quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Parados na estação

Mais fotos e um pouco de história no endereço:
(esta postagem é em razão da anterior
"Flores e cores da relva")

       Há muito tempo li um estudo sócio-paleo-antropológico (não me lembro a fonte) sobre o processo evolutivo do homem primitivo e a sua atenta forma de se auto preservar, e se hoje aqui estamos, deve-se ao êxito dele nisto. Aquele homem levava mil anos para implementar um novo procedimento. Só dava um passo adiante depois de conhecer muito bem o passo anterior. Em tudo o que fazia reconhecia o processo (início, meio e fim), e toda a coletividade ganhava com isto.
       Nos dias de hoje, o homem moderno, egoísta como nunca, perdeu o timão de sua nau e, às cegas, a tudo atropela, egoisticamente. Em alta velocidade de tempo avança para a morte e não para a vida.
       Afinal, quem é mais primitivo, o "homo sapiens" de ontem ou o "homo burriens burriens" de hoje?
 
Jairo Ramos Toffanetto

domingo, 22 de agosto de 2010

Flores e cores da relva


       Cruzando a linha do trem em meu caminho de volta para casa, deparei-me com as cores do entardecer vestindo a relva a contornar a orla da linha férrea como uma delicada renda. 

       Parado diante daquela vista que vinha para ficar comigo, lembrei-me de anos atrás quando fui buscar meu filho Yung na saída do jardim da infância só para voltarmos pelas margens da linha do trem. Ele, um toquinho de gente, e que corria, corria sem parar pela mesma relva em cores brilhantes. Deixei-o distanciar-se de mim só para que a experiência ficasse livre para ele.


       Desta vez eu estava com uma câmera digital presa à cinta, mas sabia que nenhum recurso fotográfico reproduziria os sentimentos que aquela imagem evocava em mim.

       Tirar fotos dali foi um privilégio, pois o acesso, segundo informações obtidas com funcionários da MRS no barracão de abastecimento de locomotivas a diesel, toda extensão da linha férrea, de Jundiaí a Rio Grande da Serra, está sendo interdito a pedestre através da instalação de cercas em suas margens. Disseram-me que o sangue de pequenos animais atropelados danifica o maquinário sob os vagões.
       
Liguei pra estação ferroviária. Informaram-me que as cercas se deviam a inúmeros acidentes por invasão de domínio e que geram altos custos com indenizações. Imagino eu que, alguns destes, provocados por pessoas desesperadas e em busca de auxílio-invalidez, mas em número não maior que zero vírgula zero alguma coisa.


- Afora isto, PôXA! será se municípios e governo do estado ao lado de técnicos da MRS e CPTM não teriam soluções integradas e em especial atenção à muita gente que precisa cortar caminho pela linha do trem? Uma cerca aqui, uma passarela ali, placas de sinalização, sinais automáticos de advertência sonora e assim por diante? Afinal, é só por a cabeça para pensar.

Definitivamente,
atravessar a linha do trem é uma necessidade inconteste a pedestres. Cercá-la é deixar que estes se danem pela extensão dos longos contornos à pé, muitas vezes sob sol e chuva. E também que se danem com o tempo gasto somado ao custo de transporte urbano, custo este que é debitado do que se põem à mesa para comer ou de remédios que se tenha de comprar. E vejam só, estamos em época de eleições e os politiqueiros e espertalhões de plantão estão por todo canto à caça de voto. Alguém acredita que os tais representantes do povo ponham atenção neste particular de sofrimento e dor. E olha que estamos falando de velhinhos, mulheres com criança no colo, gente doente, outras com fome e etecétera e tal. A propósito, estou cansado de ver a risadinha dos políticos em banners emporcalhando o visual das ruas da cidade. Meu voto irá para aquele que tiver a vergonha estampada na foto.

Espaços urbanos como o da linha do trem (desde 1867), estão carregados de sentimentos. São estes espaços que formatam o psiquismo do cidadão e que não só merecem como devem ser respeitados.



