Na minha infância, todo mundo conhecia o violeta por cor "rouxa", p.ex., doce de batata rouxa cristalizado ao sol. Fiquei aborrecido quando, na escola, aprendi que o correto era dizer roxo seco, duro, sem graça. Descobri, então, que o rouxo era de certo "sapore", um saber, um sabor diferente, um certo rouxo na língua, nos olhos, nos ouvidos e por todos os poros.
Anos depois, ouvia-se dizer "Fulano ficou roxo de raiva", quer dizer, quase "morreu" por coisa a toa, qualquer besteira. Sentia que "raiva" não dava liga com o delicioso rouxo. Uma dissonância à sonoridade musical que eu conhecia naquela cor. Com rouxo, a língua se solta para o som passar. Para alguém ficar rouxo ao pé da letra é preciso céu pouco antes da estrela Dalva.
Com a Regina, descobri que se falava "rouxo" nos estados do Rio de Janeiro e também no Rio Grande do Sul. Mãs... adorou saber que aqui em São Paulo também se dizia rouxo. Mãs... hoje, céu encoberto, rouxo na manhãzinha da Rua Altino, Vila Mariana, SP. (JRToffanetto)
Ipê Rouxo na Vila Mariana Rouxa |
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