1 Conheci a flor sabendo da dor
Vinha com o vento aprendendo nos seus interstícios
Tranco a porta pra que fique fora o que estava dentro
Foi com o vento que, por tudo, aprendi partir do vazio
Voei sem asas sobre minha cabeça
Dos temporais, venho do silêncio dos trovões
Digo de onde não hão palavras, só o sentido
Sei de onde não mais me lembro. Sei da dor da flor
2 Fui muito pouco oco
Circunstâncias não criam asas
Vim andando sem chão pra pisar
por amar o Caminho, aprendi remar
Distante dos azedumes, gosto de palavras grelhadas
Escrevo do nada escrito nem sabido
Gosto de palavras crocantes
3. Tudo que aprendi, aprendi de um presente
Um presente da Bondade, perfume
Da intimidade íntima do Sem Fim
Do nada apresentando-se-me
Emociona-me ver o que sinto
Ouço o silêncio do ruído ao limite da dor
4. Um dia fui o espinho de mim
Ainda sou aprendiz e...
e ninguém me arrasta ao seu próprio despenhadeiro
Tenho aonde chegar, nunca vou sozinho.
Meu coração é do imorredouro, vaso cheio de rosas
Botões em desabrocho sobre hastes de espinhos
Nunca mais fui o espinho de mim.
JRToffanetto
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