquanto, continuo chamando e fazendo o que venho dizendo acima
 
Sonhorealismo/9*  
A Rosa Azul 
Haicai.203

A rosa não obstou
tinteira do poeta, sorveu-a.
Versos azuis rosou
JRToffanetto

* Não por acaso e muito menos por coincidência, o nove encerra todos os números aterior a ele, a partir do zero, o vazio aonde cabe o infinito.

domingo, 25 de março de 2018

Sonhorrealismo/8 _JRToffanetto (texto e foto)


Quando me sinto meio seco, gosto de assobiar alguma velha canção até me tornar tão tinto quanto uma ave canora. (JRToffanetto) 
Sanhaço azul (Acaí-açu)

Sonhorrealismo/7 _fotoJRToffanetto


O perigo da vida real qual pesadelo, 
é que o pesadelo será tanto mais quanto sonhos de menos. 
(JRToffanetto)
Rua Olavo, V.Arens, Jdí/SP/2016 

Ele não tinha sol _Crônica JRToffanetto - Sonhorrealismo (6)

Sonhorrealismo (6)
07.03.2018, 15:23h

Quando o sol bate forte


Pra mim que, cedinho, recebo da aurora o gosto do sonho das estrelas em razão da vida que vale a pena ser vivida, já às 9:15h, alguém, buscando meu assentimento ao seu indisfarçado derrame de infelicidade para com o dia, o trabalho, e tudo mais, aborda-me reclamando ao modo da mente comum deste straussiano tristes trópicos:
- Quem que aguenta, já cedo e o sol batendo forte deste jeito! Respondi-lhe:
- Batendo?!
Sentindo-se golpeado, ele se retirou pisando duro. Coitado, apanhando do seu sol, não do meu.

 Às 15:23h, depois da foto acima, lembrei-me do tal sicrano e fui vê-lo em seu setor. Por uma bobagem qualquer, ele se chacoalhava de rir no meio de uma roda de falazes. Não lhe perguntei do seu sol. Ele não tinha nenhum.

(JRToffanetto)

5:57h, 16.03.2018, do terraço de casa

Sonhorrealismo (5) _fotoJRToffanetto



sexta-feira, 23 de março de 2018

Sonhorrealismo - 3 _fotoJRToffanetto



A traça e o traço Haicai #640 _JRToffanetto



A traça e o traço
Haicai #640

Do coração o amor é traço.
Que foi?... que foi?...
Foi a traça que comeu o traço?...
(JRToffanetto)


Sonhorrealismo - 2 _fotoJRToffanetto


Em Cpo.Lpo.Pta., fev/2018

quarta-feira, 21 de março de 2018

Brincando com a sombra _Regina e JRToffanetto (Sonhorrealismo/1)

Sonhorrealismo 1

Fim da tarde de domingo na Av. Samuel Martins, Jdí/SP. A Regina interrompe nossa caminhada e brinca com sua sombra contra um muro.



O tempero do homem _JRT



O tempero do homem
É o sal da terra
A têmpera
É de terra e céu,
E florestas, mares, rios...

(JRToffanetto)

"Amor de Índio" - Beto Guedes


"Amor de Índio" - Beto Guedes
De Beto Guedes e Ronaldo Bastos

Amor de Índio
Beto Guedes

Tudo que move é sagrado
E remove as montanhas
Com todo o cuidado
Meu amor
Enquanto a chama arder
Todo dia te ver passar
Tudo viver a teu lado
Com o arco da promessa
Do azul pintado
Pra durar

Abelha fazendo o mel
Vale o tempo que não voou
A estrela caiu do céu
O pedido que se pensou
O destino que se cumpriu
De sentir seu calor
E ser todo
Todo dia é de viver
Para ser o que for
E ser tudo

Sim, todo amor é sagrado
E o fruto do trabalho
É mais que sagrado
Meu amor
A massa que faz o pão
Vale a luz do seu suor
Lembra que o sono é sagrado
E alimenta de horizontes
O tempo acordado de viver

No inverno te proteger
No verão sair pra pescar
No outono te conhecer
Primavera poder gostar
No estio me derreter
Pra na chuva dançar e andar junto
O destino que se cumpriu
De sentir seu calor e ser todo

segunda-feira, 19 de março de 2018

Valentin Silvestrov (1937-) Nostalghia (2001)

Peter Bannister, piano

Ex - Haicai #637


Ex
Haicai #637 
Fui um caçador de brasa
Ao encontrá-la eu pegava o raio
(JRToffanetto)

domingo, 18 de março de 2018

Além Do Horizonte - Nara Leão



Gragoatá cantando "Passarinho" na copa das árvores


Gragoatá cantando "Passarinho" na copa das árvores
Música de Renato Côrtes (violão)
Voz de Rebeca Sauwen

Haicai #566. No fundo da trova _JRToffanetto


Michelangelo
No fundo da trova
Haicai #566 

no fundo da trova,
longeva diva do mar
cabelo escova
(JRToffanetto)

Jon Faddis - All Blues

Em Altas Horas:


sábado, 17 de março de 2018

Até o dia em que... (Conto) _JRToffanetto



Até o dia em que...

