Yuri (Ulrych) 30 anos , meu filho, é pós graduado em música pela Faculdade Cantareira, SP/SP. Interessa-se por artes desde a primeira infância, e também a literária, daí o fato de ele ser poeta, escritor e artista plástico desde sempre. Suas resenhas podem ser encontradas em sites correlatos à crítica literária. Observe-se o tino acadêmico em críticas decorrentes de sua própria clareza, dos elementos que o cativam, brilho tanto mental quanto artístico. A boa fé de ele dar o melhor que tem dentro de si. _JRToffanetto
A arte deve ser utilitária? Sempre provida de sentido? De intencão voluntária? Involuntária? Exótica? O que é arte? E onde ela está?
"O Homem Sem Talento" traz essas questões, personagens, ex-autor de mangás, Sukegawa recusa-se a aceitar o novo trânsito comercial do mercado editorial. Com filho e esposa em meio à necessidade, ele estabiliza-se em um tipo de negócio sem lucro, a venda de pedras de rio no afluente mais acessível à comunidade local.
O desinteresse dele pela vida seria reverso ao seu profundo interesse à arte desinteressada, como aqueles arte involuntária criada pela natureza? A mesma ressignificada pelos haicaístas? Sim. Se fizermos uma analogia, as pedras são miniaturas das montanhas por onde andarilhavam os meditativos poetas japoneses.
Seisuki, o traje milenar de valorizar a coleta de pedras de rio no Japão associa-se, em escala maior, ao grande valor cultural das formações rochosas no Japão. Considera-se o Monte Fuji como um monumento sagrado produzido pela natureza. Em suma, os orientais procurados arte onde não há intenção humana. E veem uma grandiosidade nisso.
Nessa história de 1985, reforça-se o fato de que os tradicionais trajes de arte realizados do lado de fora do regime capitalista estão fadados a desaparecer. O parâmetro mercadológico de medir preços pela escassez da quantidade de produtos artísticos nos faz esquecer do quanto a arte pode ser vista de um modo mais abundante. A combinação de escassez e exotismo na arte é tal e qual nossos periquitos chamativos que, coloridos e importados, nada têm haver com a natureza intrínseca do incosciente coletivo japonês.
No que tange a figura humana, os desenhos tendem a relativizar o traço das expressões entre o realismo e o cartoon. Em oposicão consciente a tal tratativa, os desenhos de natureza, árvores e paisagens, representam a beleza absoluta no que há de perene na arte e na filosofia japonesa.
Esse contraste pictórico acentua a falta de integração humana à natureza, quiçá ao universo. Sem cerimônias, semelhante ao protagonista Sukegawa, o Japão vive o seu abandono contemplativo.
(Yuri Ulrych)
"O Homem Sem Talento" traz essas questões, personagens, ex-autor de mangás, Sukegawa recusa-se a aceitar o novo trânsito comercial do mercado editorial. Com filho e esposa em meio à necessidade, ele estabiliza-se em um tipo de negócio sem lucro, a venda de pedras de rio no afluente mais acessível à comunidade local.
O desinteresse dele pela vida seria reverso ao seu profundo interesse à arte desinteressada, como aqueles arte involuntária criada pela natureza? A mesma ressignificada pelos haicaístas? Sim. Se fizermos uma analogia, as pedras são miniaturas das montanhas por onde andarilhavam os meditativos poetas japoneses.
Seisuki, o traje milenar de valorizar a coleta de pedras de rio no Japão associa-se, em escala maior, ao grande valor cultural das formações rochosas no Japão. Considera-se o Monte Fuji como um monumento sagrado produzido pela natureza. Em suma, os orientais procurados arte onde não há intenção humana. E veem uma grandiosidade nisso.
Nessa história de 1985, reforça-se o fato de que os tradicionais trajes de arte realizados do lado de fora do regime capitalista estão fadados a desaparecer. O parâmetro mercadológico de medir preços pela escassez da quantidade de produtos artísticos nos faz esquecer do quanto a arte pode ser vista de um modo mais abundante. A combinação de escassez e exotismo na arte é tal e qual nossos periquitos chamativos que, coloridos e importados, nada têm haver com a natureza intrínseca do incosciente coletivo japonês.
No que tange a figura humana, os desenhos tendem a relativizar o traço das expressões entre o realismo e o cartoon. Em oposicão consciente a tal tratativa, os desenhos de natureza, árvores e paisagens, representam a beleza absoluta no que há de perene na arte e na filosofia japonesa.
Esse contraste pictórico acentua a falta de integração humana à natureza, quiçá ao universo. Sem cerimônias, semelhante ao protagonista Sukegawa, o Japão vive o seu abandono contemplativo.
(Yuri Ulrych)
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