Google Imagens |
domingo, 31 de janeiro de 2016
Carlos Santana _Mudbone
Na década de setenta e meados da de oitenta, dizia-se "tenho um som pra você curtir". Mudbone tem muito disto: som musical, quase um swing sensorial, um fascínio. O Carlos cria estado de pura sinergia e síntese de uma época teimosamente pura e sonhadora, só não musicalmente ingênua porque o universo musical sempre foi enorme: do Choro à MPB ao Jazz, da música erudita à minimalista... Tudo vinha pela rádio, como a Cultura, a Eldorado, a Panamericana com Fausto Canova. especiais da rádio Difusora/SP, e assim por diante. Tínhamos o São Paulo/Montreux Jazz Festival assistido na parte da tarde e à noite com transmissão ao vivo pela TVCultura. E mais: o teatro musical de Asdrúbal Trouxe O Trombone, a poesia urbana musical de Arrigo, Itamar, Tetê, Alzira..., os haicais e demais poemas de Paulo Leminski, o ideário nacional da Semana de Arte Moderna de 1922 sempre presente, enfim, tudo ficava por conta da cabeça de cada um, e para quem estava preparado a porta se abriu.
sábado, 30 de janeiro de 2016
Bobbi Humphrey _Sidewinder
Bobbi Humphrey, from "Flute-In" (1971).
Original fractal art by Dave Gates.
Luzes bruxas da cidade
Eis todo violáceo amanhecer
Fronteira entre sonho e realidade
Ao fim das luzes bruxas da cidade
Desperta fome de azuis preencher
Desperta fome de azuis preencher
As mais devotas velas do alento
No sopro do vento empurrando nuvens
O sol levante bem acima do tempo
Segue brilhando horizontes desnudos
Vem a tarde carmim fechando o laço
De manto escuro a noite lhe dá abraço
Chagas cicatrizarão noutro dia
Abertas ao sol reacende porfia
Eterno sem rima curva espinhaço
(JRToffanetto)
Vista do meu terraço
Vila Progresso, Jundiaí/SP
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Herbie Mann & Duane Allman _Push Push
sexta-feira, 29 de janeiro de 2016
Herbie Mann - Sunny
Ouça também a gravação de 1972:
Sunny é uma composição de Bobby Hebb e uma das canções mais populares com centenas de versões lançadas, e fez parte do ideário de vida identificado em muitas crianças como eu, na época, e nos acompanhou até a adolescência. Uma adorável surpresa reencontrá-la em forma instrumental com Herbie Man, pena que não há informações sobre os músicos que compõe o grupo.
Hebb escreveu a canção em de 48 horas após uma tragédia dupla em 22 de novembro de 1963, o dia o presidente dos EUA John F. Kennedy foi assassinado e irmão mais velho de Harold Hebb foi esfaqueado até a morte fora de uma boate. Inspirou-lhe melodia e letra em seu desejo de que se deve sempre olhar para o lado brilhante, De acordo com Hebb, ele simplesmente escreveu a canção como uma disposição "ensolarada" sobre uma disposição "ruim", olhando para um dia melhor
terça-feira, 26 de janeiro de 2016
Mahler: Symphony No. 1 "Titan" - Claudio Abbado - Chicago Symphony Orchestra
Se eu procurasse uma imagem do nosso planeta para ilustrar a Sinfonia no. 1 de Mahler, diria que qualquer uma caberia, das mais belas ou ao não. Em se tratando de imagem interior -mental- para igual propósito, é mais fácil ainda, bastaria o vazio, o nada, o anterior à criação artística e, deste modo, seguindo o maestro, o Grande Maestro, integrar-se à audição músical em estado de co-autoria, o restante decorre. (JRT)
segunda-feira, 25 de janeiro de 2016
Tchaikovsky - Romeo & Juliet _Fantasy Overture
Painting: Frederic Leighton: The Reconciliation of the Montagues and the Capulets over the Dead Bodies of Romeo and Juliet
domingo, 24 de janeiro de 2016
Reencontrando com o Dr. Ramos em crônica
FotografiaDeRuaJRT
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Perdido contato com o Dr. Ramos, de repente, e não por acaso, no centro velho da cidade me encontro com Linda Maria, sua mulher. Dela recebi seu novo endereço de trabalho.Sabendo que ele adora ser surpreendido, fui até lá e abri a porta sem bater. Fui tomado de sobressalto.
