quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Qual o seu norte,o seu bando? (Poetas são como aves migratórias)

DOMINGO, 13 DE SETEMBRO DE 2015

Poetas são como aves migratórias



Poetas são
como aves 
migratórias

Sempre tem alguém dizendo escrever poesia.
Serão deuses? 
Pergunto se  já tentaram escrever um poema.
Porque? Respondo,
posto que  pode dar um branco mental.
Pois, então...

É do branco, o nada, o vazio,
e nele o incidente, o movimento,
a matéria prima do artista.
'
É como a Poesia vem cantar dentro,
e isto não é prerrogativa só dos poetas.

Sem isto, desista dos poemas,
esqueça-se,esvazie-se, 
abra-se à Poesia.

Lá no fundo,
é do esquecer(-se)
o incidente sentido,
trabalhado,
devolvido ao Cosmo.

Fica no tempo
o rabisco, o poema,
a folha ao vento...

O que sopra sabe aonde a folha vai,
desde a deslembrança, do traço do sentir,
da vibração da corda do coração,

Sentimento do eterno,
pertence da Presença Infinita,
Linguagem do Verbo.

Oh, a folha caiu na fogueira.
Cinza que o vento fragmentou.

Do fogo que o vento alimenta,
a Poesia é irmã solar.

Foi o poema que caiu
 no tempo do fogo.

Deixe-se ir.
Sem isto, esqueça os poemas presos em livros.
Suas folhas viageiras...
estantes de pó de cinzas.

Quer um poema?
Escreva sem se consumir por ele.

Deixe consumir-se pela Poesia,
não por poemas, não por papel.

Sinta a Poesia,
equilíbrio de Céu e Terra.

De-me a mão,
as asas,
o voo preciso.

a Poesia vai longe 
do nó umbigal

Deixe os poemas,
faça terapia,
ausente-se.

Abra-se à Poesia
para dizer ou escrever
o que não sabia.

Para ser ao infinito
o que não sabia

A Poesia,
caros poetas,
sarças e eras,
 é igual ao Poeta Maior,
dEle somos aprendizes.

Poetas são como aves migratórias,
voam em bando.
Qual o seu bando?
Qual o seu norte?

JRToffanetto
Jundiaí, 17 de setembro de 2015

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