       No site da CPTM, vi que a tal companhia atende a 89 estações num total de 22 municípios, ao longo de seus 260,8 quilômetros de linhas operacionais.  Considerando as duas margens da linha férrea, dá pra imaginar 420 km de cerca? Possivelmente a maior cerca de ferro do mundo e um negócio da China. Quantas toneladas deste metal e solda foram gastos? e o rio de tinta, ou quantos metros cúbicos de comporta? E mais, quantos carros fortes precisariam para enchê-lo do gasto representado por dinheiro em papel? e, finalmente, nesta república do "abra-te Sézamo" porque não desconfiar de quantas cuecas fortes se precisou para trasladar o que escapou pelo ladrão? Ai se a moda pega pela extensão continental de nosso país retalhado por ferrovias!!!

O dinheiro gerado por todas as cidades constantes neste esquema metropolitano de linhas férreas é o maior do continente latino-americano, e merece investimentos mais inteligentes, honestos e humanizantes. Que saudades de um Mário Covas!

Não acho honesto alguém ser atraopelado pelo trem e a MRS e a CPTM se auto-eximir da indenização e, como Pilatos, também da culpa sob a alegação de que fizeram a cerca preventiva, entrementes, se esta ação se deveu-se à nobre intenção de se preservar vidas, então, que também as rodovias intermunicipais e estaduais sejam cercadas. Diz um axioma popular que "a burrice não tem tamanho", mas tem, ela vai, neste caso e até onde sei, de Jundiaí a Rio Grande da Serra.

Vejam a minha postagem de segunda-feira, 16 de agosto, para se entender o resto deste manifesto de fundo essencialmente poético, e que ele possa cumprir o seu fim útil. A questão é que por estas plagas ainda não alcançamos o patamar do que se pode chamar de civilização humana, ou pelo menos até quando tivermos mais construtores de cercas que construtores de uma nação.

 Jairo Ramos Toffanetto 

terça-feira, 17 de agosto de 2010

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O motivo das "Eleições 2010"

(Imagem e texto acima extraídos da Internet)

Eça de Queirós (1845-1900) -  Romancista e contista luso.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Lá em casa

Lá em casa... "Todo mundo canta. Todo mundo dança. Todo mundo samba. E ninguém se cansa." (Martinho da Vila)

Em um sábado à noite, meus filhos Yuri (19) e Yung (15) com o Vinícius (16).

Lá em casa... todo mundo brinca.


Eu não resisto a coceira de invadir o espaço deles para uma boa foto. Eles só me chamam quando querem jogar truco, e eu vou para ajudá-los a garantir uma boa farra.

Entendo que o lúdico deve ser cultivado de forma natural na vida da criança e do adulto. Valorizar a brincadeira e a inteiração social desenvolvem hábitos e atitudes construtivas, exercitam a criatividade e a imaginação.

Ao longo de minha vida profissional, e acompanhando o desenvolvimento das pessoas em redor, identifiquei que as melhores respostas ao trabalho são dadas por aqueles que cultivam algum hobbie ou prática totalmente diferente do que fazem em seu dia-a-dia profissional.

Enfim, esta postagem está na razão da anterior "Empresas fazendo a diferença" (Parte 1)

Jairo Ramos Toffanetto

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

EMPRESAS FAZENDO A DIFERENÇA (Parte 1)

(imagem extraída da Internet)

Existem muitas fórmulas para se dar treinamento dentro das empresas. A do “5s” e a do “Treinamento Corporativo” são as mais conhecidas. A primeira, buscando modificar o meio, apenas automatiza o comportamento do homem segundo a ordem de necessidades comuns. A segunda amplia a consciência dele em relação à empresa, mas esta pode se tornar uma comunidade fechada como uma seita, doutrinariamente limitante ao indivíduo.

Tecnicamente, o primeiro passo em direção à consciência profissional a ser trabalhada é verificar a cultura interna encontrada e, mediante a natureza das necessidades, adotar-se um conjunto de procedimentos que busquem a ampliação dos conhecimentos e competências de cada um e, à medida que o processo avance, verificar-se a real integração de cada um à empresa, determinando-se, por fim, quem está dentro ou fora dela.