O que o tempo faz na estampa de uma pessoa... pensei eu. A calvície aumentara o tamanho do seu rosto. Sua antiga e vasta cabeleira fora substituída por uma longa barba branca. Seu rosto esquisito esquisito me parecia de ponta cabeça. Mais paralisado fiquei ao reparar sob a mesa que ele usava chinelo gaúcho.
... "Porque será que ao se chegar certa idade sempre se usa os indefectíveis sapatos sport baixo e molinhos, chsandálias de São Franciscos... Mas, aquele chinelinho... Ah, deve ser coisa da Linda, tadinho, Neste caso, os dois estão perdoados. E eu que o conheci de saltos carrapeta pilotando uma lendária "viuva negra".
Esta lembrança se sobrepondo ao seu novo visual, a de idoso. Fui fechando a porta me desculpando por ter entrado em sala errada. Mas ele não vacilou:
- Jairo, é você mesmo!
Respondi-lhe:
- Meu nome é Joaquim Osório e, como disse, enganei-me de porta. Era o melhor que eu podia fazer por nós dois.
Olha, se não fosse o piano tocado em seu aparelho de som no volume de uma sala de concerto, eu teria ido embora. Fiquei só com a cara dentro de sua sala, sem nada dizer, só ouvindo Shumann.
- Porque você insiste em achar que sou um outro fulano de tal?
- Ora, porque a Linda me deu seu endereço. Creio que ela se enganou.
- A piada já acabou, meu caro. Entre, "você não precisa pedir licença".
Nossa, pensei eu, ele ainda tinha vivo na mente a poema do Manoel Bandeira, talvez nada estivesse perdido.
Ele assoprava o ar pro alto da testa como separando a longa cabeleira dos olhos, algo como um signo sinal de reconhecimento. Perguntei-lhe:
- Você ainda ouve Yes.
Como a coisa parecia não ter fim, entrei sem fechar a porta. No que puxei a cadeira ele disse:
- Gostei do Joaquim Osório. Desde quando você trocou de nome? Que aconteceu com o Oriaj?
- Também tô vendo que você não anda lá muito católico, virou asceta?
Depois de ele coçar a longa barba:
- Tô com esta cara de São Pedro, não é? Mas nem de longe sou o mesmo de ontem. Aliás, cadê aquele seu bigode branco, a sua cara de Barão do Rio Branco? Venceu a estampa?
Nossa converça foi bem mais curta que sua bojuda barba de papai noel, que outro dia eu conto.
JRToffanetto
sábado, 23 de janeiro de 2016
Filhos do Sol
Com céu encoberto ou não,
Tatsuya Arai fotógrafa de rua (Japão) |
tanta gente palmilhando por este planeta...
Janela do Solar do Barão de Jundiaí |
somos todos filhos do sol
e, um dia, todos serão
filhos da Luz.
(JRToffanetto)
Abdullah Ibrahim - Calypso Minor (Free Jazz)
Abdullah Ibrahim, Cidade do Cabo, África do Sul
Abdullah Ibrahim: Piano / Belden Bullock: Bass / George Gray: Drums /
Cleave Guyton: Alto Sax & Flute / Keith Loftis: Tenor Sax /
Andrae Murchison: Trombone / Jason Marshall: Bariton
Abdullah Ibrahim: Piano / Belden Bullock: Bass / George Gray: Drums /
Cleave Guyton: Alto Sax & Flute / Keith Loftis: Tenor Sax /
Andrae Murchison: Trombone / Jason Marshall: Bariton
Cidade do Cabo |
Frank Wess - Monday Stroll
Um requinte sonoro musicall
Frank Wess (fl), Kenny Burrell (g), Freddie Green (g),
Eddie Jones (b), Gus Johnson (ds)
rec: Jan. 5, 1957
Frank Wess (fl), Kenny Burrell (g), Freddie Green (g),
Eddie Jones (b), Gus Johnson (ds)
rec: Jan. 5, 1957
sexta-feira, 22 de janeiro de 2016
Maggie Bell _Hold On
Guitar - Brian Breeze, Peter Wingfield e Roy Davies - Keyboard,
Paul Francis - Drums, Delisle Harper - Bass
quinta-feira, 21 de janeiro de 2016
O Vento e a Árvore (poema)
quarta-feira, 20 de janeiro de 2016
Dorothy Ashby _Pawky
Dorothy Ashby - harp; Frank Wess - flute
Herman Wright - bass; Art Taylor - drums
Dorothy Ashby _Pawky
Herman Wright - bass; Art Taylor - drums
Dorothy Ashby _Pawky
terça-feira, 19 de janeiro de 2016
segunda-feira, 18 de janeiro de 2016
Onze coisas para o que meus cabelos brancos não servem
Para o que meus cabelos brancos
não servem
Para o que meus cabelos brancos
não servem
1. Pra me compararem com outros cabelos.
2. Pra acharem que sou aposentado, que pertenço ao time da
melhor-idade ou que vivo na igreja com o terço na mão.
