06:26h. Subo ao terraço e surpreendo o sol tragando a gelada
aragem da noite, mas ele, faceiro, logo se escondeu. Às 10:00 h, com a brisa fresca da manhã, fui
de bicicleta fazer a feira com os seus raios escapando de mim algumas jardas à
frente. Quanto mais eu pedalava mais ele me escapava.
Não houve sol a pino naquela manhã de domingo. Sumira do céu
antes do almoço, o que me obrigou-me subir ao terraço e recolher a roupa estendida
no varal. Ao cair da tarde, trovões me contaram que ele não se importa
que o vejam em sua privacidade com a manhã, mas fotografá-lo já é outros
quinhentos. Prometera céu encoberto e chuva para toda a semana. Parece
brincadeira, mas respondi-lhe:
- Então estou frito, pois sou mais presente ao sol nascente
que o poente.
Agora a sério, dois pontos:
Um absurdo as pessoas se fazerem rogadas quando, em passeios
públicos, puxa-se uma máquina fotográfica em direção delas seja a que distância
for. Devem ter culpa no cartório ou estão sendo procuradas pela polícia. Ou, o
que será que passa na cabeça destes ilustres insolventes?
Mario Quintana, nosso poeta, dizia algo mais ou menos assim “Quando
se está na rua você é da rua”, e pronto, ou será que querem cobrar pela “formosura”
deles. Ou como disse Caetano Veloso “ninguém sabe o que o poeta põe ou tira da
lata”, vai ver que é isto, bronca de quem age de modo diferente - como ousa? Ou será
que empunhar uma câmara é tão indiscreto assim? Assim como os silvícolas sentem, pensam roubado sua alma, ou será que temem o mostrar da sua penúria interna?
Aí alguém me disse que devo ter uma carteirinha sei lá da quantas. Será que preciso de uma para fotografar o sol da manhã?
O Brasil é tão rico e grande mas... ô paizinho difícil.
JRToffanetto
Nenhum comentário:
Postar um comentário