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| Rua Borges Lagoa, 27/04/2013. |
SonhoRealismo 83 Janela
Janela
aberta expõe-se ao mau olhado de inveterados corvos bicudos.
Fechada aos aerodispersóides, ruídos mecânicos, e a gatos
sarnentos.
Aberta à sutil energia mantenedora da vivenda. Só sai pela
porta da frente o que entra pela janela.
Fecham-nas os misantropos, os macambúzios e o cachorro
deitado.
Abrem-nas criaturas encantadoras, à luz do dia, enamoradas
pela Vida.
Janelas foram feitas para o céu, para o tempo, para o dia,
para a vida que vale a pena ser Vivida.
É por elas que pesadelos noturnos partem para as nuvens
densas.
Abertas à brisa que acaricia as mais leves e delicadas cortinas.
Casa com vaso de flores à frente da janela expressa que a poética da vida mora dentro, isto é, com os moradores ou apesar deles.
Casas de janelas abertas sorriem para a rua, o bairro, a
cidade, o mundo, o universo.
JRToffanetto
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