em 12 de outubro de 2011
Haicai #110
criança salta
com passos de música
amarelinha
A criança lembra semente, broto, flor em botão. A criança da natureza bela, intocável, de alma divina e sonhadora. Luz interior a deslumbrar manhãs eternas. Eu natural a vibrar cores em formas tenras e primorosas. Novo olhar, franco e confiante. Entusiasmo pela alegria, pelo bom da vida, pelo alegre e colorido bom-bom.
Estrela-sol. Raios doces como o da lua. Flores da relva. Livres. Leveza do ser pairando no ar. Brisa cálida. Sonhos vivos, mente limpa, toque mágico. Amiga da beleza, dos sons, dos brilhos, dos reflexos fugidios.
Lida do sonho encantador, dos gestos da beleza, do amor à flor da pele, do sorriso despretencioso. Alimenta-se de sensações, transbordam emoções, cheias da vontade do bem-querer.
Ama o céu logo acima do telhado, o paraíso na sombra de uma árvore, o pedacinho de chão sob seus pés descalços. Um laço de fita, uma tampa de lata, um balão colorido. Gosto de glacê na ponta do dedo, o mesmo que tira um naco do bolo.
A criança lembra a vocação humana para a felicidade. Ensina-nos que a verdade está no peito aberto. Remete-nos ao encontro da simplicidade, ao vôo livre, ao vento sentido no rosto, nas palmas da mão, nas asas da imaginação em extensão das têmporas. Vozes da doçura, do espírito que fala, mexe-se, pula, brinca, abraça, encanta.
Pequenas e sábias, levam-nos a dizer coisas gentis, expressas ao momento vivido. Remete-nos à contação dos contos de fadas, as mais belas histórias, esses tesouros da humanidade. Mostram-nos como parar o tempo e manter a harmonia. Vivem a coragem de ser o que são, sem restrições.
Painting de Lima Júnior (clique na imagem para ampliá-la) |
Jairo Ramos Toffanetto
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