"Sina Poética
- Com mãos em fermento"
Jairo Ramos Toffanetto
Venezianas abertas
Vidraças desertas.
Travesso, o vento insistente
batia como mãos contra as vidraças.
Eu estava no quarto
sem me incomodar
com o alarde da ventania.
Finalmente saí pra fora
Sentir
fenomênico sopro
que me levou embora.
Voltei no tardar das noites.
Mãos varrido o vento
Olhos úmidos de sereno
Pés abrasados pelo tempo
do novo mais antigo.
Ufa!, tomei fôlego de ar.
sem tirar o sapato deixado no mar
Já na cama, relaxado,
olhando para o teto de estrelas
como devotas velas
a um pulo
Das vidraças já abertas,
Entrou o vento avultando-se
sobre a chama imorredoura.
Esvoaçou
pra muito longe perdido
fragmento de sonho.
. . .
Tinteira do firmamento.
Com mãos em fermento atadas
no balaustre do tempo.
Escrevo sobre papel
dourado de sol trazido no vento,
pela brisa mansa amparado.
Sina poética
_JRToffanetto
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