Eu estava perto
de um buraco de formiga. Chegando com um pão duro, meu pai, Sr. Orlando, senta-se
ao chão e me convida fazer o mesmo. Então, disse-me ele:
- Com um dos dedos esfregue o miolo do pão. Achei fantástico ver um exército de formiguinhas carregando
aquelas diminutas migalhas até a casinha delas.
Ele me levou vê-las com dois olhos: Um, do tempo que passa - até não restar nenhum pãozinho ao
rés do chão; outro, com os olhos que sente, que aprende através de um ponto tão fora quanto dentro, a paciência
Foi assim que ele me
falou construindo uma delicada imagem poética filosófica, por mim só inteiramente descodificada trocentos anos depois, e tudo a mostrar o trabalho conjunto das formigas, e mais, dialogando com meu sentir, levou-me ao mundo externo do ser humano e seu fazer, o trabalho. O seu modo expontâneo, seu falar modulado com o carinho, com a beleza da pureza a caber qual sementinha no meu eu menino. _JRToffanetto
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