“Escolher
roupa é fácil
... O
difícil é escolher livros.”
Ao me
deparar na intenet com a frase acima, imediatamente me ocorreu um trecho do Upanishads que diz mais ou menos assim
“Leia os livros, apreenda suas palavras, depois esqueça os livros”.
Escolhemos
roupas para por outras novas no lugar. Ninguém se lembra da roupa velha uma vez
descartada. Livros não são novas
palavras no lugar de outras que já não nos servem, mas renovação e ampliação do
conhecimento que já estava lá. Não
escolhemos livros, escolhemos ideias. Assim como as roupas, vestir ideias de
mau gosto é só para aqueles que ainda precisam delas.
Livros que se revelam com as cores da moda são de má escolha,
é do tipo “engana-me que eu gosto”, todavia, não existe livro ruim, mas maus
leitores. O bom leitor é aquele que lê com seu sentir para além das belas
palavras. Um bom livro será aquele que diz mais do que o autor pretendeu.
Bom leitor não é aquele que lê e veste livros
sob medida. Livros sob medida carecem de horizontes. Livros carentes de horizontes
são como roupas que não caem bem.
Roupa se veste por cima da nudez. O livro é consubstanciado
por nós, e aqueles que não integramos são como roupas esquecidas na gaveta.
Jairo Ramos Toffanetto
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