quarta-feira, 31 de dezembro de 2014
terça-feira, 30 de dezembro de 2014
José Maurício Nunes Garcia - Requiem (1816)
O padre José Maurício Nunes Garcia foi um compositor brasileiro de música sacra que viveu a transição entre o Brasil Colônia e o Brasil Império. É considerado um dos maiores compositores das Américas de seu tempo.
No final do século XVII torna-se aluno do poeta e bacharel Silva Alvarenga, um dos fundadores da Sociedade Literária, difusora das ideias do Iluminismo. É assim que José Maurício busca o único caminho para o exercício da profissão de músico à época: tornar-se padre.
Francisco Gomes da Rocha - Marcha
Quer música mais delicada, bela e doce?
Francisco Gomes da Rocha (1745-1808) Compositor brasileiro nascido em Vila Rica, hoje Ouro Preto. Apenas cinco obras, das 200 que teria produzido, estão preservadas em manuscritos, as demais acredita-se que foram roubadas. Compunha música neoclássica e sacra. Faleceu no Rio de Janeiro.
Francisco Gomes da Rocha (1745-1808) Compositor brasileiro nascido em Vila Rica, hoje Ouro Preto. Apenas cinco obras, das 200 que teria produzido, estão preservadas em manuscritos, as demais acredita-se que foram roubadas. Compunha música neoclássica e sacra. Faleceu no Rio de Janeiro.
Félix Émile Taunay: Baía de Guanabara Vista da Ilha das Cobras. |
segunda-feira, 29 de dezembro de 2014
Haicai #467 Fila - 3 (JrtoffanettO)
Haicai #467 Fila - 3
Sem ser a Poesia
é ficar no umbral
da fila.
Eis a profecia
JRToffanetto
domingo, 28 de dezembro de 2014
sábado, 27 de dezembro de 2014
Haicai #238. Hay (Jrtoffanetto)
Haicai #238
A cigarra Hay
canta do poema do Criador
a sílaba que cai
(JRToffanetto)
A cigarra Hay
canta do poema do Criador
a sílaba que cai
(JRToffanetto)
sexta-feira, 26 de dezembro de 2014
Haicai #466 - Fila 2
Haicai #465 - Fila (1)
quarta-feira, 24 de dezembro de 2014
MillôrFernandes - Poemeu arquiteólogo
Poemeu arquiteólogo
Arquitetos de sombras
Não sabem de alvorada
Fazem belas janelas
Abrindo para o nada
PASSPORT - Iguaçu "Aquamarinha"
1977 - German JazzRock
Conhecida internacionalmente pelas Cataratas do Iguaçu uma das vencedoras do concurso que escolheu as 7 Maravilhas da Natureza e pela Usina Hidrelétrica de Itaipu, a segunda maior do mundo em tamanho e primeira em geração de energia, a qual, em 1996 foi considerada uma das 7 Maravilhas do Mundo Moderno Sociedade Americana de Engenheiros Civis.
segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
domingo, 21 de dezembro de 2014
SONNY ROLLINS, Decision
Jazz na Madrugada
Sonny Rollins (tenor saxophone); Donald Byrd (trumpet); Wynton Kelly (piano); Gene Ramey (bass); Max Roach (drums). - Recorded at Van Gelder Studio, Hackensack, New Jersey on December 16, 1956. Originally released on Blue Note (1542).
SONNY ROLLINS "Poor Butterfly"
Altas Horas Jazz
Sonny Rollins (tenor saxophone); J.J. Johnson (trombone); Horace Silver, Thelonious Monk (piano); Paul Chambers (bass); Art Blakey (drums) - .Recorded at Van Gelder Studios, Hackensack, New Jersey on April 14, 1957.
sábado, 20 de dezembro de 2014
Haicai #458 - Pão (jrtoffanettO)
FotoJRToffanetto
na Marginal Pinheiros/SP
Haicai #458
na Marginal Pinheiros/SP
Haicai #458
Todo caminhão,
Por estradas e cidades,
Carrega mesmo é Pão
jrtoffanettO
sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
A propósito de Stella Adler
"A vida bate e estraçalha a alma e a arte lembra que você tem uma."
