Poetas são como aves migratórias
Poetas são
como aves
migratórias
É do branco, o nada, o vazio,
e nele o incidente, o movimento,
a matéria prima do poeta.
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É como a Poesia vem cantar
É como a Poesia vem cantar
dentro, e isto não é prerrogativa
só dos poetas.
Sem isto, desista dos poemas,
esvazie-se, esqueça-se,
abra-se à Poesia.
Lá no fundo,
é do esquecer(-se)
o incidente sentido,
trabalhado,
devolvido ao Cosmo.
trabalhado,
devolvido ao Cosmo.
Fica no tempo
o rabisco, o poema,
a folha ao vento...
O que sopra sabe
aonde a folha vai
desde a deslembrança,
o sentimento do eterno,
os primeiros traços
o sentimento do eterno,
os primeiros traços
do sentir em alcance
das cordas do coração,
pertence da Presença Infinita,
Linguagem do Verbo.
das cordas do coração,
pertence da Presença Infinita,
Linguagem do Verbo.
Oh, a folha caiu na fogueira.
Cinza que o vento fragmentou.
Do fogo que o vento alimenta,
a Poesia é irmã solar.
Foi o poema que caiu
no tempo do fogo.
Deixe-se ir.
Sem isto, esqueça os poemas
presos em livros.
presos em livros.
Suas folhas viageiras...
estantes de pó de cinzas.
Quer um poema?
Escreva sem se consumir por ele.
Deixe-se consumir pela Poesia,
não por poemas,
só Poesia,
o dar a mão, as asas,
só Poesia,
o dar a mão, as asas,
o voo preciso.
a Poesia vai longe
do nó umbigal.
Deixe os poemas,
faça terapia e,
depois,
ausente-se.
Abra-se à Poesia
para dizer ou escrever
o que não sabia.
Deixe os poemas,
faça terapia e,
depois,
ausente-se.
Abra-se à Poesia
para dizer ou escrever
o que não sabia.
A Poesia, caros poetas,
é igual ao Poeta Maior,
dEle somos aprendizes.
O poeta tem um norte.
Poetas são como aves migratórias,
voam em bando.
Qual o seu norte?
Qual o seu bando?
Qual o seu norte?
Qual o seu bando?
JRToffanetto
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