Kabir (Link) 1540-1518
[Poema 5]
Ó asceta,
Como é difícil renunciar a Maya!
*
Quando renunciei ao lar,
Apeguei-me às roupas.
Quando renunciei às roupas,
Apeguei-me aos farrapos.
*
Renunciei à paixão,
E inflamei-me com a raiva.
Renunciei à raiva,
E enregelei-me com a avidez.
*
Quando venci a avidez,
Enchi o peito de orgulho –
Minha mente ainda presa
Na vaidade da renúncia.
*
Apenas quando a mente se aquietou,
Foi que enfim pude sorrir para Maya.
Antigas memórias e nova concentração
Fundiram-se então em minhas palavras.
*
Kabir diz: Escutai, meus bons irmãos!
Somente um em um milhão resolveu este mistério.
Nota ao Poema 5
Maya é o véu ilusório que recobre a Realidade Unitária (Brahman) e lhe dá a aparência fragmentada e múltipla do mundo fenomênico.
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