Havia uma formiguinha à beira da passagem. Vimos que eram muitas, todas espalhadas esquadrinhando piso e parede. Assim elas o fazem desde tempos imemoriais, e até o dia em que uma delas dirá:

- Havia uma formiguinha à beira da passagem. Vimos que eram muitas, todas espalhadas esquadrinhando piso e parede. Assim elas o fazem desde tempos imemoriais, e até o dia em que mais uma delas passa e a porta se fecha por mais doze mil anos.

(JRToffanetto)

O céu da Av. Juscelino Kubitschek/SP _fotoJRToffanetto


        março de 2015

quarta-feira, 14 de março de 2018

Bocage _LXXI* Nascemos para amar







Bocage
Manuel Maria Barbosa du Bocage (1765-1805)

LXXI*
Nascemos para amar

Nascemos para amar; a humanidade
Vai tarde ou cedo aos laços de ternura.
Tu és doce atrativo, ó formosura,
Que encanta, que seduz, que persuade

Enleia-se por gosto a liberdade;
E depois que a paixão nalma se apura,
Alguns então lhe chamam desventura,
Chamam-lhes alguns então felicidade.

Qual se abisma nas lôbregas tristezas,
Qual em suaves júbilos discorre,
Com esperanças mil na ideia acesas.

Amor ou desfalece, ou para, ou corre;
E, segundo as diversas naturezas,
Um porfia, este aquece, aquele morre.

Observação: o poeta descreve objetivamente os vaivéns do mundo do amor.
·          Bocage Sonetos Pág.100, Biblioteca Folha(10)

terça-feira, 13 de março de 2018

Ventura fotográfica _JRToffanetto


Às vezes, depois de satisfeito com uma sessão fotográfica, você ainda explora mais um pouco em redor só pra ver se tem algo mais te aguardando. O sentir "estar sendo aguardado" é este mesmo dentro da ventura que se abre e que de um momento para outro se fecha. Fotografia sem editor de imagem, apenas recorte/Cpo.Lpo.Pta/SP04.02.2018).

segunda-feira, 12 de março de 2018

Cruz de Flauta (2)* _JRToffanetto



Cruz de Flauta (2)*

Do sopro oco bambu
todo poeta carrega
papel verde,
um retalho que for
em branco
verde de ideias

Antes da palavra
No bolso cheio de vento
Todo poeta traz
Um toco de lápis
Grafite apontado
Sentimentos giz de cera

Lança mão do lápis
Estica o arco
O estro
Arremete-o em mira
Atravessa nuvens densas
à arca de estrelas

Vindas com a brisa das manhãs
Borboletas de todas as pétalas
Aventam retalhos verdes por aí
sob a poeira dos tempos
Levantam
dormitantes versos bebês

Voe papel
Cante
Voe verde
Cante
Voe ao sol
Doure-se
        Cante
     sopro oco
       bambu

(JRToffanetto)
*A cruz de flauta (1) é um poema bem longo escrito em uma semana/full time entre 1999 e 2001. Publiquei a primeira parte neste meu blog “Poemas de Sol”.

Nada - Amore disperato (Original Version)



sexta-feira, 9 de março de 2018

Fotografia Conceitual _Yuri(Ulrych)N.Toffanetto

Meteoro azul
na curva do tempo espaço


Poema de Bolso _JRToffanetto


Poema de Bolso
No bolso cheio de vento
Todo poeta traz um papel
Um toco de lápis grafite
Apontado de sentimentos
Giz de cera
(JRToffanetto)

quinta-feira, 8 de março de 2018

quarta-feira, 7 de março de 2018

segunda-feira, 5 de março de 2018

Abstraindo.41 (foto/Edição) _Pupilas Mágicas


Abstraindo.41 (foto/Edição)
_ Pupilas Mágicas

Da culminância garoante
a tocar os pés do meu bem,
o céu aberto em pupila abarcante,
mágica, nela se atém
(JRToffanetto)

Foto/Edição/JRToffanetto-Rua República de Israel/SP/2016

sábado, 3 de março de 2018

" Squeeze Me " _Maria Muldaur


Menino pássaro _JRToffanetto



Menino pássaro

Não existia tempo para nós. O olhar compartilhado pelo silêncio... 

Foi assim que descobrimos que o canto dos passarinhos é o jeito de eles se estenderem para fora cantando, tonando canora a manhã, o ar da pureza, mais e mais encantadora. Tudo nos parecia sorrir de dentro.

Estávamos a olhar um passarinho que pousara sobre fiação elétrica entre dois postes. Ali ele cantava de quando em quando. O peito do passarinho tornava-se proeminente porque estávamos diretamente debaixo dele. Num destes intervalos de canto, um de nós pausadamente exclamou cantante:
- Olha o peitinho dele, olha!

Ninguém ousou quebrar aquele instante mágico olhando para o menino. Vendo o passarinho víamos o menino. Sorríamos como ele, e de novo, sua exclamação cantante:
- Olha o peitinho dele, olha! e o passarinho cantou novamente.  

O canto do peito do passarinho no peito do menino, no peito de cada um de nós. De certo modo, cada um de nós ganhamos um pouco de passarinho. 

O menino não ganhou apelido de passarinho, mas sempre que ele aparecia era passarinho que se parecia.

(JRToffanetto)