3. Pra acharem que sou doce criatura qual bichinho de estimação, e
que tomo um prato de sopa antes de dormir.
4. Pra acharem que já não tomo banho e nem troco, nem lavo
minhas próprias cuecas.
5. Pra acharem que tenho muitas histórias para contar se ainda
aprendo com as lições que a vida ensina.
6.Pra acharem que vivo na via sacra do consultório médico para o
laboratório de exames e farmácias, da igreja para o velório de velhos
conhecidos, do banco da praça para as filas de banco e supermercado.
7. Pra me abordarem perguntando dos velhos amigos pra assuntarem se
São Pedro já os guardou ou não.
8. Que finjo que ser meio-surdo. Bem aqui acertam uma coisa, pois
meus ouvidos se tornaram muito mais seletivos que antes. Não sou afeito a conversas
moles e decrepitudes.
9. Pra pensarem que vivo de pantufas ou sapatos molinhos nos pés, que
uso boina com tapas-orelha, ou que ando por aí de mão no bolso pegando no
clicletão.
10. Pra imaginarem que vivo sentado em cadeira estofada na frente do
portão vendo a bonde passar.
11. Pra especularem sobre minha idade se a todo instante me sinto
nascendo de novo.
(JRToffanetto)
(Outro dia eu conto para o que meus cabelos brancos servem)
The Cannonball Adderley Quintet / Nat Adderley _Work Song
Ao fim deste dia chuvoso e cinzento de pesada, mais que pesada mente coletiva, segue com Cannoball Adderley Quintet, um ponto de realização pessoal a nos relembrar algum objetivo alcançado em nossas vidas, e como Milton Nascimento escreveu em sua canção à todo "sonho suado que nem se percebe o quanto custou".
Sonny Clark Quartet featuring Ike Quebec - Deep in a Dream
bass -- Butch Warren; Drums Billy Higgins
Piano -- Sonny Clark; Tenor Saxophone --
Piano -- Sonny Clark; Tenor Saxophone --
Ike Quebec Trumpet -- Tommy Turrentine
domingo, 17 de janeiro de 2016
Johnny Griffin "Take my Hand"
Na postagem anterior (Link) eu troquei 'Take my hand' por 'Rush-A-Bie', e havia uma razão para isto, é que 'Take my hand' é um jazz rápido, mais pra altas horas que pra tal emenda então proposta. O fato é que me esqueci de fazer a correção do texto já escrito. Pois aqui está ela:
Michael Weiss, Dennis Irwin, Kenny Washington
sábado, 16 de janeiro de 2016
Somos como os colibris
Quadrinha
Em se tratando de flores
Em se tratando de flores
somos como os colibris.
Eles colocam o biquinho
e nós enfiamos o nariz.
(JRToffanetto)
Johnny Griffin _Isfahan _Hush-a-bye - O acaso não existe
O acaso não existe
Enquanto eu fazia café pensava num jazz que pudesse seguir da madrugada para a manhã. Passo no quarto do Yuri e encontro o CD de Johnny Griffin ao lado do aparelho de som. A primeira faixa!!!, relembrei eu depois de tantos anos da última audição (coincidência?). Se fosse só pela manhãzinha, eu iria direto na segunda faixa, Hush-A-Bye, mas como o sentido era o da emenda... Abro o Google Imagens e encontro a ilustração abaixo, Café the Misty, e eu com minha cafeteira italiana no fogo..., eis a emenda (coincidência?). Enfim com Isfaham, segue-se Hush-A-Bye. Bom café emenda para todos todos (mesmo vale na passagem do dia para noite), neste caso, de Hush-A-Bye pra Ifahan
Enquanto eu fazia café pensava num jazz que pudesse seguir da madrugada para a manhã. Passo no quarto do Yuri e encontro o CD de Johnny Griffin ao lado do aparelho de som. A primeira faixa!!!, relembrei eu depois de tantos anos da última audição (coincidência?). Se fosse só pela manhãzinha, eu iria direto na segunda faixa, Hush-A-Bye, mas como o sentido era o da emenda... Abro o Google Imagens e encontro a ilustração abaixo, Café the Misty, e eu com minha cafeteira italiana no fogo..., eis a emenda (coincidência?). Enfim com Isfaham, segue-se Hush-A-Bye. Bom café emenda para todos todos (mesmo vale na passagem do dia para noite), neste caso, de Hush-A-Bye pra Ifahan
Kenny Drew-piano, Jens Melgaard-bass, Ole Streenberg-drums.
