O poeta é como pescador, pesca se tem peixe ou...
paciência.
Poetas surdos à gritaria dos peixes usam anzóis,
são terríveis.
Mau poeta
só puxa sapato velho do fundo do lago.
Poeta com aguardente em beira de rio
é pinguço arrotando scotch whisky.
Os que jogam a rede
cheiram peixe morto, dá nojo.
Quanto a mim,
faço como os meninos de antigamente:
vou bater peneira no córgo,
e o que pego
deixo em bacia com água.
Se não der uma boa pratada,
despejo a bacia,
volto amanhã.
Isto dá certo porque
sempre pesco pra todo mundo.
Jairo RamosToffanetto
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