segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Minha Desgraça (Álvares de Azevedo)

Minha Desgraça

Minha desgraça não é ser poeta,
Nem na terra de amor não ter um eco,
E meu anjo de Deus, o meu planeta
Tratar-me como trata-se um boneco...
Não é andar de cotovelos rotos,
Ter duro como pedra o travesseiro...
Eu sei... O mundo é um lodaçal perdido
Cujo sol (quem mo dera!) é o dinheiro...
Minha desgraça, ó cândida donzela,
O que faz que o meu peito blasfema,
É ter para escrever todo um poema
E não ter um vintém para uma vela.



O poeta viveu apenas vinte anos, mas deixou
uma marca forte no romantismo, não ficou alheio
à inquietação nacional e foi o clássico de sua geração.

Manuel Antônio Álvares de Azevedo nasceu
em São Paulo a 12 de setembro de 1831
e morreu no Rio de Janeiro a 25 de abril de 1852.

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