Dizendo-lhe não gostar de ver meu tempo se desfazendo em areia, o Dr. Ramos colocou a ampulheta na gaveta e perguntou se eu estava ganhando algum dinheiro com o que eu escrevia.
- Ainda não, respondi-lhe eu.
- Sabe Jairo, tenho muitos pacientes com dificuldade extrema em transcender, e tudo que eles precisam é aprender a tirar os pés do chão, um pouco que fosse e já teriam um ganho enorme em termos de qualidade de vida.
Empurrando-me o seu bloco de receituário, pediu-me que eu lhe compusesse algumas prescrições colocando o paciente diante do nascer do sol, sob a sombra de uma árvore, e assim por diante.
- Sabe, Jairo, daqueles venenos poderosos que você me reportou em sua primeira consulta em 07 de março. Na medida em que suas receitas forem chegando, eu vou te pagando imediatamente.
- Cobro R$ 150,00 por prescrição, o preço mínimo de uma consulta.
- Perfeito, exclamou ele, mas o texto não pode exceder o tamanho da folha do bloco, e sem usar as costas da folha.
- Doutor, vou prá sala de espera e já te deixo meia dúzia de receitas.
- Pago na hora, interveio ele. Você escreve e eu assino embaixo. As demais, você me manda por e-mail e efetuo depósito em sua conta bancária.
- Combinado. Anote aí o número de minha agência bancária e conta corrente: Ag. 2014 – Cc. 01005991-6 – Bco. Santander.
Jairo Ramos Toffanetto
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