terça-feira, 11 de janeiro de 2011

BLAU-BIAL-BLAU

Deu branco na cor da vergonha.
Esta que já era pouca, um esmaecido rouge, se não desapareceu de vez, virou artigo em desuso. O que pega é a moda dos desavergonhados. Impera a exploração da condição humana, e quanto pior, mais indígna, mais audiência tem. È como uma febre, uma pandemia nacional. É de assustar o tamanho do mórbido desejo de invadir a intimidade dos outros. Como a televisão brasileira pode importar esta doença?   
E os valores, a vergonha... blau-blau!!! 
Viva a preguiça mental.

Um novo bando de beócios estão aí para, mais uma vez, rebolar na frente de câmaras de televisão com um copinho de uisque nas mãos, enquanto no país, uma população do tamanho do da França continua a passar fome e toda sorte de necessidades. Uns na espuma da champagne, vivendo a decadência sem antes alcançar o patamar da civilição, e outros morando junto à espuma de córregos fétidos. Tem gente com fome, crianças sem futuro, famílias se desmoronando na penúria...

Alguém pode me dizer se algum dos vencedores - os virtuais heróis nacionais - destinou para alguma ação social pelo menos uma pequena parte do dinheiro ganho na frescura? Parece que o dinheiro é um prêmio para fortalecimento do ego de uma minoria estúpida: capa da Playboy, papel em novela, badalações da hora e a vez... Definitivamente, programas como o BBB e congêneres (A Fazenda) só descontróem.

Ontem, segunda-feira, no chamado horário nobre da televisão, apareceu um BBB à frente das câmaras se anunciando capaz de tudo para ser o vencedor do programa que começa hoje. Depois de dizer bandalheiras próprias de desavergonhados, conclui que se encostaria na mais "feinha" para ganhar pontos com a audiência que decide, e a chamaria de linda, de meu bem. Devo me parecer muito antigo, ultrapassado, para denunciar a total falta de respeito para com o próximo. Este é o perfil dos candidatos e do programa. Depois desta, desliguei a máquina do lixo da condição humana e me voltei para a leitura do livro "A História Sincera da República", de Leôncio de Basbaum.

Não se fala de sonho, não se fala de ideal, mas...
o que esperar do vai e vem das alcovas
E Viva, Viva a banalidade!
Ninguém merece, mas a televisão brasileira vai de banlidade a banalidade e, por isto mesmo, ajudando que se perca o sentido da vida.

Que história é esta de responsabilidade social nas novelas?   
Só fachada.
A TV é uma irresponsável
contadora de histórias. 
Uma criminosa máquina de iludir que nossas crianças e nossa juventude não merece.

A imagem acima não é a de um televisor, mas do que a televisão se
tornou: uma máquina de derreter cérebros. 

Jairo Ramos Toffanetto

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