quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Depois do dia do Natal (foto e texto JRToffanetto)

Av. A.Frederico Ozanan, 26.12.2017, 20:38h, margem direita do Rio Jundiaí

A brisa leve dá movimento dançante àss folhagens das palmeiras. Passarinhos já não cantam. Avizinha-se a sombra da noite encurtando a derradeira luz do dia. Faróis já acessos vem de longe, passam seguidos de lanterna traseiras, vermelhas,  e vão até a distante curva sumindo do nada, dobrando o dia a se consumir na noite elétrica. Nuvem de pernilongos oscila à frente do para-brisa do carro estacionado em paralelo à longa avenida. De repente avulta o verde dos semáforos, belos e românticos à boca da noite. Lanternas vermelhas vão se sobrepondo uma às outras diante do sinal PARE e partem adiante. Com a avenida livre passa uma ruidosa e ligeira moto. A ela se segue um roncador trólebus. Não a perseguia, mas a velocidade dos dois em curva de acesso pra pista à cidade de Louveira deixam esta impressão. De imediato, outra moto ruidosa aparenta-se ao encalço do ônibus. Na calçada ao lado passa uma bicicleta pedalada como passos do andar, e tudo volta ao modo sereno em permanente movimento. Pelo retrovisor, faróis não param de avançar desde o longínquo. Saio do carro, entro na noite. A brisa fresca me abraça amiga e, com ela, sinto a lua. Tão sozinha no meio do céu...  Mau ouço  a rolagem do tráfego pela avenida. Meu pescoço, meu braço... cansam-se segurando a cabeça voltada para a abóbada celeste. Recomponho-me. A atmosfera ainda era de Natal. Desejo uma foto dos semáforos em verde de Natal. CLICT. Revelou-se mais do que eu podia ver a olho nú, e esta não é a primeira vez que isto me ocorre. Enfim, um longo dia de Natal sem fim. (JRToffanetto)


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