(Tiririca, o Dep. Federal de maior votação destas eleições,
cujo slogan de campanha foi "Pior do que tá não fica")
No domingo passado, a Dilma se pronunciou como a presidente eleita. Apesar de achar uma chateação qualquer discurso lido, prestei atenção nas suas palavras à nação brasileira, mas não me iludo, palavras não passam de palavras, contudo, como foram palavras estudadas e lidas num momento histórico, afigura-se como um compromisso formal e que poderá ser cobrado, mesmo porque, a menos que eu esteja enganado, ela não apresentou nenhum plano de governo, portanto, vale o discurso, e é só o que temos.
Enfim, ela deu a impressão de que quer, sinceramente governar, mas governar como se ela disse que sempre estará batendo à porta do ex-presidente Lula, e não é para menos, pois como ela poderá lidar com a carranca daqueles que estão implantados na braguilha do chefe, um caudilho, e já viciados a molhar a mão. Ora, ao invés de ir bater a porta daquele, porque ela não abre as portas do palácio a expressões irreprocháveis da sociedade brasileira, como a OAB, e só para dar um exemplo. Sua declaração parece significar que, mais uma vez, não haverá governo do povo, mas do “povoeiro” do PT.
Por outro lado, se tal declaração foi uma terna reverência ao Lula, até parece que ele é um santo. Um anjo cercado de pecadores, e que não teve poder ou coragem de impedir os tais bandidos a se locupletarem às custas do dinheiro do povo, e que foram pegos até com as cuecas na mão. Ou será que foi medo dalguma culpa no cartório? Santo santo, só se for para os que vão na corda do poder. Agora se ele é santo para o povo, é porque este, coitado, ainda está naquela “engana-me que eu gosto”.
É inconteste que o Lula continue no poder. Não foi à toa que os correligionários do partido à frente do palanque da nova presidente gritavam “Lula-Lula-Lula...” Pareceu-me, no mínimo, uma cachorrada, todavia, depois de tanta sordidez com o dinheiro gasto na campanha dela
(será se foi dinheiro do povo, heim?), e da perfídia em que ela e o Serra se envolveram quando em campanha, não há dúvida que tal baixaria lhe foi de merecimento, afinal, aclamavam o nome daquele que reinou bem abaixo do que podemos chamar de patamar de civilização. O Lula será lembrado mais pelas baixarias suas e dos espertalhões de plantão em seu governo, do que por um chefe de estado. É inacreditável que ele não tenha se sujado no meio do que fedeu do começo ao fim dos seus oito anos de governo. É este tipo de governo que pôde merecer sucessor?
E o Serra, heim? O campeão do “trololó”, cujo único plano (de vôo) era para as luzes da ribalta, também fez discursou naquele domingo, e só pisou em sua máscara de “politicamente correto”que já estava no chão e, finalmente, vestiu a cara que o PT tinha antes de entrar no poder e adotar o sorrisinho botox. Trombudo, afigurou-se como o mais forte líder da oposição. Dissesse que faria oposição para o aperfeiçoamento democrático e ganho da nação, ainda que não desse para se acreditar, revelaria, pelo menos, algum tamanho. Não, não teve tamanho para, ainda que de passagem, saudar a nossa (também a dele) nova chefe de estado. Uma gafe imperdoável. Além de rei do trololó, tomou o cetro do rei da gafe, o virtual sucessor do Lula. A tendência é de lhe crescer o bico tucanês que se preze e, assim, comportar o tamanho da língua, sua ferramenta de trabalho.
O Serra aparenta querer que o governo da Presidente Dilma vá pro fundo do poço, pois assim ele poderá ascender mais facilmente ao poder. É o que dá para depreender dos seus gestos, e até pela falta deles. O amor que o Serra tem pelo poder é grande pra cachorro, e nisto, ele não é diferente da Dilma ou de qualquer outro político. Que tal o Serra começar sua propalada oposição ao Partido dos Trabalhadores buscando, através do PSDB, a valorização daqueles que trabalham e lutam por uma vida mais digna e justa e, depois, se novamente candidato, apresentar novas e justas conquistas?
Torço para que a presidente Dilma reveja os seus conceitos, tenha força própria para governar esta nação, e que entre para a história não como a primeira presidente mulher deste país, mas como a estadista de que a nação precisa.
Jairo Ramos Toffanetto