sábado, 1 de setembro de 2012

Esfinge. A metamorfose do novo. O Belo

Escrevo esta postagem ouvindo a interpretação de Egberto Gismonti da Bachiana n.o 4 e 5 de Heitor Villa-Lobos (postagem anterior)



Sentado num banco, não sei quanto tempo fiquei a contemplar a copa destas árvores fundidas ao azul do céu.


Enfim, com os pensamentos em repouso, ocorreu-me vê-las através dos enquadramentos que minha máquina fotográfica poderia me dar. Brinquei com as imagens, cliquei sobre elas e, depois, ao me deitar sobre o banco de madeira para fazer outros enquadramentos para o alto, surpreendi-me com a imagem que me apareceu no canto esquerdo e cliquei. Atrás de mim havia uma folhagem que, do encosto do banco, projetava-se sobre eu distando um braço.

Oh Villa... Bachiana n.o 4...

Agora eu a reconhecera. Ela estava lá... às minhas costas... também se projetando para o azul celeste... fundindo-se na luz... às copas das árvores... comigo... com o avião que passava mergulhando o céu.
 


Oh Egberto...Nossa alma num assovio. 

Antes destes fatos, depois de eu ficar diante de esfinges e sem saber precisar o objeto da minha admiração por elas, brinquei vendo-as ora de olhos abertos ora de olhos fechados. Enfim, cheguei à réplica da pirâmide de Queops e fui ficando.

Mais tarde fui me sentar num dos bancos daquela praça que eu sentia criada para o estar em paz, em harmonia. Minha alma, agora pousada no banco, piava junto com um passarinho da tarde.

Sentara-me apenas com a consciência de que a Grandiosidade estava no ar respirado por mim, o passarinho, as folhagens... e que a tudo banhava. Eu não pensava, apenas sentia... sentia... Quando olhei a foto digitalizada, surgiu-me, num instantâneo, um sentimento de inolvidável integração.

Na árvore à minha frente:

Do que vive e floresce a orquídea amarrada no caule da árvore
se não chove bem mais que um mês? 





















Da integração com a força da árvore no tronco,
a praça, a luz, o sereno da noite, o prana...




Jairo Ramos Toffanetto

Nenhum comentário: