domingo, 23 de setembro de 2012

"Canção Mínima" de Cecília Meireles e o Rubem Alves




CANÇÃO MÍNIMA

No misterio do Sem-fim
equilibra-se um planeta.
E, no planeta, um jardim,
e, no jardim um canteiro,
no canteiro, uma violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,
entre o planeta e o Sem-fim,
a asa de uma borboleta.



No livro "O Retorno e Terno"*, Rubem Alves escreve sobre este poema da Cecília:

"É pequeno, mas diz tudo. Nada lhe falta. Uni-verso". Ela "sabia o que era essencial".

Mais adiante, ele diz "Os poetas são aqueles que, em meio a dez mil coisas que nos distraem, são capazes de ver o essencial e chamá-lo pelo nome. Quando isto acontece, o coração sorri e se sente em paz." 

"Posso imaginar um mundo sem as maravilhas da técnica, sem que eu sinta, por isto, nenhuma tristeza especial. Mas não posso pensar um mundo sem a chuva que cai, sem regatos cristalinos, sem o mar misterioso..."


*  "As coisas essenciais", texto na íntegra:
 "O RETORNO E TERNO" - Editora PAPIRUS - www.papirus.com.br

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