Vida da Poesia
JRToffanetto
Chegam ao inverno as folhas de outono
Em marrom opaco o que foi verde
brilhante
Juntando-se a outras ao viés do vento
fustigante
O que era sonho agora se ampara
Numa fria pedra de sono
A coruja abre seus olhos de Lua
Noite desalmada, dia de falcão
inclemente
Não brota nenhum poema, nem há canto
silente
Desalmados olhos brancos ganham a rua
Nenhuma folha escapou do vento
A vida vem perdida de alento
Salvo cova que cobriu semente
A árvore habitada por pássaro canoro
Um só espectro da sombra ao ninho
Poderia tombar como lenha por tanto
desalinho
Não fosse a vez das raízes assegurarem o
vindouro
As origens recolheram pra si todo o viço
No brilho das folhas e no calor das flores deu sumiço
Na falta d’água bebeu até o calor da
sombra
Nenhum fruto d’árvore restou d’outrora
pompa
Sob o vento e claridade de Sol esmaecido
Tudo seco, o humor desaparecido
Chão de papérie
Sob a terra substrato nas raízes e tudo
Agora apronta-se o broto, depois o fruto
Sob Sol, a árvore de luto bem sabe
Plena potência dentro de si nem mais
cabe
A realidade exterior invólucro físico
Agora faz sentido o folículo com a raiz
É quando se alcança o todo único
- É Primavera...
- É Primavera! Se bem diz
A Poesia volta à vida por se recriar
Ao Sol, finalmente os elementos combinam
Impressões, sentimentos do tempo,
expressão divina
Em si, torna-se visível o impalpável
limiat
A Árvore é sobrepujada pela floros
Corantes sublima a verde cor
O fruto vivo faz o mesmo
Nenhuma semente vai a esmo
A Poesia novamente arborescer
Acordando noutro luminescente
O planeta em mesmo alvorecer’
A bandeira finalmente concludente
Do sempre crescer e frutificar
Glorificar-se nos mais lindos bosques
O Éden de volta ao Poeta Maior
Espírito da Poesia
Poesia do Espírito
Poesia da vida
Vida da Poesia.
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