segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Roupas e livros em opção de escolha



“Escolher roupa é fácil

... O difícil é escolher livros.”












 
Ao me deparar na intenet com a frase  acima, imediatamente me ocorreu um trecho do Upanishads que diz mais ou menos assim “Leia os livros, apreenda suas palavras, depois esqueça os livros”.
Escolhemos roupas para por outras novas no lugar. Ninguém se lembra da roupa velha uma vez descartada.  Livros não são novas palavras no lugar de outras que já não nos servem, mas renovação e ampliação do conhecimento  que já estava lá. Não escolhemos livros, escolhemos ideias. Assim como as roupas, vestir ideias de mau gosto é só para aqueles que ainda precisam delas.
Livros que se revelam com as cores da moda são de má escolha, é do tipo “engana-me que eu gosto”, todavia, não existe livro ruim, mas maus leitores. O bom leitor é aquele que lê com seu sentir para além das belas palavras. Um bom livro será aquele que diz mais do que o autor pretendeu.
 
Bom leitor não é aquele que lê e veste livros sob medida. Livros sob medida carecem de horizontes. Livros carentes de horizontes são como roupas que não caem bem.
 
Roupa se veste por cima da nudez. O livro é consubstanciado por nós, e aqueles que não integramos são como roupas esquecidas na gaveta. 
 
Jairo Ramos Toffanetto
 

 

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