segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Yuri Ulrich _Coração de Vidro (Filme) + comentário de JRToffanetto




Posta em movimento, a criatividade artística vem ao mundo das formas. Ela não para de girar assim como o coração não para de bater, e gira porque vê (sente) em avanços angulares, harmonicamente compassados aos 360º. Gira o “Coração de Vidro” em sua translucidez do sentir. 

Ainda que de visual artisticamente sofisticado(sutil) no filme, o vidro remete ao seu uso(movimento) nas coisas simples. O conjunto de ideias transcende por outra ordem de razão, outra forma, novo sentido ao comezinho, expressando o outro lado no lado de cá. A tida(pseudo) subjetividade enquanto motor do movimento a partir do cotidiano posto sobre mesa, sentida pela delicadeza da atenta desatenção, remete ao estado anterior da criação, o caos. Então, do vazio, do éter a água, o caldo original de todas as possibilidades da criação artística em nível de transbordo, da explosão criativa(bigbang). 

Enfim, uma transparente metalinguística “in movie”, ao nível(bordas)  preciso de expressão, “o pulo do gato” que Yuri Ulrych tão bem soube dar para dizer do mundo das ideias e suas infinitas possibilidades de materialização, de expressão neste mundo das formas e, ainda, o seu incrível arremate com a trilha sonora interrompendo-se, abrindo espaço para o cãozinho(o primitivo) que incidentalmente latia lá fora, preso ao longe, dominado por limitantes ângulos retos.  (JRToffanetto)


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