domingo, 24 de julho de 2016

Ismael Nery para além de si mesmo (JRToffanetto)


de Ismael Nery
O título "Poema" adjacente ao texto diverso, não é para ser entendido, mas sentido. Dizê-lo, roubaria o objeto da criação de Ismael Nery? Poema não se explica. Do verso a verso, verso sobre verso, integrá-lo num ponto é sentir, e sentir é transcender. O artista  está antes e depois deste ponto, e onde ele está não é a arte (o poema) mas o ascese, ele está em Poesia. Estando em “Poema”, está em um campo de batalha, nele, implica vencer(-se), conflito do qual ninguém, ninguém escapa.

A vida enquanto arte, para Nery, é consequente da natureza do Belo, a essência de todo ser enquanto ainda humanos, e que ele sentia e sentia. Em que pese a originalidade do seu “essencialismo” enquanto busca da unidade diante do diverso, não lhe foi o bastante, ou pelo menos até aonde sabemos. Gosto de pensar que ele venceu.

Embora artista até o último fio de cabelo, para ele, era mais do que a vida enquanto arte: a vida enquanto Poesia, daí, o que chamam de religiosidade era, para ele, muito mais, era o “religare”, o tornar-se essência, o estar com o Criador. Estar em todo lugar e em lugar algum, significou-lhe cumprido a missão para esta vida. Se estou certo, para ele chegou a hora de partir para antes da linha de partida.

JRToffanetto

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