Poema de 32 versos
o vento
batia como mãos na minha janela.
Insistente,
às vezes travesso,
parecia
jogar-se de costas contra ela
como
querendo virá-la do avesso.
Eu esta num
quarto iluminado
de venezianas
abertas,
vidraças
desertas,
com o vento
não incomodado
finalmente,
saí para fora
sentir seu
doce açoite
de sopro que
me levou embora.
Voltei com a
tarde noite,
mãos varrido
o vento,
olhos úmidos
de terra,
pés
abrasados pelo tempo,
idade de uma
era
já na cama,
relaxado,
sem tirar o
sapato
que eu
deixara no mar,
ufa!, tomei
fôlego de ar
olhando para
o teto escuro
com os olhos
nas estrelas,
o céu não
distando um pulo,
aceso como
devotas velas
mas o vento
saiu pela janela,
em corrente
com a porta de dentro apagou a vela,
esvoaçou
fragmento de sonho no seio.
Com a
tinteiro carregada do firmamento
uma vez
escrevi num papel
dourado de
sol, trazido pelo vento,
com mãos em
fermento atadas ao balaustre
do tempo,
embarcadas sob estelar lustre.
(Abril do
ano 2000)
JRToffanetto
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