sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Instrumento de colher imagens (3) _foto/texto/JRT



Transito pesado, hora do rush. Semana qualquer, ano qualquer, hora de um fim de tarde sufocante, eu parado à espera do semáforo se abrir na marginal do Rio Jundiaí. Fotografar ou não fotografar não era uma mera questão e sim um presságio que a imagem estava lá, que um átimo voaria dali como fazem as borboletas. Você, qual caçador, abre às pressas o porta-luvas e retira a máquina fotográfica. No enquadramento redescobre a imagem, define-a num momento único. Ouve uma buzina te alertando para que avance no tráfego. Clica em situação limite, e segue. No outro semáforo, o visto digitalizado. Vibra com o resultado, muito mais que a pré-visualização, mais que o desejado, um presente, ponto de realização. Você, um instrumento de colher imagens. Um encaixe com o dedo dos auspícios, como melhor posso dizer. Gratulação. (JRToffanetto) 

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