quarta-feira, 3 de junho de 2020

A PAZ PROFUNDA (Conto de autor desconhecido)

A PAZ PROFUNDA

Havia um Rei muito sábio que ofereceu um grande prêmio ao artista que fosse capaz de captar em uma pintura a Paz Profunda. Muitos artistas começaram a pintar suas telas. Procuravam as cores mais tranqüilas, as pinceladas mais suaves, os motivos mais calmantes. Um deles quis pintar o silêncio, mas não conseguiu. Outro quis pintar a brisa suave, mas só conseguiu fazer um furacão. Muitos tentaram retratar a paz das formas mais variadas.

No dia marcado várias telas foram apresentadas ao Rei. O Monarca olhou atentamente cada uma das obras. Eram realmente belíssimas. Mas ele queria encontrar aquela que representaria a paz. Finalmente ficou com duas pinturas que mais gostou e tinha que escolher entre elas.

A primeira representava um lago muito tranqüilo. Este lago era um espelho magnífico onde se refletiam uma paisagem maravilhosa com árvores, montanhas e as nuvens do céu. Tudo suave, delicado e plácido. Era a visão do paraíso mais perfeito. Todos que olharam para essa pintura achavam que ela representava perfeitamente a Paz Profunda.

A segunda pintura também tinha montanhas. Mas estas eram cheias de escarpas e sem nenhuma vegetação. Sobre elas havia um céu onde se armava uma tempestade com uma chuva forte, raios e trovões. Descia pela montanha uma cachoeira agitada com a água batendo em rochas e formando espumas. As pinceladas eram vigorosas e fortes. As cores vibrantes. Nada naquele quadro parecia ter paz.

Quando todos já olhavam com estranheza para aquela obra, o Rei reparou um pequeno detalhe: atrás da cachoeira havia um arbusto crescendo de uma fenda na rocha. Neste arbusto um delicado ninho de passarinho. No meio da turbulência da água o pássaro estava calmamente sentado observando a natureza. Na mais profunda Paz!

O Rei escolheu a segunda tela. Todos ficaram espantados e o sábio monarca explicou:
 - A Paz profunda não é estar em um lugar calmo, sem ruídos, sem problemas, livre de dores e de tentações. A Paz profunda é estar calmo e confiante independente do meio que nos cerca.

(Adaptação de Augusto Pessoa

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