quinta-feira, 29 de abril de 2021

Poemas de Kabir

 Kabir (Link) 1540-1518 


[Poema 5]

 

Ó asceta,

Como é difícil renunciar a Maya!

*

Quando renunciei ao lar,

Apeguei-me às roupas.

Quando renunciei às roupas,

Apeguei-me aos farrapos.

*

Renunciei à paixão,

E inflamei-me com a raiva.

Renunciei à raiva,

E enregelei-me com a avidez.

*

Quando venci a avidez,

Enchi o peito de orgulho –

Minha mente ainda presa

Na vaidade da renúncia.

*

Apenas quando a mente se aquietou,

Foi que enfim pude sorrir para Maya.

Antigas memórias e nova concentração

Fundiram-se então em minhas palavras.

*

Kabir diz: Escutai, meus bons irmãos!

Somente um em um milhão resolveu este mistério.

Nota ao Poema 5

Maya é o véu ilusório que recobre a Realidade Unitária (Brahman) e lhe dá a aparência fragmentada e múltipla do mundo fenomênico. 

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