quinta-feira, 21 de maio de 2020

Abelho, algo abelhudo.Texto e _fotoJRToffanetto

Em 2014
Enchi-me de admiração por esta abelha. Garoava em São Paulo. Carro estacionado ao lado árvores altas na Rua Diogo Faria. Quando a garoa cessou, saí pra fora. Fumava um cigarro. Uma abelhinha pousa sobre a cobertura e vem caminhando em minha direção. Entrevendo fotografá-la frente a frente, fiquei a postos, câmera à mão, pronta para o disparo. Observei que ela procurava a menor gotícula do chuvisco. Já estava no meu visor. Clikt. Mais dois segundos e ela voou pra longe.

Às flores, o encanto. Graciosidade com os animais, e o quê no mundo dos insetos? Desde sempre os pressupunha quais seres de outra ordem da realidade acessada apenas pelo imaginário em questionamento. Sempre atento, p.ex., a delicadeza das pessoas expressa-se silenciosamente no sem palavras, ou mesmo na inflexão das vozes, muitas vezes casadas com o corpo num gestos poético, compondo-se, ampliando-se, integrando-se com o ambiente, e assim por diante, mas encontrar algo disto com uma vespinha? A delicadeza!.. a mesma em suas asas em voo, a mesma nos olhos de quem as identifica. Algo maior que eu, maior que todos nós. Desde então, carrego esta inolvidável abelhinha comigo. Com ela aprendi ver-me algo abelho, algo abelhudo com a câmera fotográfica à mão, em termos, né?
- Claro!. (JRToffanetto)

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