Tarde de sol quente. No portão que dá pro quintal da Casa de Repouso, minha atenção foi desperta com flores acenando para a rua. Observei bem, e como não havia mais ninguém na Rua Moreira Cézar, deduzi que era para mim. Fui até elas. Surpreendo-me com um velhinho estampando um sorriso de bondade.
Perguntou-me se a minha mulher estava bem. Possivelmente ele a observou indo para o Ambulatório da Faculdade de Medicina. "Dê estas flores para ela", disse-me ele esticando o braço para a calçada e, em seguida: "Olhe o branco no serrilhado da folha!". No serrilhado da folha...
Perguntou-me "Como isto é possível?". Respondi-lhe "Porque reflete do Criador". Através dele a Bondade sorria.
"Tem uma pedra santa na sua Casa?". Confirmei com a cabeça. "Peça para sua esposa colocar a flor na pedra santa." Agradeci-lhe a gentileza. "Nada não. Tudo o que a natureza dá é pela Graça Divina". Despedi-me dele juntando as mãos sobre a flor como em oração.
A Pedra Santa
A flor é sinônimo da perfeição,
pertence da natureza da mulher.
Ela a recebe com as duas mãos.
Procura uma taça com água.
Leva-a para a frente do coração,
a morada do belo, do sensível,
da delicadeza, da pureza...
São formas, cores, olores e calor.
É a perfeição.
É Maria Regina
Jairo Ramos Toffanetto
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