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A intimidade das sombrinhas
São sombrinhas por que sob a luz da estrela sol só cabe um
corpinho.
Leves e soltas, as sombrinhas são pertences do arco-íris sob
nuvens tenebrosas, e as gotas de chuva que as tocam se transformam em pedrinhas
de brilhante, daí o rasto luminoso que as seguem.
Prima de dois guardas – guarda-chuva e guarda-sol, as
charmosas e coloridas sombrinhas defendem delicados corpinhos dos raios de sol
e até de trovoada.
Se guarda-chuvas lembram temerários morcegos voando por
vielas escuras, sombrinhas são coloridas borboletas a pousarem em vitrines brilhantes.
Se na multidão um rastro de perfume o tocou, procure por uma
sombrinha. Sob ela há um repositório de descansada beleza o esperando com um
sorriso lunar, mas cuidado, elas vexam-se com acenos abruptos ou maliciosos e sempre
voam pra longe de olhares indelicados ou predadores.
A tecitura das sombrinhas é feita com a linha do horizonte a
partir da barra clara do dia e, assim, são carregadas sem nenhum esforço.
Elas são irmãzinhas do Pequeno Príncipe de Saint Exupery.
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