domingo, 6 de julho de 2014

Poema Imagético

(Reedição de postagem de 17/07/2014)


                                                  Poema imagético 

(Opus 160, n. 2)

Ao sol descoberta
a manhã boceja cores
de Poesia Luz

    Em 2004, a Regina (postagem de 24 de junho de 2010) sugeriu que eu escrevesse à mão o que chamo de poemas imagéticos (haicais) sobre aquarela em papel cartão - sobre uma festa de cores - para os comercializar em época de Natal e também para a passagem de ano, pois as pessoas poderiam dedicá-los à alguém escrevendo sobre a própria aquarela, ou mais extensamente no verso.

    Fiz centenas de aquarelas (têmpera), e só depois é que fui separar os poemas a serem nelas escritos. Alguns deles se repetiram em diferentes aquarelas. Poemas e aquarelas são obras (opus) distintas uma da outra, mas, às vezes, se casam tão perfeitamente que sinto saltarem para outro nível de experimento.

    Por todo o processo me senti atuando no desconhecido. Busco incansavelmente o belo, e quase sempre é ele quem me encontra. Em uma ou outra aquarela intervi ao digitalizá-las, seja no recorte ou  no uso de ferramentas do editor de imagens.

    A escrita (não o poema imagético) sobre aquarela dá um formato que remete à apreciação estética. É quando, no bater de olhos, a pessoa sabe se gostou ou não, só depois é que vem a composição poética, o haicai propriamente dito, a aquarela, ou seja, o incursionar pela obra. Portanto, ao transcrever o poema sobre aquarela, foi como fazê-lo com pincel, isto é, me percorria o sentimento de não os estar escrevendo, mas pintando. Oras, não é com pincéis que os poetas japoneses compõe haicais!?

    Enfim, o haicai desta postagem é o centésimo sexagésimo da ordem de contagem, e pertence a um conjunto de sete poemas imagéticos num total de vinte e um versos e que estarão na íntegra em postagem que há de vir.

Nota: Tais poemas imagéticos foram expostos no Shopping Paineiras Center.

JRToffanetto

Nenhum comentário: