O Porto Sepulto
Eis que chega o poeta
e volta depois para a luz com os seus cantos
e os despende
e os despende
Desta poesia
me resta
aquele nada
de inexaurível segredo
me resta
aquele nada
de inexaurível segredo
Eterno
Entre uma flor colhida e o dom de outra
o nada inexprimível
o nada inexprimível
Atrito
Com minha fome de lobo
amaino
meu corpo de cordeiro
meu corpo de cordeiro
Sou como
a barca ínfima
e o libidinoso oceano
a barca ínfima
e o libidinoso oceano
(Tradução de Haroldo de Campos)
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