Stella Adler
...e a filosifia em forma de "conduta" o torna mais forte, invencível à vida que bate e estraçalha sim, os mais fracos, aqueles que ainda não roçaram em sua alma a Grande Alma do Universo visível e não visível, do qual cada um de nós é pertence, quer queira ou não(por escolha). Enfim, a arte é uma face disto tudo mas... que bela face humana para, um dia, ultrapassar-se, tonando-se, pois, "suprahumana". (Jrtoffanetto)
Stella Adler (1901-1992). Atriz norteamericana de teatro e cinema.
Importante professora de interpretação para atores.
Fundou o Conservatório Stella Adler na cidade de Nova York em 1949.
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Pablo Neruda - Versos na Tarde / Soneto - LIII
CEM SONETOS DE AMOR
Soneto – LIII
Soneto – LIII
Pablo Neruda ¹
Aqui está o pão, o vinho, a mesa, a morada:
o ofício do homem, a mulher e a vida:
a este lugar corria a paz vertiginosa,
por esta luz arde a comum queimadura.
o ofício do homem, a mulher e a vida:
a este lugar corria a paz vertiginosa,
por esta luz arde a comum queimadura.
Honra a tuas duas mãos que voam preparando
os brancos resultados do canto e a cozinha,
salve! a inteireza de teus pés corredores,
viva! a bailarina que baila com a escova.
os brancos resultados do canto e a cozinha,
salve! a inteireza de teus pés corredores,
viva! a bailarina que baila com a escova.
Aqueles bruscos rios com águas e ameaças,
aquele atormentado pavilhão da espuma,
aqueles incendiários favos e recifes
aquele atormentado pavilhão da espuma,
aqueles incendiários favos e recifes
são hoje este repouso de teu sangue no meu,
este leito estrelado e azul como a noite
esta simplicidade sem fim da ternura.
este leito estrelado e azul como a noite
esta simplicidade sem fim da ternura.
¹ Neftalí Ricardo Reyes
* Parral, Chile – 12 de Julho de 1904 d.C
+ Santiago, Chile – 23 de Setembro de 1973 d.C
Prêmio Nobel de Literatura em 1971
* Parral, Chile – 12 de Julho de 1904 d.C
+ Santiago, Chile – 23 de Setembro de 1973 d.C
Prêmio Nobel de Literatura em 1971
quinta-feira, 18 de dezembro de 2014
Emily Brontë - O recurso da relva
A relva
Empilhem os corpos em Austerlitz e Waterloo,
solapem a terra e deixem-me trabalhar –
eu sou a relva; eu cubro tudo.
E empilhem-nos bem alto em Gettysburg
e empilhem-nos bem alto em Ypres e Verdun.
Solapem a terra e deixem-me trabalhar.
Dois anos, dez anos, e os passageiros perguntam ao
guia:
Que lugar é este?
Onde estamos agora?
Eu sou a relva.
Deixem-me trabalhar.
Emily Jane Brontë (1818-1848). Escritora e poetisa britânica, autora do romance "O Morro dos Ventos Uivantes", hoje considerado um clássico da literatura mundial. Era a segunda irmã mais velha das três sobreviventes irmãs Brontë, entre Charlotte e Anne.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
Haicai #462 "100 pius" Jrtoffanetto
Piu. Haicai #462
Piu. Haicai #462
100 pius
os pássaros cantam
e eu assobio
JRToffanetto
terça-feira, 16 de dezembro de 2014
WALLACE STEVENS "O homem do violão azul" (Português/Inglês)
O poema "O Homem do Violão Azul" de Wallace Stevens é dividido em 33 partes - aqui seguem as duas primeiras. Entre as idéias que se abrem nesse poema, destaca-se a relação do sentir entre arte e realidade comum. Expressão da leveza e densidade em equilíbrio. (JRT)
“O Old Guitarist ” (1903)
de Pablo Picasso
é um retrato impressionante de emoções complexas.
A obra encontra-se no Instituto de Arte de Chicago.
Dimensões: altura 121,3 cm (altura) x 82,5 cm (largura).
O HOMEM DO VIOLÃO AZUL
I
Homem curvado sobre violão,
Como se fosse foice. Dia verde.
Disseram: "É azul teu violão,
Não tocas as coisas tais como são".
E o homem disse: As coisas tais como são
Se modificam sobre o violão".
E eles disseram: "Toca uma canção
Que esteja além de nós, mas seja nós
No violão azul, toca a canção
Das coisas justamente como são".
II
Não sei fechar um mundo bem redondo,
Ainda que o remende como sei.
