O Tempo Passa e não se apaga nosso tempo e criança
(Waldir Azevedo)
Todo domingo como este -manhã de céu azul-, lembro-me, com muito carinho. do Sr. Orlando Toffanetto, meu pai levando-me à missa. Na saída, bem em frente à igreja de Vila Arens -Nossa Sem nhora da Conceição-, bastava só atravessar a rua em para se chegar a uma charutaria, onde ele, além do seu indefeictível fumo de corda, comprava discos em carnaúba, 78RPM, tanto de Chorinho quanto dos cantores da velha guarda. Voltávamos pra casa com garrafas de Turbaína (refrigerante fabricado em Jundiaí).
Era o que acompanhava os almoços das italhadas, as indefectíveis macarronadas com bifes à milanesa. Chegando em casa, ele ia direto pra sua rádio vitrola. Ouvia seus discos, músicas -poética psicossocial daquele tempo- com a mesma atenção que dava à liturgia.
Eu o admirava procurando decodificar seu universo de silêncio, sua auscultação, entender meu pai, a São Paulo que ele chamava de "capital" e dela falava entusiasticamente com sã paixão. Este choro é em homenagem a ele que sem dúvida fundiu-se ao seu pedacinho do Céu. _JRToffanetto
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