No tempo presente, sabe-se que a empresa a sobreviver é aquela que faz a diferença no mercado através de sua responsabilidade social, porque as técnicas de venda da concorrência são muitas e cada vez mais agressivas, a ponto de induzir o cliente - e especialmente aqueles que têm dinheiro disponível, portanto, os mais privilegiados - a comprar determinado item a preço abaixo do custo de fábrica se este também comprar mais outros de um determinado conjunto, isto é, induzi-lo a comprar até o que não esteja precisando naquele momento. Ora, isto não é técnica de venda (a da sedução), mas um modo rápido de se fazer caixa alta.

Este é o ponto chave para o século XXI: “responsabilidade social” e também “ambiental”. O tema é vasto, mas, para este objeto de análise como base de um Negócio empresarial, e em que pesem esforços para ajudar o cliente em tudo de que ele possa precisar, isto não será possível se, por princípio, a satisfação dele não seja garantida como Missão. Ainda que a empresa tenha todos os recursos para tal, o sucesso deste procedimento só será possível através do funcionário que o atenda diretamente e dos demais que indiretamente trabalhem no mesmo sentido. Uma questão de Valor, portanto.

A eficiência disto não é tudo, pois se sabe, os legítimos concorrentes estão cada vez mais se especializando nisto. Enfim, para que a empresa faça diferença no mercado, é preciso que seus funcionários façam a diferença junto ao cliente interno e externo, porque o dito de que “faço a minha parte, e muito bem feita”, vem de uma mente comum do século passado, e que não está apenas em desuso, mas já não cabe neste tempo presente em projeção do futuro, portanto, em extinção, assim como empresas e pessoas que se norteiam por tal conduta relativa. Se o verdadeiro desafio está em fazer a diferença, o como (?) deverá estar nos Valores pelos quais a empresa do futuro prima, e desde já.

Em nova postagem estarei discorrendo sobre este “como (?)”. Enquanto isto, aos interessados em novas propostas de ação, pensem em dois aspectos: o “Respeito às pessoas e ao seu desenvolvimento”, e “Flexibilidade, inovação e criatividade”, porque são estes, no meu entender, o grande “x” da questão a ser trabalhado, tanto em pequenas, como em médias e grandes empresas.

Jairo Ramos Toffanetto

Contatos para consultoria:
Jairo e Regina Toffanetto
jotatoffa@yahoo.com.br
Fone: 11 4816-3872

domingo, 8 de agosto de 2010

Sentimento do Belo


Todo sentimento do Belo é essencialmente poético porque nele mora a eternidade.

(Eu estava com a Regina quando, na Vila Progresso, tiramos esta foto)

Jairo Ramos Toffanetto


sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Um tico de cérebro

O Belo é a maior força do universo. Por aqui, e até às fronteiras do cosmo, ou se está nela nela ou fora dela. Fora dela, resta a inconsciência egóica, a jurássica depredadora da vida e que tinha um tico de cérebro em seu crânio, daí o seu nome científico: antropopiteco  (leia-se antropopitico).



Crânio do Australopithecus afarensis,
um dos mais antigos hominídeos já encontrado

 Jairo Ramos Toffanetto

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

"Lá" no contratempo

             Google Imagem


Finado toda forma de vida no planeta, a última folha de árvore a cair emitiria um som musical: a nota “lá”.

Se pudéssemos sentir o rastro de luz deixado por esta folhinha... ouviríamos uma sinfonia, e não a do fim do mundo, mas a do Belo.


Jairo Ramos Toffanetto

Tarde monóxida

Trânsito pesado, afobado, tenso.
Tão feliz eu ia... com uma bicicleta às margens do Rio Jundiaí.
Águas turvas, ácidas, temerárias.
À meia-altura, andorinha voava um espaço de poema.
Céu metálico, chão sem sombras.
Segui-a rio acima. Era um passarinho, era a Poesia.
Puro, puro monóxido de carbono.

Jairo Ramos Toffanetto

domingo, 1 de agosto de 2010

Poema imagético (Op.160)




(Op.160)
O poeta verseja
qual pirilampo lume
e pássaro gorjeia


Obs.: Saiba mais sobre "Poemas Imagéticos" na postagem de
Sábado, 17 de julho de 2010

Jairo Ramos Toffanetto