Às oito horas da manhã:
- Que pena... ela não está... preciso tanto falar com ela...
Algo transtornava a amiga. Perguntei-lhe:
- Posso ser útil em alguma coisa?
- Não não, você está saindo pro trabalho, vou te atrapalhar.
Deixando-lhe um livro de Mário Quintana, recomendei:
- Seja lá o que for, esqueça. Apenas leia o livro.
E completei:
- Hoje, só à noite a Regina estará em casa.
A amiga não apareceu, nem telefonou.
Dias depois,
a Regina deixa o livro de Quintana ao meu lado e sai me dizendo:
- Apenas abra o livro.
Na contra-capa encontrei o seguinte bilhete:
“Jairo,
os poemas de Quintana
foi o que eu mais estava precisando naquele momento.
Obrigada”.
Bradei:
“Viva a poesia! Viva Mario Quintana””.
A Regina veio me abraçar.
Assim como os poemas do Mário...
Ah se este Blog puder quintanar
Eis um dos quintanares do poeta M. Quintana:
“Os Poemas"
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não tem pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti.”
Em tempo:
Quintanares são prosas ou versos, mas sempre poesia.
Jairo Ramos Toffanetto
terça-feira, 27 de julho de 2010
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