domingo, 13 de janeiro de 2013

Quando o rio cai em um precipício



Cachoeira de Paulo Afonso entre Alagoas e Bahia , registrada por Frans Post em 1649.
Cachoeira de Paulo Afonso no Rio São Francisco entre os estados de
Alagoas e Bahia. Registrada por Frans Post* em 1649. (Google Imagens)

 
Toda água da Terra está a caminho do mar, desde os regatos. Somos seres em evolução. O rio quando cai em um precipício transforma-se numa bela cachoeira e, lentamente, enche aquele abismo até o transformar num grande lago onde todas as criaturas em redor poderão se beneficiar dele. O rio, finalmente, sai do lago, seu princípio é do movimento e, assim, segue por lindos vales e planícies. A vida prospera em suas margens mas... eis nova dificuldade, depara-se com um grande obstáculo, uma montanha. Contorna-a até poder seguir em frente. Nada impedirá que ele se encontre com o mar, mesmo se for uma cordilheira de montanhas ou atravessando o labirinto de grandes cânions. Estará a caminho até por espaços apertados em subterrâneos. Enfim, o regato foi para o mar, mas pra chegar a ele, foi se compondo com outros regatos e rios. Tornou um longo e caudaloso Rio São Francisco e fonte de vida aos povos ribeirinhos. Somos águas em movimento ao encontro do mar, ao encontro da  Grandiosidade. Uma coisa é certa, nenhum rio chega ao mar sozinho.
* Frans Janszoon Post (1612-1680) é considerado o mais relevante artista holandês a serviço de Nassau ( Johan Maurits van Nassau) na comitiva que o acompanhou ao Nordeste do Brasil em meados do século XVII. Chegou ao Brasil em 1637, com 24 anos de idade, e tomou parte em diversas expedições com o objetivo de montar para o seu mecenas uma grande coleção de desenhos com motivos brasileiros. Veja-as no Google Imagens (digite Frans Post).
Jairo Ramos Toffanetto
 

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