quarta-feira, 16 de julho de 2014

Tupã, o artista do céu (Conto do Céu)

FotosJRToffanetto
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Tupã, o artista do céu
(Conto do Céu)

Depois de criar tudo o que há no Céu e na Terra, Yamandú incumbiu Tupã de empurrar as nuvens pelo céu. Era ele que, através das nuvens, contava aos índios tupi-guaranis os humores de Yamandú para com o que eles faziam na terra. Quando os filhos do sol foram quase todos dizimados pelos filhos da Terra, Tupã ficou desempregado, afinal, ninguém mais sabia interpretar a linguagem do Eterno. 


Sem querer se aposentar, Tupã virou artista do céu. As cores do alvorecer e do entardecer ainda é o próprio Yamandú quem lhe dá, ao resto do dia ele só usa o azul e o branco. Os cinzas ficam por conta  dos homens de cada região. Se não fosse a persistência de Tupã em sua criação, o fundo azul teria desaparecido. Sem ele, como o artista desenharia com nuvens brancas? Alguns tupis-guaranis remanescentes afirmam que Tupã continua em sua antiga senda, mas apresenta, vez por outra, uma linguagem que só filósofos, artistas e poetas sabem interpretar, aliás, são estes quem lhe garante a tinta branca conquistada com o próprio Yamandú. Sem isto, Tupã retiraria o fundo azul de tela. Isto explica o fato da maioria das pessoas não olharem para o céu, ou apenas o procurarem para saber do tempo. O céu que veem não é o mesmo céu que Tupã nos conta de Yamandú. (Jrtoffanetto)



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