Canto heróis de grandes olhos, barbas
De bronze, mas homem jamais cantei.
Ainda que o remende como sei
E chegue quase ao homem que não cantei.
Mas se cantar só quase ao homem
Não chega às coisas tais como são,
Então que seja só o cantar azul
De um homem que toca violão.
( tradução de Paulo Henriques Britto)
( tradução de Paulo Henriques Britto)
THE MAN WITH THE BLUE GUITAR
IThe man bent over his guitar,
A shearsman of sorts. The day was green.
They said, "You have a blue guitar,
You do not play things as they are."
The man replied, "Things as they are
Are changed upon the blue guitar."
And they said to him, "But play, you must,
A tune beyond us, yet ourselves,
A tune upon the blue guitar,
Of things exactly as they are."
III cannot bring a world quite round,
Although I patch it as I can.
I sing a hero's head, large eye
And bearded bronze, but not a man,
Although I patch him as I can
And reach through him almost to man.
If a serenade almost to man
Is to miss, by that, things as they are,
Say that it is the serenade
Of a man that plays a blue guitar.
IThe man bent over his guitar,
A shearsman of sorts. The day was green.
They said, "You have a blue guitar,
You do not play things as they are."
The man replied, "Things as they are
Are changed upon the blue guitar."
And they said to him, "But play, you must,
A tune beyond us, yet ourselves,
A tune upon the blue guitar,
Of things exactly as they are."
III cannot bring a world quite round,
Although I patch it as I can.
I sing a hero's head, large eye
And bearded bronze, but not a man,
Although I patch him as I can
And reach through him almost to man.
If a serenade almost to man
Is to miss, by that, things as they are,
Say that it is the serenade
Of a man that plays a blue guitar.
The Man with the Blue Guitar, 1937
Emily Dickinson "Eu morri pela beleza"
Tradução de Perce Polegatto
Eu
morri pela beleza,
e mal havia sido sepultada,
alguém que morrera pela verdade
era deixado no jazigo ao meu lado.
e mal havia sido sepultada,
alguém que morrera pela verdade
era deixado no jazigo ao meu lado.
Perguntou-me
com carinho por que eu havia fracassado.
“Pela beleza”, respondi.
“E eu, pela verdade, o que é a mesma coisa;
somos como irmãos”, ele disse.
“Pela beleza”, respondi.
“E eu, pela verdade, o que é a mesma coisa;
somos como irmãos”, ele disse.
E
assim, como parentes que uma noite se encontram,
ficamos conversando entre os jazigos
até que o musgo alcançou os nossos lábios
e cobriu os nossos nomes.
ficamos conversando entre os jazigos
até que o musgo alcançou os nossos lábios
e cobriu os nossos nomes.
– I died for beauty…
segunda-feira, 15 de dezembro de 2014
Haicai #461 (Jrtoffanetto)
É de fôlego cruzar o trânsito de São Paulo numa manhã de segunda-feira, ida e volta. O irônico é que sempre volto com as mãos cheias de imagens e/ou haicais. Amo esta cidade de ponta cabeça. Feito a colheita, e agora com o feijão cozinhando na panela de pressão, compartilho com os amigos de "Poemas de Sol" um destes poemas imagéticos aspirado logo depois de me ver ao longe em uma vidraça espelhada:
Haicai #461
Fora do espelho
vi não me faltar
um fio de cabelo
Jrtoffanetto
domingo, 14 de dezembro de 2014
Millôr Fernandes e seu "Abecedário"
Do livro
"Millôr definitivo:
A Bíblia do Caos".
Abecedário
"Millôr definitivo:
A Bíblia do Caos".
Abecedário
O A é
uma letra com sótão. Chove sempre um pouco sobre o à craseado.
O B é um l que se apaixonou pelo 3. O b minúsculo é uma letra grávida.
Ao c só lhe resta uma saída. O ç cedilha, esse jamais tira a gravata.
O D é um berimbau bíblico.
O e minúsculo é uma letra esteatopígia (esteatopígia, ensino aos mais atrasadinhos, é uma pessoa que tem certa parte do corpo, que fica atrás e embaixo, muito feia). O E ri-se eternamente das outras letras.
O F, com seu chapéu desabado sobre os olhos, é um gângster à espera de oportunidade. O f minúsculo é um poste antigo.
