sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Licença à família das Ericáceas


Pedindo licença à família da Ericáceas, rebatizei as azaleias da rua de casa como o nome Azaléa Vermelha e Azaléa Roxa, pois as reconheço como identidades da minha calçada, da minha rua, do meu bairro, do feitio da Terra, do nosso sistema solar, da Via Láctea e de todo o Kosmo.

Não me canso de  admirá-las, e não apenas pela abundância de flores que nos dão, mas por desabrocharem novos olhares e, destes, a sutil construção do nosso sentir. Ora, não é assim o amor que, fundado na alegria, mantém seu olhar em desabrocho dia após dia ao longo do tempo?

Penso que o amor nos é a melhor companhia para o tempo, seja pelo seu frescor sempiterno, sua alegria, seu doar-se em profusa florescência. Sem o véu da paixão, nele está a sabedoria do eu natural que é bela, e que se manifesta Eterna mesmo no galho seco, prenhe de botões velados.

Em minha postagem anterior, prometi mostrar a foto das irmãs, mas há uma azaleia perto da sua casa. Se é do coração que ela floresce, certamente estará à flor da pele. Creio que somos azaleias com perfume de rosas e da beleza do lírio ou, pelo menos, aprendemos com as flores.

A princípio, todos são botões velados. Quando chegará a florescência ninguém sabe precisar. Foi uma primavera inesquecível. Valeu por uma vida, pois garantiu todas as outras e demais estações. Quando era só um galho seco a azaleia não nos dizia que a morte não existe?

No deserto mais árido e de beleza sem igual, floresceu a flor de cactus. Com raízes no lodo mefítico o lírio ergueu-se imaculado . A azaleia venceu o muro. A rosa não precisou mais dos espinhos, evoluiu até aprender que o belo é, em si mesmo, sua maior defesa. Há algo deste mundo que possa ameaçá-la se até a morte ela ampara e com ela vai à campa?

Bem, cumprindo a promessa feita na postagem Primavera em Véspera aqui está a foto da irmã Azaléa Roxa ao lado da irmã Azaléa Vermelha:


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