Foto de Yuri Ulrych |
Pontada nas costas
Não cabe mais nenhuma mosca no trem São Paulo-Jundiaí. As
pessoas estão prensadas uma nas outras e nem dá pra se virar. Mas um senhorzinho
se vira daqui pra lá e de lá pra cá, e o melhor modo que ele encontrou para
posicionar sua barriga foi pressionando-a contra mim, na lateral da bunda. Um insuportável
estorvo.
Pra tirar minha bunda dali, foi a minha vez de me virar
daqui pra lá e de lá pra cá. Eu usei os
ombros para isto e ele usara a barriga.
Nesta minha movimentação, vi a cara do dono da barriga. Tinha a mesma expressão
da protuberância abdominal: horrorosa.
Aquele bigodinho gorduroso... Olha, se eu vomitasse o
acertaria em cheio. Mas não poderia fazê-lo. Estou certo que eu tomaria uma
barrigada daquelas. Ai de mim, eu precisava tirar aquela imagem da minha frente.
Faço um daqueles contorcionismos de tirar o chapéu e saiu dali.
Vejo-o de longe. Umas três pessoas nos separam. Só então entendi o porquê de ele nem se
importar ao encostar sua barriga contra alguém.
Atrás dele havia um cara enorme e que encostava o “bigulin” nas costas
dele.
JRToffanetto
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