domingo, 28 de novembro de 2010

O rei está na barriga

1.

Era uma vez uma distante nação continental que vivia num mundo do faz de conta e, por isto mesmo, não sabia aonde queria chegar.

Originalmente, era um extenso país agrícola e, como ninguém, sabia viver de forma poeticamente lúdica, mas signatários da nação de um certo Tio Sam, foram pra lá propondo ao seu rei que, em vez de ir de bicicleta, sua nação chegaria mais rápido se fosse de automóvel e até deixaram uma limusine com ele. Daí por diante, prevaleceu um antigo provérbio “Se você não sabe aonde quer chegar, qualquer caminho serve”.

Como aquela nação continental ainda era um meninão, foi pega de calças curtas, e o seu sucessor foi um atrapalhado professor de gramática que não soube “por o pingo i”. Um novo rei foi eleito. Conta-se que ele foi deposto quando se recusou a colocar o pingo no “i” do EUAmér“i”ca. Então, um herói de guerra tomou o poder para acabar com a bagunça deste negócio de “pingo no i”. Seu desejo era que aquela nação encontrasse o seu próprio ideário nacional, mas isto era um vôo alto demais e, naquelas alturas, foi abatido em pleno vôo.

Foi assim que nunca mais se ouviu falar de um ideário nacional, a não ser idéias postiças e, até hoje, montado em modernos e velozes carros, não se chega a lugar algum, daí o fato deste conto de fadas não ter um final feliz, mesmo porque nenhum de seus reis conseguiram reinar sobre si mesmos, coisa que a psicanálise explica que se resolve ao fim da adolescência e, não o conseguindo, só reinam para si mesmos, e o resto empurra-se com a barriga, afinal, e rei está na barriga.


Jairo Ramos Toffanetto
P.S.: Preciso de um revisor da ortografia, da sintaxe, e que goste de semântica.

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