A pontinha do G é que lhe dá esse ar desdenhoso. O g minúsculo é uma serpente de faquir.
O H é uma letra duplex. A parte de cima é muda. Serve também como escada para as outras letras galgarem sentido. O h minúsculo é um dinossauro.
O I maiúsculo é guarda, em seu porte de letra, um pouco de número I romano. O i minúsculo é um bilboquê.
O J, com seu gancho de pirata, rouba às vezes o lugar do g. O j minúsculo é uma foca brincando com sua bolinha.
Vê-se nitidamente: o K é uma letra inacabada. Por enquanto só tem andaimes. Parece que vão fazer um R. Junto com o k minúsculo o K maiúsculo treina passo-de-ganso.
O L maiúsculo parece um l que extraíram com raiz e tudo. Mas o l minúsculo não consegue disfarçar que é um número 1 espionando o alfabeto.
O M maiúsculo é um gráfico de uma firma instável. O m minúsculo é uma cadeia de montanhas.
O N é um M perneta. No n minúsculo pode-se jogar críquete com a bolinha do o.
O O maiúsculo é um buraquinho no alfabeto.
O p é um d plantando bananeira.
O Q maiúsculo anda sempre com o laço do sapato solto. O q minúsculo é um p se olhando de costas no espelho.
O R ficou assim de tanto praticar halterofilismo.
Sente-se que o s é um cifrão fracassado. O S maiúsculo é um cisne orgulhoso.
Na balança do T se faz jusTiça.
O U é a ferradura do alfabeto, protegendo o galope das idéias. O u minúsculo é um n com as patinhas pro ar.
O v é uma ponta de lança.
O x é uma encruzilhada.
O Y é a taça onde bebem as outras letras. Desapareceu do alfabeto porque se entregou covardemente, de braços para cima.
O W são vês siameses.
O Z é um caminho mais curto entre dois bares. O z minúsculo é um s cubista.
O B é um l que se apaixonou pelo 3. O b minúsculo é uma letra grávida.
Ao c só lhe resta uma saída. O ç cedilha, esse jamais tira a gravata.
O D é um berimbau bíblico.
O e minúsculo é uma letra esteatopígia (esteatopígia, ensino aos mais atrasadinhos, é uma pessoa que tem certa parte do corpo, que fica atrás e embaixo, muito feia). O E ri-se eternamente das outras letras.
O F, com seu chapéu desabado sobre os olhos, é um gângster à espera de oportunidade. O f minúsculo é um poste antigo.
A pontinha do G é que lhe dá esse ar desdenhoso. O g minúsculo é uma serpente de faquir.
O H é uma letra duplex. A parte de cima é muda. Serve também como escada para as outras letras galgarem sentido. O h minúsculo é um dinossauro.
O I maiúsculo é guarda, em seu porte de letra, um pouco de número I romano. O i minúsculo é um bilboquê.
O J, com seu gancho de pirata, rouba às vezes o lugar do g. O j minúsculo é uma foca brincando com sua bolinha.
Vê-se nitidamente: o K é uma letra inacabada. Por enquanto só tem andaimes. Parece que vão fazer um R. Junto com o k minúsculo o K maiúsculo treina passo-de-ganso.
O L maiúsculo parece um l que extraíram com raiz e tudo. Mas o l minúsculo não consegue disfarçar que é um número 1 espionando o alfabeto.
O M maiúsculo é um gráfico de uma firma instável. O m minúsculo é uma cadeia de montanhas.
O N é um M perneta. No n minúsculo pode-se jogar críquete com a bolinha do o.
O O maiúsculo é um buraquinho no alfabeto.
O p é um d plantando bananeira.
O Q maiúsculo anda sempre com o laço do sapato solto. O q minúsculo é um p se olhando de costas no espelho.
O R ficou assim de tanto praticar halterofilismo.
Sente-se que o s é um cifrão fracassado. O S maiúsculo é um cisne orgulhoso.
Na balança do T se faz jusTiça.
O U é a ferradura do alfabeto, protegendo o galope das idéias. O u minúsculo é um n com as patinhas pro ar.
O v é uma ponta de lança.
O x é uma encruzilhada.
O Y é a taça onde bebem as outras letras. Desapareceu do alfabeto porque se entregou covardemente, de braços para cima.
O W são vês siameses.
O Z é um caminho mais curto entre dois bares. O z minúsculo é um s cubista.
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