Johnny Griffin: Tenor Sax; Michael Weiss: Piano
Dennis Irwin: Bass; Kenny Washington: Drums
Dennis Irwin: Bass; Kenny Washington: Drums
Ahmad Jamal - Swahililand - Bridgestone Music Festival 2010
Ahmad Jamal - Swahililand
20/maio/2010 - Citibank Hall, São Paulo
Bridgestone Music Festival 3.a edição
20/maio/2010 - Citibank Hall, São Paulo
Bridgestone Music Festival 3.a edição
sexta-feira, 15 de janeiro de 2016
quinta-feira, 14 de janeiro de 2016
David Bowie - Five Years
The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars, a história de um alienígina rock star que aterrissa em um mundo predestinado a acabar em cinco anos deu origem ao mais famoso personagem de David Bowie, e é o berço de muitos clássicos do rock. Encarnando o personagem Ziggy, deu-se a primeira turnê mundial de David Bowie, em 1972, em uma performance cheia de maquiagem, luzes e roupas exuberantes.
Bowie-Ziggy |
Celebrando a formatura do meu filho em música (c/ The Who)
Inteligente, artisticamente performático, essencialmente expressivo e, acima de tudo, corajoso como nunca vi. Todos nós estamos felizes por você, Yuri (Ulrych) N. Toffanetto. Avante!!!
quarta-feira, 13 de janeiro de 2016
Você é Feliz? (Crônica do tempo presente)
O cumprimento de duas pessoas se encontrando é quase sempre
o mesmo “Como você está?”, e mais por mera formalidade do que real interesse no
bem estar do outro, do contrário, perguntar-se-ia “tudo bem com você?”. Mas nos últimos tempos de crise sobre crise
política e econômica, todas calando no fundo do bolso de cada um, a mente
coletiva criou a seguinte prática social:
- Como você está?
Resposta:
- Matando um leão por
dia.
Só ele mata o tal leão, mais ninguém. Bravo! E mais, um por
dia. Bravo!
Pensando um pocuo...
vejamos:
- Escuta, tudo o que você faz é matar leão, mais nada?
- É que junto ao leão vem o filhotinho, e como o danado cresce
rápido! No outro dia é ele ou eu.
As pessoas vivem
deixando rabos. O rabo cresce e na extensão dele cria-se uma fera devoradora.
- Tá, mas se você é bom o bastante pra matar o leão, porque
não aproveita e também dá conta do filhotinho?
- É que o danadinho escapa enquanto luto com o grandão.
Em geral, as pessoas, a
nação, sempre atrás do prejuízo, não reconhecem sinais de tempestade à frente.
- Olha, se você dá conta do grandão e também do pequenino, no
dia seguinte você estará livre de outros dois.
- Sabe que é, só mato leão porque preciso, é ele ou eu,
minha família...
Dificilmente você obtém
resposta se perguntar:
- Então todo dia você acorda pra matar um leão? O que mais
você faz? Você é feliz?
- Fico contente em dar conta do leão.
E se novamente lhe
perguntar:
- Você é feliz? Mesmo?
- ...
- ...
JRToffanetto
David Bowie - Let's Dance
Music video by David Bowie performing Let's Dance.
Taken from the album 'Heroes'
Taken from the album 'Heroes'
terça-feira, 12 de janeiro de 2016
"E", conjunção subtrativa
"E", conjunção subtrativa
E...
Então vou, paro, fico, subo, desço, olho, aceno, marco, suo
E... apresso-me, aborreço-me, contento-me, coço-me, digo-me
Então eu, e eu, eu...
...e Eu?
JRToffanetto
segunda-feira, 11 de janeiro de 2016
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