A arte decorre
A poesia é luz que passa por você e segue adiante.
Dadivosa, como ela é, sempre vem acompanhada de um presente, um dom para a vida.
Se a tua alma estiver quente e úmida do sentimento que dá sim para a vida, ouvirá um trovão distante a lhe anunciar o arco-íris.
Quando a alma está muito úmida, o arco celeste estará duplicado.
Todo arco-íris vem do além linha do horizonte.
Os antigos diziam que nas bases do arco-íris - a que toca a terra - há um pote de ouro, esperando aqueles que podem alcançá-los.
O ouro é a vida, uma quinta essência.
Tudo é fenômeno, e o que não for é parecido com a morte. Morte enquanto anti-vida.
A morte é um fenômeno. Sendo fenômeno, também é um presente.
Quem tem medo da morte tem medo da vida.
Quem canta a vida passa pela morte cantando.
A poesia vai passando e deixando um presente.
O presente é o que você pôde fazer com a luz que segue adiante.
O resultante do que se pôde integrar é o presente que você oferece à vida, uma retribuição à Luz.
A vida é um altar de oferendas.
A arte é um sacerdócio da luz. O artista é seu instrumento, um cristal por onde a luz passa e segue adiante.
Sem conduta filosófica esta luz não passa. Um estado poético filosófico, Harmonia Cósmica.
O Caminho vem da Harmonia. Viemos para pegar o caminho de volta para a Luz. De volta para a casa do Pai.
A porta de entrada ainda está aberta.
Sem luz não há Poesia. Dar-se como Poesia é presente para a Luz que passa. Uma reverência em razão do quanto se pôde dela integrar.
Poesia é luz, a arte decorre.
Jairo Ramos Toffanetto