1.
A roseira, por sentir o prelúdio dos seus botões velados, segue em cândida e laboriosa meditação à rosa de quem se diz aprendiz. Dela auscultei o declame aos que se prendem a um botão de rosa. Nela está a metafísica do belo até pelos seus espinhos. Disse-me do Jardineiro, o Mestre da Luz, e me contou uma história fabulosa, só conhecida por ela e o Jardineiro. O Jardineiro é aquele que ensina as pessoas a retirarem rosas do coração. Quando seus aprendizes o conseguem, tornam-se poetas da rosa, os que as tiram do coração em todo gesto poético. Todos estes são poetas. Quando artistas, poemas escrevem.
Elegantemente, ela se apresentou assim:
- Entre as flores, a rosa é rainha. O Jardineiro é seu consorte. Eu sou filha desse amor divino que todo dia os vê casando-se na luz.
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2.
2.
Disse a roseira:
- A rosa esmagada por uma mão insana mostra quão grandiosa é a força da beleza.
O belo é, em si, a maior defesa. Não precisa de defensores. Gloriosos os que pela rosa estiverem na linha de frente.
O belo é, em si, a maior defesa. Não precisa de defensores. Gloriosos os que pela rosa estiverem na linha de frente.
Na longa noite escura, íntima
da Luz , em delicadeza permanece iluminando-a à luz do dia através da beleza igual perfeição.
O céu
nela se encerra. A escuridão se enrosca num dos seus espinhos.
A Terra
precisa da rosa, a rosa não precisa da Terra. A ela vem pela Bondade Maior.
No
botão ainda velado está o sol nascente. As flores nascem para a Luz e a ela se
dão.
Seu
olor é da intimidade do Cosmo.
Rosa e
espinhos emendam céu com terra. Os espinhos voltam-se pra terra e a
roseira, através da rosa, dá-se à Luz.
Os
espinhos são reminiscência da sarça e dizem ao Homem que ele também está no
fogo do espírito: a Beleza, a Perfeição que é maior que a si próprio.
Jairo Ramos Toffanetto
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